Do what you want with my body

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Após um bom tempo de relaxamento e pensamentos impuros na banheira, a sobriedade voltava a Yuri, e ele se amaldiçoava por ter ligado a Otabek. O que estava pensando? Falar aquelas coisas embaraçosas, contar a ele sobre seus sonhos pervertidos. Ainda bem que a ligação caiu direto na secretaria e, com sorte, a mensagem não foi salva.

Não era segredo para ele os sentimentos que nutria pelo moreno. Por um tempo ele pensou que fosse apenas desejo, mas com o passar dos anos foi percebendo que não era só isso. Ele sentia ciúmes da relação de Otabek e Jean, não era inveja, ele só não gostava de saber que Jean tinha Otabek quando bem entendia, e fazia com ele coisas que na mente de Yuri, o cazaque deveria fazer consigo. A verdade era que mesmo nunca tendo sido de Otabek, o loiro  sentia que pertencia  a ele. E que ele jamais encontraria uma pessoa que o fizesse sentir como Otabek fazia. O que era ridículo de se pensar, levando em conta que eles não haviam nem mesmo trocado alguns beijos.

Estavam ainda na faculdade quando se conheceram e tornaram-se amigos. Mas Yuri, nunca o viu como apenas amigo. E quando ele pensou em se confessar, Otabek começou a namorar Jean.

Agora, após quatro anos, já era de se esperar que ele tivesse superado, mas não foi o que aconteceu. Pelo contrário, a cada dia que passava ele se sentia mais e mais ligado ao outro.

Decidido a não pensar mais no assunto, optou em voltar para a delegacia, não conseguiria dormir de  qualquer jeito, e talvez com a central vazia seria mais fácil resolver o caso de assassinato que estava encarregado. Vestiu-se da maneira de sempre, calça jeans e uma camisa social, vestindo o coldre habitual nos braços, de forma que as armas ficassem escondidas e colocou uma jaqueta por cima. Procurou pelo celular, carteira e algemas, e quando estava pronto para sair a campainha tocou. Quem poderia ser aquele horário? Já era madrugada. Talvez fosse alguém da delegacia. Encaminhou-se até a porta, já pronto para sair, se necessário. Porém a surpresa o tomou quando abriu a porta, porque ali estava justamente a pessoa que ele menos esperava encontrar.

—  Sr. Altin? - Embora estivesse muito surpreso, não podia deixar transparecer, afinal, Otabek era namorado de seu parceiro - Aconteceu alguma coisa com Jean?

—  Está indo a algum lugar? - O moreno respondeu com outra pergunta.

—  Estava indo para a delegacia.

—  Hoje é sua noite de folga - respondeu o outro enquanto secava o loiro de cima abaixo, Yuri sentia que poderia ter um orgasmo só com aquele olhar sobre si.

—  O que quer Otabek? - Tinha que pôr um fim naquilo antes que perdesse o controle. E ele não perdia o controle.

—  Você disse que queria que eu estivesse aqui. Eu vim. - Mas do que é que ele estava falando? Oh, merda, a mensagem.

—  Olha, Otabek, me desculpa, tá legal? Eu bebi um pouco, e não estava pensando direito.

—  Então você não quer? - O moreno se aproximou do Russo, fazendo com que suas respirações se misturarem - Você não me quer aqui? - okay, isso já é jogo sujo.

—  Be-beka por favor! - Implorou Yuri, mas logo a boca do Altin estava na sua, os lábios macios, úmidos, exigentes.

Sua língua tinha um toque feroz, saboreando-o aos poucos, provocando-o e o excitando sem esforço. Otabek, puxou Yuri para seu colo, ao qual ele atendeu rodeando as pernas em sua cintura, sem descolar seus lábios. Assim que entraram, o moreno empurrou a porta com os pés e levou o menor até o sofá, deitando-o com cuidado, levando os lábios para seu pescoço. Então Yuri teve um lapso de consciência.

—  Otabek, o JJ, é errado. Não podemos.

—  Não estamos mais juntos. - ele começava a tirar o casaco do loiro - Eu quero você, Yuri, eu preciso de você - às mãos do moreno foram até os dois lados do coldre de Plisetsky - Acho melhor nos livrarmos disso.

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