Capitulo 1

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O sol nascia, refletido pela água do mar, no horizonte, a vista perfeita para olhos que mal haviam acordado, mas quem tinha o privilégio não se importava, não admirava o nascer do dia, afinal era só mais um dia de tantos outros.

Alfonso estava acordado parado diante a grande janela da suíte principal da sua mansão, janela esta que dava para o mar, para a vista perfeita, a casa era no alto de uma colina e o mar logo abaixo, o terreno era tão grande que chegava a praia, sua praia, a qual batizou de Pequena Imensidão, porque sua ex-mulher dizia que os sonhos não cabiam nela e, numa noite de amor ela sussurrou essas mesmas palavras e, então em sua homenagem a praia se tornou a sua pequena imensidão.

Ele olhava a paisagem sem enxergar a magia que consistia no nascer de um novo dia, na vida que mais uma vez vencia, ele apenas deixava os pensamentos voarem, para que logo se esconderem e lá ficarem por um bom tempo. Ele olhava o dia desejando ser noite, ele olhava desejando que o tempo tivesse parado há dois anos atrás, que o tempo tivesse dado tempo, mas ele não podia e então fechando os olhos respirou fundo, no mesmo instante que os pensamentos voltaram para seus esconderijos e então rumou para o banheiro.

Já pronto e em frente ao espelho ele agora era um homem de terno e gravata, um homem de negócios, nada mais, nada menos, desceu em direção a sala de jantar e se sentando na cadeira principal, perguntou a emprega que se encontrava ali:

- Cadê Ana Luisa?

- Ainda se encontra no quarto, terminando de se arrumar. – Respondeu, olhando para o chão, a empregada.

- Então a apresse – Ordenou.

Era sempre assim os empregados abaixavam a cabeça para ele, o obedeciam mesmo que fossem 3:00 da madrugada de um domingo, mas não era respeito, era porque acima de tudo eles precisavam daquele emprego, afinal não era todo dia que se encontrava um emprego bom, mesmo com um patrão daquele.

Enquanto isso.

Uma menininha de cabelos castanhos acordava, abrindo os olhos, um por um, logo as mãozinhas coçavam os mesmos, sentando-se, procurando com os olhos algo, mas logo os olhos baixaram olhando o edredom de fadinhas, contornando com um dedo umas das pequenas fadas, a decepção era evidente naquela cena, naquele rostinho, que mesmo escondido pelos cabelos, se notava.

- Bom dia Aninha! – Desejou feliz a babá – Vamos levantar, temos um grande dia hoje, não achas? – Tentou animar a menininha.

- Bom dia Ma – Desejou ainda triste – Temos? – Perguntou sem ânimo.

- É lógico que temos – Começou num tom alegre – Hoje é o seu primeiro dia de aula, não tá animada para rever os amiguinhos e conhecer a nova professora? – Pegou-a no colo.

- Acho que tô. – Falou baixo sem animação.

- Ah! Vamos lá, vai ser divertido – Fez cócegas nela.

A menininha riu pela primeira vez naquela manhã, e então a babá levou-a ao banheiro onde entre brincadeiras a menininha tomou banho, logo se encontravam, a menina com o uniforme do colégio e a babá arrumando os cabelos da mesma, que ria, e mais uma vez ela esqueceu o que tanto a decepcionava.

...

A empregada pediu licença e saiu em direção a escadaria, onde encontrou a menininha descendo as escadas, sorridente segurando uma das mãos da babá e pulando os degraus, sorriu, tão linda.

-Bom dia – Desejou - Seu pai a espera Ana Luisa. – Informou.

- Bom dia – Disseram em coro Ana Luisa e a Babá.

O Lugar Perfeito Pro Amo ViverWhere stories live. Discover now