Meu nome é Liam Parker. Eu era um garoto normal de uma cidade qualquer do Hemisfério Sul. Mas essas coisas não vêm ao caso. Eu era dedicado, era atencioso, eu era bom no que fazia. É, eu era. Isso mesmo. Até eu morrer.
Morava com meus pais na zona movimentada da cidade. Estudava a noite e trabalhava durante o dia. Sim, por mais que eu fosse um mero Florence, eu amava o que fazia, na verdade eu amo o que faço, porque essa minha vida começou a poucos meses. Agora eu sou um, nada mais, nada menos que um Vampiro e essa é minha história.
Tudo começou em um belo dia de trabalho. Parecia ser um caso qualquer. Fui chamado para verificar um corpo encontrado em uma viela nos arredores da Catedral. Eu e meu parceiro, na verdade é o meu chefe, Eduardo, fomos até o local. Chegando lá, era uma pobre mulher com metade do corpo mutilado e quase sem sangue algum nas veias. Claro, pensaram que o sangue tinha se esvaziado devido aos ferimentos. Porem eu percebi que a mancha de sangue no chão era muito pequena para cerca de quase 7 litros de sangue que um ser humano pode ter em seu corpo, ou pelo menos é isso que eu acho. Não prestava muita atenção nas aulas.
— Pode ter sido ataque de algum animal? – Perguntou o Eduardo.
— Você sabe que eu entendo um pouco sobre animal, e até o momento não sei dizer se isso pode ter sido um animal ou não. Iremos precisar de alguns exames. Sabemos que animais tem certas toxinas que podem deixar no corpo da vítima. Uns exames de toxinas e de DNA para começar. Ela pareceu ter lutado. – Falei levantando a mão dela. – Veja só, temos umas unas lascadas e outras quebradas, o que indica que ela lutou com seu agressor. Então, ela pode ter o ferido. O que me leva a creditar que o sangue nas mãos dela, pode não ser apenas dela.
— Você aprende rápido. – Falou o Eduardo levantando.
Os detetives que pegaram o caso chegaram até onde estávamos.
— Será que foi ataque de animal? – Perguntou um deles.
— Até o momento é o que tudo indica. Mas precisaremos de alguns exames antes de elaborar um relatório sobre o que pode ter acontecido.
— Assim que puder nos envie tudo que descobrir, iremos pegar alguns depoimentos. – Falou o outro detetive.
Assim que os detetives foram embora ele virou para mim.
— Você consegue ir na frente? Preciso passar em casa, minha esposa precisa de uma ajudinha com o Caíque. – Perguntou ele.
— Claro. – falei por fim.
Depois de alguns minutos eu me encontrava no laboratório com o corpo da vítima do lado, em uma maca, dentro do famoso saco preto. Coloquei as luvas e abrir o pacote. Realmente ela estava péssima.
— Coitada de você, minha querida.
Puxei uma cadeira e me sentei ao lado dela. Comecei a examinar todo o corpo dela. Ainda não dava para ver muita coisa, o sangue atrapalhava, seria necessário esperar o Eduardo chegar para limparmos o corpo. Mas uma coisa eu poderia já adiantar. Ela não perdeu o sangue devido os ferimentos. Quando eu virei ela de costas, a parte de baixo estava completamente limpa, o que me levou a pergunta. Se o sangue escorreu pelos ferimentos, ele deveria ter se acumulado embaixo dela, o que a deixaria com a parte das costas completamente sujas, mas aqui isso não aconteceu. As marcas de agressões no corpo dela pareciam que tinham sido forjadas com o intuito de acobertar algo. Eu então comecei a procurar por coisas estranhas ao redor do ferimento, foi então que encontrei um pequeno furo na garganta dela, algo que não deveria estar ali. Algo que me fez pensar que foi por ali que todo o sangue saiu.
Eu me afastei com um sorriso incrédulo no rosto, me achando completamente louco sobre o que eu estava pensando. E foi então que comecei a elaborar um relatório meio que não verídico. Eu precisava voltar na cena do crime e procurar por mais provas.
Eu sabia que o Eduardo iria acreditar no começo do relatório que criei, e não iria mais chegar perto da garganta da moça, que era o local que eu não queria que ele olhasse.
Quando a noite chegou eu sair de casa, disse para meus pais que iria para a escola, mas na verdade eu precisava ir até a viela e procurar por algo que não devesse estar ali, igual todas as cenas de crime que visitei nos últimos meses. Era algo que eu não deveria fazer fora do meu horário de trabalho, mas quem saberia? Pensariam que era apenas um adolescente curioso qualquer atrás de aventura.
Acendi a luz da lanterna do meu celular e comecei a procurar por coisa. Não demorou muito e a luz da lanterna me mostrou um relevo no chão, quando me aproximei eu percebi que no montinho de areia tinha uma pequena pegada, e amassado na marca tinha uma pequena folha. Eu a apeguei, estava fresca. Levei até o nariz e percebi que tinha um cheiro muito familiar. Era de uma arvore que tinha do lado de fora do Cemitério local, a poucas quadras dali.
Sentir um pequeno arrepio e algo interno me dizia que eu deveria ir até lá, porem meu corpo dizia que não era uma boa ideia. Mas, levado pelo meu instinto do futuro detetive que eu seria, eu comecei a caminhar em direção ao cemitério. A adrenalina tomou conta do meu corpo o que fez eu caminhar um pouco mais rápido. Quando dei por mim estava em frente ao cemitério, mas eu não entraria, não mexeria com os mortos. Eu fui para o local onde tinha a certa arvore. Quando cheguei nela eu notei várias pegadas debaixo de suas sombras e comecei a procurar por algo com a lanterna do meu celular.
Então senhores, é aqui que a minha vida acabou, no exato momento que eu ouvir os galhos balançarem e alguém pular atrás de mim. Eu estava agachado e comecei a levantar e me virei lentamente. Vi então um homem encostado no muro, não conseguia ver o rosto dele, e não ousei levantar a luz do celular, eu praticamente travei.
— Você não deveria estar aqui. – eu ouvir ele falar, mas não conseguia falar nada – Sabe, foi a primeira vez que alguém foi tão longe depois de encontrar uns dos corpos que do qual me alimentei.
Ao ouvir isso eu tremi.
— Simplesmente acho impressionante você ter ido tão longe, mas infelizmente acho uma pena ao mesmo tempo, pois terei que matá-lo.
Nesse momento meu corpo resolveu acordar, mas já era tarde. Quando eu me virei para sair das sombras e correr, ele me pegou por trás, colocando a mão na minha boca, e depois sentir apenas uma dor no meu pescoço, algo rasgava minha garganta e sentir meu sangue saindo do meu corpo. Eu sentia o sangue escorrer em meu corpo. E logo sentir meu corpo ficar dormente, meus olhos começaram a se fechar, e logo tudo se tornou escuridão. Minha vida tinha chegado ao fim.
Eu abrir os olhos e ainda era noite, foi então que me lembrei onde estava. Eu ainda estava sobre as sombras da arvore, mas estava sozinho. Passei a mão no meu pescoço e não continha nenhuma mordida. O que me levou a pensar que eu tinha caído e tido um pesadelo, mas ao olhar para minha camisa ensanguentada eu percebi que não era um sonho, pois me lembro muito, ela estava suja de sangue, da mesma forma que eu tinha visto antes de desmaiar.
Eu levantei um pouco zonzo e seguir caminhando até minha casa, por sorte ninguém me viu, a rua estava deserta. Entrei pelas portas dos fundos e seguir para meu quarto. Arranquei minha camisa suja e joguei no saco de lixo. Deitei na minha cama e em seguida eu acho, que dormir.
Acordei pela manhã e não me atrevi a abrir o saco de lixo para ver se realmente era verdade ou se tinha sido um pesadelo. Eu fui até a janela do meu quarto e a abrir. Foi como colocar o rosto em uma chama de fogo. Tudo queimou com a luz do sol. A dor foi tão intensa que não conseguir fechar a janela novamente apenas fugir da luz e mês escondi atrás das cortinas. Eu queria não acreditar, queria que tudo fosse mentira, eu queria ter morrido de verdade, mas não queria isso. Eu não queria ter me tornado um mostro, ter me tornado um Vampiro.
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Natural Enemies
VampireA história é narrada pelo próprio, Liam Parker, um pequeno estudante que teve sua vida arrancada ao investigar um assassinato muito diferente dos outros. A vítima, teve seu sangue todo drenado do corpo. Isso deixou ele confuso, e por ser um Legista...