Capítulo 2

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Naquela manhã Alfonso não conseguiu trabalhar, ficara pensativo, pensando na filha, na ex-mulher e, de como ele só tinha a ela, a sua pequena Ana Luísa e, no entanto mal a via, mal falava com ela, nem brincava, nem dava carinho como um pai deveria fazer, lembrou-se da cena no café da manhã que ela o recebeu com um feliz bom dia, num sorriso doce enquanto ele foi duro e serio, depois veio à imagem dela vendo os pais se despedirem e ele não, até que ele voltou e ela o recebeu num abraço apertado, logo as palavras, "queria brincar, eu e você" faladas baixas e com olhos inseguros, então um pensamento horrível veio na cabeça, a filha tinha medo dele, se não tinha estava próximo e, ele irritado com o pensamento e as próprias atitudes, levantou bruscamente da cadeira fazendo com que a mesma caísse, pegou o casaco do terno e saiu da empresa sem avisar ninguém.

Andava distraído pelas ruas até que parou numa praça próxima e sentou-se no banco, ficou ali sentado, olhando o chão, perdido em pensamentos, por minutos, muitos minutos, foi quando uma bola colorida apareceu nos seus pés e, ele levantou o olhar procurando o dono ou a dona, mas não achou ninguém aparente, pegou a bola e ficou olhando e, mais uma vez se perdeu em pensamentos, até que ouviu uma voz:

- Moço – chamou a atenção de Alfonso que a olhou – essa bola é minha, me desculpe se ela bateu em você, mas, por favor, pode me devolver? – perguntou insegura e com os olhinhos baixos.

- Claro – respondeu sorrindo e entregou a bola à menininha de cabelos loirinhos e a viu se afastar pulando.

Foi quando ele notou que a praça inteira estava cheia de crianças correndo de um lado para o outro, felizes, com os pais, com babás, ele viu a mãe correr atrás da filha numa brincadeira divertida e então lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, os pensamentos machucando-o e logo ele já chorava abertamente e, mais uma vez os minutos se passaram.

Decidido a mudar Alfonso levantou e foi em direção ao shopping que ficava próximo da empresa dele, entrando procurou uma loja de brinquedos, na loja procurou um jogo da idade da filha para que eles pudessem jogar juntos, viu uma boneca linda e também a pegou, depois de muito olhar a loja, saiu de lá com três pacotes embrulhados, hoje ele mudaria e, imaginou a filha sorrindo feliz, então ele se sentiu feliz de novo.

O tempo passou, a tarde Alfonso fez todo o serviço o mais rápido que pode, dando prioridade aos mais importantes, os fáceis passava para alguém ou deixava para amanhã, o importante é que ele chegasse cedo em casa e, foi assim que passou a tarde trabalhando dobrado.

...

Ana Luísa passou a tarde fazendo os deveres do colégio, brincando com a babá e até tirou um cochilo.

Ás 18 horas Ana Luísa acordou eufórica, mas quando viu que estava tudo escuro ficou preocupada, o jantar com o pai. Levantou correndo buscando pela babá.

- Ma! – gritava Aninha pela casa.

- Ma!...

-Ma!...

- Ma! – gritou pela ultima vez chorando.

Aninha sentou no ultimo degrau da escada chorando, não achara a babá, ficou minutos ali, até que ouviu o barulho da porta da frente e saiu em disparada para lá era ela, com certeza.

Alfonso entrava em casa, quando se virou para ir em direção as escadas viu a filha entrar correndo e chorando, sua expressão de cansado mudou para preocupado, ele jogou as chaves de pressa na mesa que ficava por ali e, se aproximou de pressa da filha que havia parado de andar e de chorar, parecia assustada. Se agachando e pegando-a no colo, perguntou?

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