Cap. 04 - Licantropia

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- Corre!!!!!! Corre!!!!! Coooooorrrrreeeeee!!!!!!!!!

- O cliente está tendo uma convulsão!!!

- Doutor, faça alguma coisa!!!!!!

Uma série de luzes cegavam quem quer que estivesse deitado naquela maca. Momentos de lucidez eram o suficientes para entender o que estava se passando ali. Porém quando o inconsciente chegava, a esperança de ser alguém mais forte acabara de uma vez por todas.

- Doutor, os batimentos cardíacos estão mais fracos, o senhor precisa fazer alguma coisa.

- Não se preocupe Sheyla, minha adorável, espere a reação.

Por um momento todos achavam que o cliente havia morrido. Mas com pouco tempo seus batimentos voltaram a se normalizar.

- Pronto meu caro, já já esse sofrimento irá passar. Você será livre, livre para ser forte. Livre para fazer o que você quiser!!!!

- Doutor, não acha que vá dar certo, acha?

- Devemos aguardar, Sheyla. - disse o doutor pausadamente.

Sheyla fecha a porta do centro cirúrgico olhando com tristeza para o cliente deitado na maca.

- Doutor, o paciente já está melhor? - pergunta a enfermeira.

- Já lhe disse mil vezes que não o chamamos de pacientes, eles são nosso clientes, pagaram por nossos serviços. Querem ser novas pessoas.

- Mas doutor, essa é nossa primeira experiência, o senhor acha realmente que vá dar certo?

- Ele é nosso primeiro cliente Beatriz, não podemos falhar. Meu campo de estudo não pode ter sido em vão.

- Acha mesmo que o o pacie... desculpa, cliente vai conseguir ter controle de tudo?

- Só o tempo irá nos dizer.

- Mas doutor, ele é seu filho... você ainda o chama de cliente? - Beatriz hesita.

A feição de Roger muda instantaneamente quando ouve mencionar seu filho. Uma onda de pensamentos o invade e um semblante de dor e raiva dominam sua face.

*******

07 de Janeiro de 2005

- Papai!!!! Quero ir mais alto!!!!

O balanço ia cada vez mais alto.

- Segure firme filho!!!!

- Uhhuuulllllll!!!!

- Isso filho, vamos!!!! Vou empurrar mais uma vez, se segura!

- Roger! Já está na hora...

- Só mais alguns minutinhos Suzane.

O jantar foi servido, fora um dia incrível entre pai e filho. Suzane sempre se esforçara para ser uma ótima esposa. Mas alguém estranho estava para chegar a qualquer momento. Suzane sem se preocupar deixou seu esposo com o tal estranho na sala a tratar de "negócios". Júnior era o único filho do casal.

- Mamãe quero ficar com o papai. - disse o filho sentindo-se só.

- Agora não querido, papai vai tratar de negócios.

- O que é negócios mamãe? - pergunta o garoto.

- São coisas que crianças não podem saber - disse a mãe sem ao menos saber também o que significaria. Mal sabia que se tratava do seu próprio filho.

**********

O cliente na maca começa a se estabilizar, a onda de espanto e pavor cessa em toda a clínica. Um homem corpulento de olhos escuros entra na sala, seus cabelos loiros descem sobre seus ombros.

In the DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora