CAPÍTULO OITO: O COMPORTAMENTO DE WILL

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Pelas 7:30 daquela manhã de domingo, Daisy acordou com a voz de Lily pedindo que levantasse:

- Por favor, me ajuda!

Ao abrir os olhos, Daisy viu uma enorme pilha de livros, cadernos e papéis em cima da cama de Lily.

- Isso tudo é dever para amanhã?

- Sim, e atividades que eu não terminei na sala.

Quando ouviu isso, Daisy deu um pulo, e disse:

- Vamos começar logo, temos muito a fazer.

Daisy ajudou Lily. Elas nem tomaram café, para não perder tempo. Elas gastaram a manhã toda, mas na altura do almoço elas já haviam terminado. Assim que todo estava feito, Lily exclamou:

- Obrigada Deus, você me deu uma amiga nerd com memória fotográfica para me acudir!

Daisy riu. Elas desceram para almoçar, estavam famintas. O grupo já estava sentado na mesa, eles se juntaram a eles com o prato cheio.

- Onde vocês estavam? – Ted perguntou

- Eu deixei muito dever acumulado, e Daisy me ajudou. Estávamos fazendo dever desde das 7:30.

Eles nem disseram uma palavra durante o almoço. Daisy e Lily devoravam tudo como se não tivessem comido nada por semanas.

Depois do almoço, já satisfeitos, eles se reuniram na praça. Will, Daisy e Lily sentaram no banco da fonte, e Ted e Maggie sentaram ao lado. O dia estava bonito e claro, alguns garotos faziam aquecimentos com uma bola de futebol americano. Maggie os observou e perguntou:

- Por que eles estão fazendo isso?

- Os testes para o time já estão começando, como eu estive no time ano passado eu não preciso fazer o teste. – Ted respondeu.

Ted mal tinha acabado de terminar sua resposta quando a bola veio voando em direção ao grupo e bateu com força em Daisy, empurrando-a em direção à água. Tudo foi muito rápido, tudo que eles conseguiram ver foi Daisy sendo puxada por Will, uma fração de segundo antes de cair na fonte. Todos ficaram muito surpresos com os rápidos reflexos de Will, percebendo isso ele falou:

- Que é? Quando se desenha todo o dia e ainda cresce com uma irmã que ama jogar coisas em você desde pequena, desenvolve-se reflexos.

Eles riram com explicação de Will. Em seguida, Daisy agradeceu apropriadamente a Will por tê-la puxado bem a tempo.

Will, claramente tentando mudar de assunto, falou:

- Então Lil, como vai à operação "Integrar Daisy ao Mundo Atual"

- Bem, estou planejando apresentar Daisy a algo chamado música.

- Ei! Eu conheço música! Eu tinha um pequeno rádio velho lá em casa. E também li muito sobre isso. – Daisy interrompeu.

- Música de verdade. Que nomes de músicas você sabe?

Daisy demorou um pouco para responder:

- Está bem!

- Hey! E a operação continua! Estou tão animada!

- Falando em animação, falta, o que? Se hoje é dia 7, faltam 10 dias para seus aniversários. – Ted comentou, dirigindo-se para Will e Lily.

- Realmente. Nem percebi o quão rápido o tempo passa. – Lily respondeu.

- Vocês fazem aniversário dia 17? – Daisy perguntou

- É sim, fazer aniversário em uma quarta-feira, não é muito legal.

- Então vocês são dois dias mais velhos do que eu.

- Legal. Você faz aniversário dia 19.

- De fato.

Eles conversaram por um longo tempo, quando perceberam já eram 18:30. Eles jantaram, subiram, arrumaram suas coisas e foram dormir.

Daisy dormiu feliz com nunca. Ela tinha uma vida maravilhosa, com a qual nem havia sonhado, tinha amigos, uma ótima escola e mal vivia apertos. Para ela sua vida estava perfeita.




A segunda-feira foi quase idêntica à última, exceto, pela aula de química. Will, que não aparecera no intervalo, chegou atrasado, com um comportamento esquisito que prejudicou o desempenho dele na aula.

Após as aulas, Daisy foi para a biblioteca fazer os deveres, pois sabia que a turma estava na praça, e ela precisava de um lugar sem distrações. A biblioteca era gigante, com livros de todos os tamanhos e gêneros, muito diferente da biblioteca de sua escola, que não possuía mais de cem livros, antes de ser fechada. Ela ficou lá por meia hora, fez o dever de química, de cálculo avançado e fez a pesquisa de história. Saiu, guardou suas coisas no escaninho e dirigiu-se para a praça.

Will não estava presente. Lily, Maggie e Ted conversavam normalmente. Quando Daisy chegou, perguntou:

- Onde está Will?

- Não sabemos. – Lily respondeu – pensávamos que estava com você, mas obviamente não está.

- Ele também não está no quarto. – Ted comentou.

- Vocês falaram com ele depois do intervalo? Ele estava com um comportamento esquisito na aula de química.

- Não falamos não, nós todos fazemos atividades extracurriculares quando vocês fazem aula de química, e depois ele tem artes. – Lily respondeu.

Daisy ouvindo a resposta de Lily, raciocinou rápido e andou depressa, conduzindo- se nos corredores do prédio principal. Até chegar a uma porta de madeira, qual abriu cuidadosamente sem fazer o menor barulho.

Will estava sentado no fundo da sala, desenhado em um papel, ele não notara a presença de Daisy. Ela se aproximou devagar, Will estava muito concentrado no desenho e continuou a não reparar.

Daisy espiou o desenho. Era um campo dividido entre plantas grandes e plantas pequenas. As grandes eram saudáveis e imponentes, do seu lado do campo, chovia. Já as pequenas estavam secas e murchas, precisavam de água, mas não chovia.

Daisy, expressou-se, de modo calmo com tom de voz baixo:

- Uau!

Will virou-se, surpreso, perguntou:

- Há quanto tempo você está aí?

- Não há muito.

- Como me encontrou?

- Quando soube que teve aula de artes, lembrei-me que sempre quando estou nervosa ou ansiosa ou algo do tipo, eu leio. Pelo visto, artes é para você o que leitura é para mim. – Fez uma pausa, e continuou – O que aconteceu?

- Não quero falar sobre isso.

- Tudo bem. Você já falou tudo para mim.

- Como assim?

- Seu desenho, já me explicou tudo. Não sabia que você era tão bom assim, Will. Várias pessoas podem desenhar bem, mas poucas conseguem expressar-se pelo desenho, foi isso o que você fez, você tem um dom muito especial. E se permite dizer, esse é um dos mais belos desenhos que já vi.

- Obrigado.

- Como vai chama-lo?

- Injustiça.

- É um bom nome para um desenho. Já acabou?

- Sim. Só falta assinar

Pegou no lápis e assinou Will Miller no canto, com uma letra impecável. E guardou o desenho cuidadosamente na sua mochila. Os dois saíram da sala de artes conversando e se reuniram na praça com o grupo. Daisy explicou porque saiu depressa, mas não tocou no assunto da pintura e nem na esquisitice do amigo. Will, por sua vez, disse que estava fazendo um trabalho de artes, a verdadeira história ficaria só entre ele e Daisy.

Um ano que prometeOnde histórias criam vida. Descubra agora