Porque tanto me fascinas? Aberração de pedra, fria em dias chuvosos e que se faz seca nos dias de luminar do grande astro. Nada parece transmutar tua carranca. Moca aos pecados das moças, ao badalar dos sinos, ao molestar dos meninos. Vê dos fiéis os esconderijos, buracos de ratos para onde correm para fugir do dedo divino.
"- Não foi aquele que embuchou a meretriz?"
Mais um excomungado...
Enforcado? Para a fogueira ou com uma pedra no pé, no rio seria atirado?
Ratos devorando os seus, e a entidade inerte que acima de todos repousa, por mais que tenha ouvido em suas orelhas cimentadas do começo ao gozo os gemidos, em nenhum momento se fez atento, seria de mármore entalhado o coração daquele que não julga os que não levam seus olhos aos vitrais com medo de sua face?
Na catedral o ressoar do coro, por um momento as nuvens baixas fazem parecer ao rosto da besta uma sombra. E com uma expressão cansada o corcunda volta ao seu recanto, onde com ele dormem as pombas.
Responda-me pois, qual é o próximo capítulo?
