Quatro

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                       Jorge Sampaio

— Vocês o quê? É melhor que não tenham desviado a atenção do trabalho que eu dei para vocês por causa de uma garotinha.

— O serviço foi bem feito patrão, o senhor sabe que a gente não brinca em trabalho. — O sorrisinho sarcástico desse homem me irrita, dá até vontade de dar um tiro no meio da fuça dele, porém ele é um dos meus melhores homens, eu só sairia perdendo.

— E que raio de garota é essa que vocês acharam? Melhor não ser filha de nenhum homem importante da cidade. Se não vocês já sabem.

— Não se preocupe patrãozinho, a menina deve ser filha de algum camponês, eu já a vi  algumas vezes na vila.

— E ela não conhece nenhum de vocês? — Não posso correr o risco de perder meus negócios por causa de uma  diversão com uma garotinha imbecil do campo.

— Não senhor, ela ao menos sabe os nossos nomes.

— Preparem a garota. — Ordeno — Uma diversão não seria nada mal numa tarde aborrecida como esta.

O imbecil saí andando até o quarto da garota, enquanto eu fico pensando em como farei para acabar de uma vez por todas com o desgraçado do meu maior inimigo.

Eu Falhei mais uma vez, eu preciso armar um bom plano, nem que isso leve dias, meses, anos, mas eu irei acabar com ele. Irei acabar com tudo.

Sou interrompido por um grito de mulher, vou até o final do corredor para ver o que está acontecendo, tiro a minha arma caso seja necessário.

Quando abro a porta do quarto, me deparo com uma imagem jamais vista em toda minha vida, uma linda e espetacular mulher nua em minha frente, sua pele é branquinha e parece suave como um pecego, seus cabelos são longos e castanhos, e seu corpo tem curvas tão bem desenhadas que parece ter sido feita para ser uma deusa.
Mas mais do que isso é seu rosto tão bonito e marcante, que agora expressa uma feição aterrorizada e ao mesmo tempo de raiva, como ela consegue ser tão linda? Nenhuma mulher por mim vista conseguio ser tão bela quanto ela.

— Saiam os dois, a partir de agora vocês só ficam do lado de fora do quarto, deixem que de agora em diante eu cuido dela. Tragam apenas as suas roupas.

— Sim senhor. — Eles saem e trancam a porta atrás de mim.

Ela contínua parada fitando a arma que trago em minhas mãos.
Guardo a arma, não quero intimida-la, será mais fácil se ela colaborar.
Quem sabe até se ela se portar bem ganhe até uns trocados.

— Como você se chama? —  Começo investigando, mas sei que não terei muito sucesso.

— Não é da sua conta, me deixe ir embora agora, será melhor para vocês, pois comece pensando nos anos de cadeia que isso vai dar quando eu for denunciar tudo que fizeram comigo.

Ela fala em um tom autoritário, adoro isso, vou ter que domar essa camponesa. Ela não sabe o que lhe espera. Ela contínua gritando coisas que não me importo em prestar atenção. Pois já estão me irritando.

Tiro meu cinto e pego pela fivela, isso vai ser muito divertido.

— Você meu anjo, não vai nos denunciar, sabe porquê?
Porque você não vai sair viva daqui, porque eu não vou te deixar escapar. Eu não sou idiota como esses dois babacas que estavam aqui a pouco. Mas se você colaborar comigo de certeza que nós dois teremos o maior prazer do mundo, mas se você não quiser, eu sinto muito por você. Pois não vai restar um trapo para contar história, e aproveitando que você ja está despida, vamos começar agora mesmo.

Sua expressão é de pavor, ela parece mais assustada que antes quando entrei no quarto, deve ser porque associou tudo que eu disse a arma que eu tenho, ela ouviu tudo e não falou nada, nem ao menos se mexeu.
Isso me intrigou um pouco, mas não me impediu de fazer o que eu mais tinha vontade.

Peguei o meu cinto e bati uma vez, duas, três....quando dei por mim já tinha perdido a conta de quantas vezes eu bati nela.
Bati por tudo que eu perdi, por não ter conseguido matar aquele idiota desgraçado. Por tudo. Sinto raiva e mais raiva.

Sua pele que antes era branquinha, agora tem tons fortes de um vermelho que parece queimar.
O que me dá uma vontade enorme de toca-la.

Mas seu choro baixinho me irrita.
Saio e tranco a porta novamente. Deixando-a aos prantos de tanto que bati em seu corpo. Se me sinto mal por isso?

Não, sou um homem arrogante, e tenho prazer em ver os outros sofrendo, mas com ela é diferente, não consegui toca-la por estar chorando, sentir repulsa por ter batido nela me faz sentir raiva de mim mesmo.
Não posso ter esse tipo de sentimentos.

— Dêm roupa e comida para ela, não deixem ela escapar novamente.
E não quero nenhum de vocês encostando nela outra vez, agora ela é só minha.

Eles apenas sorriem e assentem para mim.
Vou em direção a saída e escuto um deles dizer.

— Que bom que o senhor gostou.

Viro-me e vou embora.

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⏰ Última atualização: Jan 12, 2018 ⏰

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