" Às vezes, eu só tenho medo do tempo. Medo de quem ele leva e do que ele apaga... ".
(Rafael Silveira).
O medo a consumia, ela envolvia seus pequenos braços em volta de suas pernas.
A dor era grande, mas a pequena não sabia se doía mais seu corpo ou seu coração, pela falta de amor ou por ter apanhado tanto...
Com certeza a falta de amor supera qualquer dor física. Além do mais, dor física melhora, já a falta de carinho cresce, destruindo tudo que um dia existiu.
Não podia fazer nada além de esperar ele voltar, aquela pessoa que a fazia tanto mau.
[...]
Passos se eram ouvidos cada vez mais próximo, ela se encolhia mais e mais, prevendo como seria suas próximas horas.
Seu choro aumentou a partir do momento em que alguém toca seu braço, mas diferente do que pensava uma voz feminina e doce se foi ouvida.
"Está tudo bem, olhe para mim"- A mais velha fala.
A menina com medo a encara e, mesmo sem falar uma palavra consegue dizer tudo com um simples olhar.
"Tudo bem criança, vou te tirar daqui".
A mais velha a puxa para um abraço, sendo esse abraço a maior demonstração de afeto que a pequena teve em seus longos oito anos de vida.
Mais que dali um tempo não significaria mais nada.
[...]
Já no carro da policial agora intitulada como Rebecca, a menina comia um simples pão, mesmo sendo apenas um pão ela comia como se fosse a melhor coisa do mundo.
Durante os anos que ficou trancafiada no local não comia muito e o que comia era simplesmente horrível.
"Anjo, qual o seu nome?".
A policial pergunta depois da criança ter comido.
"Ta... Ta... Tayla, meu nome é Tayla".
"Que nome lindo pequena".
"... Eu te amo Becca".- A garota fala.
"Becca?".
"Não gostou? Des... desculpa".
"Eu adorei Tay, e eu também te amo".
"Você vai me machucar?".
"Claro que não".
"Então Becca, eu te amo de verdade".
[...]
Rebecca estacionou o carro em frente a delegacia.
As duas saíram do carro e entraram em uma das sala.
Tayla havia gostado de Rebecca, mais achava estranho tudo o que estava acontecendo.
A garota sentou na cadeira que tinha ali e fitou o chão, lembrando de tudo que já havia acontecido com si mesma, estava tão concentrada que não ouviu a conversa de Becca com a assistente social.
"Ela vai para o orfanato?".
"Sim ela irá".
"Eu poderia ficar com ela?".
"Poderá ficar com ela se for aprovada pelo sistema, por agora ela terá que ficar no orfanato".
"Ok, mas... vamos ver isso o mais rápido possível, não quero ela em um orfanato, Tayla já sofreu de mais nessa vida".
"Claro".-Concordou a assistente.-"Tayla... Tayla".-Chamou um pouco sem paciência.
Tay saiu de seus devaneios e olhou a assistente.
"Você pode me acompanhar até o carro?".
"Não".
"Por que?".
"Você vai me devolver para ele, E EU NÃO QUERO VOLTAR 'PRA ELE, ELE É MAU!
"Claro que não, você vai para um lugar cheio de crianças para brincar".
"MENTIRA É MENTIRA... Pessoas são más...".
A criança não terminou de falar pois chorava muito.
Com esse pequeno deslize a assistente pegou o braço da garota e começou a puxa-la para o carro.
Tayla chorava muito, ela não queria ir com a moça, queria ficar, queria ficar com a Becca.
Já dentro do carro, a garota ficou mais desesperada batia no vidro pedindo ajuda.
Passou um tempo cansou de bater no vidro então só chorava.
Chegando no orfanato a assistente abre a porta do carro e Tayla sai de dentro ainda chorando.
Entrando no orfanato ela percebeu o olhar curioso das crianças e adolescentes sobre si, ficou envergonhada e olhou para baixo.
"Tayla olha para mim".-Falou autoritária.
No mesmo momento Tayla olha, tinha medo de apanhar como antes.
"Fica aqui eu já volto".
"Você não vai voltar, né?
A assistente a olha estranho.
"O que?".
"Meu pai me disse a mesma coisa... e nunca mais voltou".
"Eu só vou ali, a Talila vai ficar aqui com você".
A assistente saiu e uma garota se aproximou.
Ela era adolescente tinha uns 15 anos era baixa tinha cabelos enrolados e era morena, linda na visão de Tayla.
"Oi, eu sou a Talila mais pode me chamar de Lila".
"Oi".
"Qual o seu nome".
"Tayla".
"Nome bonito".
"Obrigada".
"Você não é de fala né".
"Não sou acostumada com pessoas em volta de mim, sempre fui sozinha".
"Ok... você quer que eu cuide de seu machucado?".
"Machucado?".
"Sim, esse aqui".
Disse apontando para o braço de Tayla.
"Não é nada".
"Nada? Isso 'ta bem roxo".
"Já tive piores".
"Quantos anos você tem Tayla?".
"Oito".
"É... você quer conhecer o orfanato?".
"Pode ser".
" O tempo tem uma forma maravilhosa de nos mostrar o que realmente importa ".
(Caio Fernando Abreu).
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Aceito críticas construtivas. Até o próximo capítulo.
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Help Me, I'm Afraid
FanfictionPor medo, as pessoas precisam esconder o que elas sentem, o que elas são, o quanto elas sofrem. O medo rouba sonhos, destrói esperanças e te impede de viver. Vai deixar o medo vencer? Plágio é crime. Pode haver erros de ortografia.