*5 de novembro de 1817, a fragata D. João VI que trazia a futura Imperatriz D. Leopoldina, chega ao Brasil.*
"Vossa Alteza, como se sente sabendo que, em breve, a família real e o seu futuro marido chegarão ao navio para recebê-la?" Perguntou-me a Condessa Von Künburg enquanto me arrumava em meus aposentos.
"Ah, para ser sincera, sinto que meu peito está prestes a rebentar de tamanha ansiedade!" exclamei com os braços para o alto. Realmente, estava muito ansiosa, afinal, foram meses de viagem em alto mar e essa espera já estava me matando!
"Oh, princesa! Estás mesmo tão ansiosa assim?" questionou-me a Condessa, enquanto retirava os papelotes de meus cabelos, transformando cada madeixa em belos cachos dourados.
"Mas é claro, é a primeira vez em que verei meu marido pessoalmente! Ah, Condessa, minha amiga confidente! É tão bom ter com quem compartilhar meus temores e hesitações!" exclamei, dessa vez voltando meus olhos azuis para a terna expressão da Condessa Von Künburg que, pacientemente colocava ao redor de meu pescoço um colar de pérolas, do qual pendia o mesmo broche com o retrato de meu marido.
"Agradecida pela sua consideração, Alteza. Sabe que a sua amizade é muito importante para mim."************************************
Ao término de minha toalete, sentei-me em frente à grande janela de meus aposentos e, ao observar que o navio estava casa vez mais próximo da baía de Guanabara, senti um embrulho em meu estômago, afinal, seria a primeira vez em que veria meu marido e meus sogros depois de cruzar o Atlântico por quase 3 meses!
Eis que, novamente perdida em meus devaneios, não notei que a Condessa havia se aproximado, até que senti suas delicadas mãos sobre meus ombros e a ouvi dizendo:
"Alteza, a família real está aqui para vê-la."
Ao ouvir aquela frase, voltei à tona e, desesperada, olhei para a Condessa e perguntei se já havíamos chegado ao Rio de Janeiro:
"Sim, alteza. Acabamos de ancorar na Baía de Guanabara e, seu futuro marido e sogros já estão subindo ao convés para conhecê-la!"
Por quanto tempo eu fiquei em frente àquela janela??!
Infelizmente, pouco importava esse questionamento tão supérfluo já que, a família de meu marido e ele proprio já estavam ali me esperando!
A Condessa Von Künburg notou a minha aparência conturbada e resolveu tranquilizar-me:
"Acalme-se, criança. Tudo há de se acertar."
E então, tomando minha mão, a Condessa levou-me até o convés, onde todos me esperavam.************************************
Chegando ao convés, avistei duas figuras "peculiares" que, como pude deduzir, seriam meu sogro D. João e minha sogra D. Carlota Joaquina.
D. João era um homem rechonchudo, tinha costeletas e cabelos esbranquiçados, além de uma casaca cheia de condecorações mas, Santo Deus, encardida! Ao observar sua face, pude perceber que transparecia candura e bondade.
D. Carlota Joaquina era uma moça de feições grosseiras: olhos enegrecidos, nariz pontiagudo, boca pequena, corpo esguio e cabelos cacheados, levemente esbranquiçados. Realmente, minha sogra era, com o perdão da palavra, horrorosa. E ainda por cima, parecia não ter gostado muito de minha pessoa pois, ao me ver, torceu o nariz.
Vendo apenas meus sogros, comecei a procurar por meu marido e, senti um grande desapontamento pois, ao olhar ao redor e não vê-lo imaginei que ele não estivesse presente para acompanhar o meu cortejo.
Imaginando que ele não viesse, fiz um pequeno muxoxo, com muito cuidado para não transparecer. Mas, eis que, surgiu dentre as pessoas aglomeradas no convés, um rapaz alto, de cabelos castanhos encaracolados, pele dourada, olhos negros e suíças castanhas a lhe brincarem na face. Era este, D. Pedro de Alcântara, o meu marido.************************************
Oi gente, aqui é a Augusta falando!
Me desculpem pelo capítulo de hoje ter sido tão curtinho mas é porque ando muito ocupada ultimamente, e o tempo para escrever é curtíssimo!
Postei curtinho mas, foi só pra vocês não ficarem sem nenhum capítulo da história da nossa querida Leô, rsrs
Enfim, espero que tenham gostado! Podem ficar tranquilos que o próximo capítulo eu farei beeeem longo, pra compensar esse, afinal, vocês merecem!
Beijos da Augusta! 💕
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Não escolhi me apaixonar, a história de D. Maria Leopoldina
Non-FictionComo princesa e Arqui-duquesa austríaca, D. Leopoldina nunca imaginou que pudesse ter um futuro fora de sua querida Áustria. Talvez por sua religiosidade, ou pelo medo de se apaixonar, D. Leopoldina cresceu apenas focada em seus estudos, deixando de...