sessenta e quatro

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Aqui estou eu sozinha.

Andando de um lado para o outro no meio da rua.

-Ei gatinha, quanto está a hora?- mais um homem passa por mim e pergunta.

-Eu não sou prostituta!- por mais que pareça- Eu só fui expulsa de casa!

-Gostaria de um lugar para passar a noite?

É o que eu mais quero.

-Não, obrigada.

-Vamos lá gatinha- ele insiste- Eu não vou cobrar em dinheiro a "estadia".

Me viro e olho para ele com cara de nojo.

-Eu não vou te chupar, cara.

-Nada de chupar, gatinha.- ele fala rindo.

-Eu também não vou te dar.

Ele sai rindo.

Tem muita gente filha da puta aqui em Nova York também viu?

Olho pela décima vez na minha mala com a esperança de que apareça dinheiro ali.
Mas nada.

Eu nunca estive tão fudida assim em toda minha vida.

lembra daquela vez que você participou de uma suruba?
Meu subconsciente relembra.

Okay, eu já tive bem fudida algumas vezes.
Mas dessa vez eu to fudida mesmo.

Entro na fila de uma boate torcendo para que mulheres não paguem.

-A entrada é trinta dólares.- o moço alto fala.

-Mas eu...

-A não ser que seja uma das stripers.

Stripes? O que?

-Sim, eu fui contratada.

Melhor ficar dentro de uma boate assim do que na rua.

Entro na boate por um lugar diferente já que eu sou uma "striper".

-Prontas todas?- uma mulher velha grita e me olha- Você está atrasada, Judith!

Okay eu me chamo Judith a partir de agora.

-Oh, me desculpe.- falo.

-Seu figurino está a sua espera.- ela fala apontando com a cabeça para o lado- Vá se trocar.

Entro no pequeno espaço fechado e pego meu tal figurino esperando não ser tão ruim assim.

Não, não, não.

-Judith! Vamos logo!- a velha grita- Tem homens te esperando lá fora!

Me visto rápido e saio.

Já estou toda fodida mesmo.
Não vai fazer diferença ser de novo.

Saimos em conjunto, uma ruiva me diz que tenho que ir para o lado esquerdo do palco onde tinha uma barra.

-Eu não sei fazer aquilo.- falo indo para o outro lado.

-Claro que sabe, Judith!- ela me empurra para a esquerda- Você é a melhor naquilo.

-Não, eu não...

Quando percebo já estou praticamente agarrada na tal barra.

Okay, não deve ser difícil.

Fico fazendo movimento perto daquela barra e os homens que estão por ali parecem gostar.

Dinheiro é jogado no palco.
Bastante até.

-Judith! Que tal mais uma noite comigo hein?- um homem grita no meio dos outro.

E que homem hein
Judith tinha sorte.

-Que tal uma noite comigo?- outro grita.

Era mais bonito ainda.
Eu posso jurar que aquela voz é familiar.
Mas não dava para ver o rosto por conta que o local estava escuro.

-Eu dou cem dólares!- o primeiro grita.

-Só cem?- pergunto continuando a dançar.

-Eu pago duzentos!- o outro grita.

-Vocês não trouxeram dinheiro não?

Os dois se olham.

-Quatrocentos e não falamos mais nisso!- um deles fala.

Já me confundi quem é quem.

-Eu pago setecentos se durar mais de duas horas!

Arregalo os olhos.

Isso vai dar para me sustentar durante dois dias se eu economizar.

-Uma noite com você!- falo apontando para aquele que me ofereceu bastante grana.

Eu to muito desesperada.

Me sinto como uma prostituta agora.

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Eu não consigo imaginar direito esse tal figurino da Judith KSJSKSJSK

obrigada pelos 15K szzzz
Amo vocês

I'm Inside // Shawn Mendes Onde histórias criam vida. Descubra agora