- Ambulância?! - rapidamente me levanto e numa tentativa falhada tento focar os olhos na pessoa à minha frente. A verdade é que não vejo nada e devido às imensas dores horrorosas que provêm da minha cabeça tive de votar à posição original.
- Sim, mas tem calma, Jéssica. - a voz repete-se num tom carinhoso.
- Como é que sabe o meu nome? - eu pergunto ainda com os olhos fechados. Desisti de os abrir.
- Bem, tem um rapaz, - o senhor começa e percebo que é brasileiro - sentado lá fora que ainda não parou de chamar por si.
Zayn?!
Acho que foi mais forte que eu... O impulso de pensar nele. Mas foi ele que destroçou o meu coração, que me mentiu, e que não quero voltar a ver. Ele nunca estaria sequer preocupado com o facto de me ter magoado, quanto mais estar à porta para me ver.
- Q-Quem é? - pergunto receosa.
- Acho que é o Luís. - o auxiliar responde duvidoso.
Luís? Eu conheço alguém Luís, por acaso?
- Pode deixar o Luís entrar? - eu questiono o homem velho, como se soubesse quem é o tal Louis.
O senhor assente e afasta-se até à porta, não o consigo ver a entrar pois tem uma estante a separar a maca em que estou, da porta.
- Estás melhor? - a voz serena enche os meus ouvidos e começo a ver o seu corpo a passar pela porta.
Ah, Louis! Faz sentido agora.
Sorri. Ele esteve preocupado comigo... Depois deste tempo todo... Como? Quer dizer, não sei quanto tempo estive inconsciente, mas ele esteve esse tempo todo à porta.
- Não. - faço uma careta a apontar para a ligadura e ele solta uma risada.
- Queres me fazer um favor, Louis? - eu falo baixo para ele quando o senhor está virado de costas.
Ele olha em volta e confuso dá um passo até mim e sussurra: - Diz.
- Arranja uma distração para eu fugir. - eu peço.
Louis rola os olhos e suspira, sentando-se depois na ponta da maca.
- Se te vão levar ao hospital é porque precisas de ir ao hospital, não reclames Jéssica! - ele resmunga já farto de saber o medo que tenho de médicos.
{...}
Passaram uns minutos da minha terceira tentativa de fuga (sim, eu tentei fugir com sangue a escorrer da cabeça), e comecei a ouvir as sirenes e luzes azuis e vermelhas encadearam os meus olhos quando espreitei pela janela.
- Eu não quero! - grito o mais alto possível, mas o que ganho é o homem velho a mandar-me calar. Bonito!
Não tenho opinião no assunto. Sou transportada até à ambulância e acho que o pior foi ver mais de metade da escola a observar-me e a mandar comentários. Passei a ser acompanhada por uma enfermeira de meia idade que me ligou a fios desnecessários quando entrei naquele monte de lata ambulante.
Tentei obrigar Louis a ir para as aulas... Mas ele é da minha turma e sei que não irá facilitar o facto de só termos mais uma aula de quarenta e cinco minutos de matemática. Certamente vai-lhe dar jeito faltar. Não sei como mas alegou aos responsáveis da escola que era meu irmão e que os nossos pais estavam no estrangeiro em viagem de trabalho, e pelos vistos não tínhamos família nesta cidade, assim ele veio comigo.
Já no hospital estou rodeada por médicos como se tivesse com cancro. Na verdade nunca levei pontos, mas não deve ser nada de mais.
- Pode arder um pouco mas vai fazer-lhe bem. - a voz do enfermeiro é abafada contra a sua máscara e todos os outros desaparecem da sala.
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The Louis's Secret // L.T
FanfictionTodos se lembravam de ver o seu sorriso a iluminar o dia, mas ninguém podia imaginar o mais obscuro dos segredos que ele guardava.