Cap. 01 - O susto

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Eram 29 de Setembro de 2019,

Courtney estava em sua suíte tomando um banho quando ouviu um barulho estranho em sua porta. Apavorada desliga o chuveiro e põe a vestir-se. Ainda desconfiada coloca a blusa olhando para porta certificando se não há ninguém a bater. Pega a maçaneta com muita lentidão e puxa a porta com força. Buuuu.

- Ai!! Que susto Sérgio!!!

- Haha, minha irmã é mesmo uma tolinha -diz Sérgio descontraído.

- Da próxima vez que você me assustar vou falar para a mamãe mudar seu castigo. Uma semana longe das redes sociais e destes vídeos bobos que você assiste. - diz Courtney séria.

- Ah, não tem problema, melhor do que ficar trancado naquele quarto o dia todo jogando e mexendo no celular.

- Até parece que isso é ruim pra você né? - Courtney diz secamente.

Sérgio era o irmão mais novo de Courtney, um menino que gostava de aprontar. Amante da tecnologia, apesar de não se considerar escravo dela. Ás vezes saia na rua para bater papo com seus amigos, só às vezes, pois seu forte mesmo era jogar jogos online. Sua fama nos jogos de FPS estavam em alta, considerando que ele tinha apenas 8 anos de idade. Passava horas e mais horas conectado. Seus pais pouco importavam com suas noites de sono, já que Sérgio acostumara a virar a noite jogando e acordar ao meio-dia. Tinha tempo apenas para tomar banho, arrumar suas coisas, almoçar e sair correndo para a escola. Seu colégio não era muito longe dali, cinco minutos ao menos eram o suficiente para Sérgio chegar despreocupado,porém sempre se atrasava uns 8 ou 10 minutos.

Courtney era completamente diferente do irmão, muito pontual, organizada, astuta e muito responsável, afinal de contas era a mais velha filha do casal. Courtney já estava quase terminando o ensino médio, faria 18 anos em breve e estava ansiosa para cursar a faculdade de uma cidade próxima dali. Seu sonho era ser bióloga. Sempre gostara de ler livros de biologia e assistir na TV canais sobre animais, plantas e sobre a vida humana na Terra. Era o orgulho da família como dizia seu Pai Derek. Tudo estava correndo bem naquele dia até que...

- O que foi isso? - pergunta Derek à sua esposa.

- Um "pique" de luz? - responde Dora franzindo a testa.

- Estranho, ontem também percebi isso antes de deitar. A Márcia nossa vizinha disse que também percebeu. - diz Derek.

- Precisamos ligar para a concessionária. Se tivermos um apagão essa semana teremos um grande prejuízo. - diz Dora indignada.

Derek e Dora eram um casal apaixonado pelo trabalho. Dora era dentista e Derek mecânico. Muitas pessoas criticavam o casal dizendo que não tinham nada a ver um com o outro, só pelo fato de escolherem profissões totalmente diferentes. Dora estava com uma semana atarefada. Muitos clientes para atender, talvez fosse trabalhar o dia todo. Com a agenda lotada, tinha medo de um apagão estragar tudo, já que não possuía "no break" ou um gerador em sua residência, onde atendia em seu consultório particular. Derek tinha também em sua garagem sua oficina particular. Era um lugar pequeno, mas bem aconchegante onde recebia seus fregueses. Sua paixão por carros surgiu desde sua infância quando ganhou nada mais nada menos que um "Delorian" do filme "De volta para o Futuro". O carro acendia luzes e girava como se fosse voar, aquilo o encantava. Na época tinha 12 anos de idade, mas achava aquilo um máximo. Para ele foi o melhor presente que ganhara naquele incrível ano de 1989. Quando se casou no ano 2000, não tardou em montar sua própria oficina, para consertar, montar peças ou dar aquele upgrade nos carros de uns amigos e vizinhos próximos.

A um quarteirão dali morava Owen, um garoto corpulento que vivia correndo atrás de algo para comer; filho único, nerd, viciado em jogos de computador e solitário. Owen vivia a maior parte do tempo trancado em sua casa. Saia de vez em quando para conversar com alguns amigos da escola. Seu maior hobby depois do computador era sua guitarra elétrica, algo que protegia mais do que sua própria vida. Seus pais o mimavam de todas as formas. Quando criança, brinquedos dos mais variados tipos; quando adolescente, video games, tablets, celulares e computadores. Tinha tudo da última geração. E não era pra menos, com um pai médico e uma mãe delegada. E apesar de tudo sua casa não era uma mansão requintada de alta tecnologia, mas sim uma casa comum como todas as outras do bairro. A atenção maior mesmo estavam nos carro na garagem; Dois carrões completos, ambos modelo 2017. Para Owen, um carro zerinho, modelo 2020. Este Owen o ganhara de aniversário de 18 anos. Seus pais costumavam investir seu dinheiro em ações, só depois comprava o que queria com o que sobrava, e com isso tinha retorno de muitas dessas ações. Não se preocupavam com casa moderna e chique, mas sim com o modo com que vestiam ou passeavam pelas ruas de Cornélia.

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