Bebida

27 0 0
                                    

Elena's pov...
(Seis meses, depois...)

As batidas rápidas, altas e pesadas em minha porta me despertaram.
- SUNSHINE! - alguém gritou do outro lado. Allan.
  Me levanto apressada e meus pés se embolam no lençol e caio.
- Já vou. - solto um ruído e me levanto pegando meu robie.
Ando até a porta e a abro, assim que a faço, um corpo forte e alto, quase inerte cai por cima de mim.
- Porque me deixou ir, Sunshine? - ele diz. A voz arrastada e embargada. -  Porque disse que disse que eu não valia a pena?- ele limpa as lágrimas que caem e leva uma garrafa de wisky até a boca e ingere boa parte do liquido. - Porque não fica comigo? - tento levantar seu corpo e tiro a garrafa de sua mão.
- Chega de bebidas por hoje, Marconni. - me levanto e tento levanta-lo. - Me ajuda a te ajudar, Allan. - lhe dou um tapinha no rosto. - Você tá apagando.
Sua voz arrastada e rouca se manifesta.
- Me diz, Lena. Porque resiste a mim? - ele se levanta e joga o braço por volta de meus ombros. - Você me ama como eu te amo, eu sei. - seus olhos azuis, agora levemente avermelhados encontram os meus. - Mas você fez questão de me destruir. - outra lágrima desce e ele toca meu rosto. - E eu sei que você é a única que pode me ajudar a me recompor. - faz uma pausa. - Só que você me magoa, Sunshine.
Olho no fundo de seus olhos e uma onda de sentimentos me atinge. Dentre todos, todo amor que eu sentia e escondia também vem e me atinge com força.
Balanço a cabeça tentando afasta - lo.
- Você está bêbado, Allan. Não diga besteiras. - passo a caminhar com ele para o meu quarto.
- Não são besteiras. Meus sentimentos não são besteiras, Sun. - ele para e toma meu corpo com os braços. E sinto o mesmo amolecer e automáticamente eu cedo. - Eu amo você, Sun. Torto. Mais amo. - sorriu. - Bobo? Mais amo. - cambaleou e quase caiu.
- Cala essa boca, marconni. - saí do quase transe e voltei a arrastar seu corpo para o quarto.
Ele gargalhou e passou a andar.
- Você devia calar a minha boca com a sua, isso sim. - soltou e eu arregalei os olhos, super afetada com a sua ousadia. - Olha! - debochou. -Eu ainda te afeto, Lena. - ruborizei e sorri sem graça.
- Nem ferrando. - minha voz saiu trêmula.
- Okay. Vou fingir que acredito. - sorriu canalha e eu o joguei na cama. - Hey, calma babe. - gargalhou novamente. - Não precisa me atacar! - o maldito sorriso continuava alí.
  O olhei afetada e incrédula e me virei indo até a cômoda e pegando um conjunto de moletom bem largo.
- Você precisa de um banho gelado e cama, Allan. - joguei o moletom nele e saí do quarto. Mas antes de fechar, pude ouvi - lo sussurrar.

- Eu ainda te amo e você sabe disso.
  
                      

SunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora