Dois

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-E foi assim que tudo aconteceu, eu saí da cidade com você para a vila, o senhor Fernandes nunca me procurou, e nem eu procurei por ele. Ninguém sabe quem você é, eu desapareci com você por muito tempo. Agora aqui estamos, você ja tem 17 anos e está crescida quase uma mulher foi difícil para mim do dia para noite virar mãe mas não me arrependo eu te amo como se fosse minha filha. - Ela chora e me abraça.

Mas eu não derramei uma lágrima sequer,  saio correndo, monto no meu cavalo e saio desesperada para o unico lugar que me trás paz.

Meu pai me rejeitou, minha mãe morreu, meu Deus eu nem conheci minha mãe, nunca vi esse tal de Fernandes, mas já o odeio com todas as minhas forças. Ele me abandonou, nunca tive um pai para me ensinar ou me abraçar quando eu era pequena, quando voltava da escola machucada ou quando minhas coleguinhas zombavam de mim porque minha mãe era muito pobre e porque eu não tinha pai. Mas eu sempre tive, e ele está por aí bancando o dono do mundo.

Desço do cavalo e caminho até a pequena cachoeira, é o lugar mais bonito que eu conheço parece um paraíso. Me permito chorar e tirar toda a dor. Não tenho vergonha da minha mãe ser uma simples arrumadeira, mas me irrita o facto de eu ter uma família rica que nem ao menos deu a minima para mim.

Entro na água que está fria, aproveito para esquecer e afogar meus pensamentos nela. Mas ouço um estalar de folhas penso que pode ser Felipe o meu cavalo. Relaxo na água mais um pouco, quando dou conta já está escuro. Não queria, mas tenho que voltar para a vila. Apenas com a minha blusa vou caminhando para o meu cavalo tentando usar o short e as botas. Porém para a minha total surpresa alguém me interrompe.

- Ora mas que belezinha temos aqui. O que faz aqui sozinha a essa hora garota?

Elevo o olhar e dou de cara com 2 brutamontes asquerosos na minha frente, e eu estou só de blusa, merda, merda. Tento montar no cavalo mas sou puxada para trás.

-Quê isso mocinha, sua mãe não te ensinou a ter educação e responder as pessoas?

Tento soltar meu braço mas nada acontece, minha força quase que não existe perto do aperto que ele me dá. Meu Deus eu estou perdida.

-Me solta agora, você não sabe com quem está se metendo seu nojento.

-Hahaha então a mocinha sabe falar.- Ele me olha quase babando, que nojo.

-Deixa essa garota em paz cara a gente tem mais o que fazer. - O outro cara sinistro fala e eu começo a rezar para que me soltem.

- Cara você é cego só pode, agente está com a diversão garantida e você nem se emociona eu já tou quase devorando essa gazela com os olhos.

Mil vezes merda, preciso sair daqui.

- A gente vai arranjar problemas com o patrão se não fizermos logo o que ele nos mandou, vamo logo que já estamos atrasados.

- A gente vai mas levamos ela.

-Faz o que você quizer, mas vamo logo.

Começo a gritar, me esperneio, mordo o braço dele, soco e nada. Será que não tem ninguém por aqui para ouvir meu desespero?

-Cala essa boca garota.- o sinistro fala e eu grito mais ainda.

Eles param para combinar algo que não entendo e aproveito para chutar as bolas do que está segurando meu braço. Péssima ideia.

-haaaa sua vádia, você vai ter que fazer essa dor melhorar ou vai ficar sem uma perna- ele grita e me segura pelos cabelos me jogando no chão e em nenhum momento larga meu braço, com isso ele cai bem em cima de mim.

-Está doendo sua estúpida, vai ter que fazer essa dor passar.

-Me larga, ou vou chutar esses seus ovos de novo e vou fazer questão de estoura-los.

Sua cara é de dor. O outro homem só assiste tudo parado. Não comenta nada.

O homem que está por cima de mim me prende com as pernas de uma forma que não dá para me mexer direto, mas solto um braço e consigo arranhar a cara dele que escorre um fio de sangue agora. Com isso sua raiva só aumenta e ele rasga minha camisa, e minha calcinha. Começo a chorar e pedir ajuda mas não adianta.

Ele começa a penetrar em mim sem minha permissão e tudo que sinto é como se estivesse me rasgando. E sinto muita dor, uma mistura de raiva, desespero e nojo, um vazio ainda maior toma conta de mim. Estou acabada, eu só queria esfriar a cabeça e vim parar nos braços de dois nojentos.

- Chora cachorra, grita mais que assim eu sei que está gostando. - Ele faz com mais força e eu não paro de chorar e espernear.

Alguns minutos depois ele se levanta se limpa e me pega me arrastando de novo.

Continuo chorando e sim, eu estou pelada morrendo de vergonha, nojo. Quero morrer. O outro homem assistiu tudo e ficou calado apenas me fita, sinto que isso não é um bom sinal.

- Vou adorar domar essa selvagenzinha, ela é uma delícia.- os dois riem. E meu desespero só aumenta a cada minuto.

Eu preciso voltar para casa preciso me livrar desses nojentos.
Eles me arrastam até uma casa grande e velha. Parece ter muitos quartos. Tudo lá dentro está empoeirado e acabado. Não paro de chorar, eles me trancaram em um dos quartos. A casa é rodeada por mato do lado de fora não dá para ouvir nada.

-Socorro.....Socorro. por favor me tira daqui eu imploro. - acho que já passam horas que estou aqui trancada e completamente nua.

Me sento em um canto e começo a pensar o que mais pode acontecer de ruim.
É claro que eu sei, só estou rezando para me livrar dessa logo.

Selvagem VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora