Coloquei um agasalho no Felipe e me aprontei para pegar o ônibus rumo a biblioteca municipal, eu vou scannear essa porcaria e fazer uma busca na internet para ver se eu acho alguma coisa que faça sentido, se eu tiver sorte pode ser que seja alguma piada de mal gosto que se tornou viral.
Estávamos aguardando no ponto quando eu vejo de longe um golzinho velho vermelho se aproximando e parando bem perto de nós, a janela do carro se abriu devagar e fazendo um rangido estranho.
—Falaa Greg!
Era o Barba, meu amigo do trabalho, o apelido dele é esse por causa da barba comprida que ele mantem e cuida igual cabelo de mulher. A maioria do pessoal até já esqueceu o nome dele de verdade, eu mesmo que o conheço desde que entramos juntos na empresa me esqueço as vezes, O nome dele é Jurandir, então Barba, pega mais fácil.
—Eae Barba!-Respondi.
Ele olhou para o Felipe, que estava distraído.
—Oi Felipinho, como você ta campeão?
O Felipe adora o Barba, ao perceber que era ele ficou todo agitado.
—Oi Tio Barba! Eu cresci um tanto assim - Ele fez um sinal exagerado de tamanho com os braços.-
—Tudo isso rapaz? desse jeito vai bater a cabeça nas nuvens eim.
—Uau! Eu acho que eu vou sim, dai eu vou comer um pedaço delas, porque elas são de algodão doce, só que branco.
Levei a mão na testa, que imaginação era aquela, rimos muito.
—Mas eai Senhor Gregório, pra onde você ta indo? Fiquei sabendo do que a Barbara fez, ela não é disso cara, que foda.
—Eu to indo na biblioteca agora. Pois é cara, sacanagem, acontece que ...
—Não, não, me conta no caminho, vou dar uma carona pra vocês entra aí.
Ele jogou umas tralhas pro canto do banco de trás e eu acomodei o Felipe no assento. No caminho até a biblioteca contei tudo o que tinha acontecido pro Barba, ele não falou nada até eu terminar, só balançava a cabeça.
—Uff. - ele soltou o ar como se fosse algo pesado.- Mano, que porra de história bizarra que tu acabou de me contar. Verídico mesmo?
—É claro que é caramba! Da onde que eu ia inventar um troço desse? Você me conhece, sou quadradão demais pra isso de inventar coisa.
—Mas assim, os caras, deixaram o desenho e PUFF desapareceram no ar?
—O que? Não! -Eu estava frustrado, ela não estava me levando a sério-. Eles só deixaram lá e foram embora, seja lá pra onde gente estranha mora.
—Eu vou te ajudar a resolver essa fita aí.
—Não precisa, deve ser bobeira.
—E daí se for bobeira? Agora eu quero saber, sou doido nesse negócio de teoria da conspiração, meu sonho investigar essas paradas.
—Cara, não é teoria da conspiração.
—Não corta o meu barato, falou? Pra mim é sim, esses negócios existem em toda parte irmão, ou você acha que o homem foi mesmo pra lua? Não se iluda!
—Ta bom. -Ri-. Mas eai, porque você não foi trabalhar hoje?
—Peguei atestado, doido.
—Você ta doente?
—To, doente daquele monte de relatório, deus me livre.
—Não acredito, O Marcelo vai ter que fazer tudo sozinho?
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O Escolhido
AdventureGregório é um homem jovem e viúvo que vive sozinho com seu filho. Sua vida vira de ponta cabeça quando quatro figuras encapuzadas e mistérios intrigantes começam a rodeá-lo.