Capítulo 8

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- O que é que estás aqui a fazer? - Questiona Thomas, já junto a nossa mesa, enquanto intercala o olhar entre mim e o rapaz de negro à minha frente.

- O mesmo que tu, suponho... - Respondo entre risos de embaraço e nervosismo.

- Pois... - Responde meio desconfiado, mesmo sabendo que não tenho grande coisa a esconder. Afinal sou só uma rapariga que saiu do colégio privado onde reside para se encontrar casualmente com um rapaz que por acaso não pertence ao campus e que por acaso está todo de preto também - e que, por acaso, é uma cor que lhe assenta mesmo bem –, no McDonald's mais perto de si.

Fica um ambiente constrangedor entre os três e percebo que ainda não apresentei Thomas a Nathan.

- Thomas, este é o Nathan. Um... - Tento pensar numa relação não suspeita que possa inventar, tendo em conta a nossa real relação.

-...amigo de família. - Completa num tom quase rude.

- Ah... Estou a ver... - Riposta, olhando-o de cima abaixo num modo desdenhoso.

- Falamos mais tarde Oly. Pareces ter uma coisinha ou outra para explicares.

Oly? Ele nunca me chamou Oly...

Pensei em responder, mas isso só faria com que Thomas permanecesse lá, então decidi calar-me e sorrir-lhe, incitando-o a voltar para o pé dos amigos que se tinham ido sentar a umas duas mesas de distância, mais perto da luz e da visibilidade de qualquer um.

- Quem é o atrasado mental? - Interroga Nathan.

- Ciúmes, querido? - Respondo com as mesmas palavras que este usara ainda há bocado depois da loiraça nos deixar com as nossas refeições.

- Acho que não percebeste a parte de o achar um retardado mental. Não tenho motivos para ter ciúmes.

- Ainda bem... - Riposto com uma risada e pego na minha bebida.

- Então? - Olha para mim à espera de uma resposta – Quem é o rapaz? São amigos, conhecidos, ex namorados...

- Tu tens os teus mistérios... e eu tenho os meus... - Encolho os ombros provocadoramente.

- Ah, então tu queres jogar esse jogo. Ora mui...

- Mudando de assunto – Interrompo Nathan - e agora a falar mais a sério, algo que toda a gente sabe que consegues fazer, i mean...

- Sim? - Interrompe-me a mim desta vez. - O que é que queres perguntar?

Observo as suas feições atingirem um tom mais sério, provavelmente a pensar na melhor maneira de me dizer o que diz sempre. Contudo, resolvo arriscar.

- O que é que nos estamos realmente aqui a fazer? A verdadeira razão da tua súbita mudança de feições no ringue. Afinal, sejamos realistas, ninguém muda tão rapidamente de uma pseudo tristeza para grande excitação para vir a um péssimo restaurante. - Nem que este inclua estúpidas encantadoras de rapazes como a minha querida amigas.

- Olha, Olivia. - Diz antes de suspirar profundamente. - Eu...

- Sim, eu sei, eu sei, coisas secretas que ninguém sabe nem pode saber, já sei. Não sei porque é que pensei que a tua resposta mudaria um bocadinho por uma vez que fosse...

Ele pareceu refletir por um bocado no assunto, mas não consegui descodificar mais nada das suas feições uma vez que pareceu adotar a sua faceta séria outra vez, como parecia fazer sempre que eu tentava aproximar-me mais ou fazer perguntas em que pisava mais o risco.

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⏰ Última atualização: Aug 13, 2017 ⏰

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