capítulo 1

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"I swore
I swore I would be true
And honey, so did you
So why were you holding her hand?"-linger

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Abafo os sons de gritos com meu travesseiro, tento ao máximo não chorar por escutas os gritos de minha mãe e não poder fazer nada, como sempre aconteceu outra vez , ele chegou tarde, bêbado e drogado e descontou tudo em minha mãe, corri para meu quarto quando percebi que ele havia chegado.

Minha mãe como sempre foi tentar falar com ele, o cheiro de maconha misturado com bebida era forte e se sentia de longe.
Nós nunca sabíamos com o que ele trabalha, ele sempre nos bate quando perguntamos, mas sabemos que é com tráfico.
Escuto som de vidro quebrando, o choro da minha mãe e alto e da pra ouvir o som dele estapear ela.
Sinto lágrimas em meus olhos, já estava com os olhos inchados de tanto chorar, e olheiras profundas por mais uma noite de sono perdida, o som das agressões para é e a única coisa que eu escuto agora é o choro abafado.
Levanto da minha cama devagar, tentando ao máximo não fazer barulho, ando ate a porta destrancando ela com cuidado, abro ou pouco e vejo que minha mãe está jogada aos pés do sofá, sua cabeça está apoiada no mesmo, vejo que seu rosto está vermelho, mostrando perfeitamente as marcas das mãos fortes do monstro que eu tenho vergonha de chamar de pai.
Tem um pouco de sangue no canto de sua boca, escuto o som do chuveiro, por sorte ele está no banho, sempre que eu saio do meu quarto depois das agressões e ele me vê me bate também.

Sempre me pergunto como minha mãe ainda continua com ele?

Mas isso é normal em plena periferia, onde a pobreza não é algo raro que sempre faz com que as pessoas tomem decisões idiotas.

Ando ate minha mãe e a abraço, choramos juntas durante pouco tempo que parece eternidade.

Escuto o som do meu pai xingando dentro do banheiro, logo logo ele sairia dele e eu precisava tirar minha mãe daqui.
Ajudo minha mãe levantar e levo ela para o quarto dela, ajudando ela a deitar na cama, escuto o som do chuveiro desligando, dou um beijo e minha mãe e a deixo lá, chorando por mais um dia.
Tento dormi durante toda a noite, o que é impossível, o medo de escutar minha mãe apanhando dinovo e grande.
Dormi muito pouco, e quando é cedo escuto meu celular despertar. A minha escola não era muito longe, era dentro da favela mesmo, eu sou uma garota de poucos amigos, mas os que tenho são para a vida toda. Greta e minha melhor amiga desde meus 10 anos, fazemos tudo junto, ela me entende, e eu entendo ela.
Tenho também Rogério que também é meu amigo de infância, ele sempre me protegeu das encrencas já que ele é o dobro do meu tamanha, e o triplo de força, Greta gosta dele desde de que eu apresentei os dois, sempre andamos juntos, como minha professora chama, somos o "trio parada dura" Rogério e Greta são 1 ano mais velhos que eu, enquanto eu tenho 16, eles têm 17, mas estamos no mesmo ano, só que em salas diferentes.

Este é meu penúltimo ano na escola, eu amo estudar, e sonho ser médica, para poder trazer atendimento aqui, que é um lugar muito difícil.

Levanto e me olho no espelho, havia olheiras ao redor de meus olhos que mais pareciam que eu tinha apanhado, visto meu uniforme que é sempre uma calça jeans e a camiseta branca com o símbolo da escola, meu cabelo estava razoável hoje, apesar de ser liso, ele é bastante ondulado, o que faz com que ele acorde como um leão as vezes, coloco meu óculos de grau e saio pra escola, a cada passo que dou dentro da favela mais eu desejo ir embora daqui, também existe pessoas boas, só que a maioria da parte que eu moro são traficantes, bandidos.
Paro em frente a casa da Greta e chamo por ela, sempre vamos juntas a escola, dona Nina abre um sorriso gentil ao me ver.
-oh, rosa tudo bem? Entre? Greta está acabando de se arrumar. Diz dona Rita, ela é uma senhora adorável, tem em torno de 40 anos, ela é como uma segunda mãe, sempre que a situação piora na minha casa eu durmo na casa da gema, nina e uma grande amiga de minha mãe.

Entro na cozinha e vejo Greta tomando café, a mesma come com pressa, ela sabe que temos apenas 15 minutos e que temos prova no primeiro horário.

- b..om di..a!. Diz Greta com a boca cheia de pão. Rio dela, Greta sempre fora sem frescuras, e basicamente um homem em corpo de mulher.

- bom dia, estamos atrasadas!- digo ficando seria- temos prova de biologia na primeiro horario. Ela assente, bebe um pouco de suco antes de falar.

- eu sei, acordei atrasada hoje! Estudou?

- sim!. Digo dando um suspiro logo em seguida, eu me sentia cansada, e estava notável só de olhar para mim.

-aconteceu de novo né ?. Ela me conhecia muito bem, sabia quando tinha algo de errado.

-sim, isso está se tornando cada vez mais frequente. Digo suspirando, eu estava cansada de tudo isso, também tinha o problema do meu irmão.

Já fazia 2 dias que ele não voltava para casa e eu sei muito bem onde ele está, só não vou lá por que é muito perigoso, as pessoas roubam de seus entes para manter o vício, imagina de uma desconhecida.

Eu não quero essa vida para mim, sonho em construir uma família bem longe desse lugar, sem mortes, sem tiros, sem vingança.

Quero ter filhos, quero que eles cresçam longe de tudo isso, Greta percebe que não quero conversa sobre isso, por isso só assente, ela levanta da mesa pega a mochila e sai me arrastando para fora, andamos em passos rápidos rumo a escola, eu odeio chegar atrasada, e muito difícil encontrar lugar quando se chega atrasada, chegamos em frente ao portão velho e todo rabiscado, vários alunos estavam entrando, faltava apenas 5 minutos, Greta parou para conversar com Olivia que também era amiga dela, eu sempre fui uma pessoa fechada, desde pequena sofro meio que preconceito na escola, e olivia nunca gostoude mim, sempre pegou no meu pe desde de que eu a conheco, mas infelizmente ela e greta são da mesma sala, e os professores colocaram ela em um mesmo grupo de estudo, então elas se falavam as vezes, mas só com a greta já que todos como sempre me acham estranha pelo meu geito, mas com o tempo conheci Rogério e Greta e minha vida melhorou muito, mas não totalmente.

Greta conversa junto com Olivia, tento ao máximo focar minha atenção no assunto, mas algo me impede, me sinto observada, o peso de um par de olhos em minhas costas, sinto um calafrio por minha espinha. Me viro para ver o que tanto me incomoda é o vejo...

Tradução da frase :

"Eu jurei
Eu jurei que seria sincera
E querido, você também jurou
Então porque você estava segurando a mão dela?"

Rosas (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora