- ADIVINHA QUEM CONSEGUIU UM EMPREGO! - cai do sofá de susto ao ouvir o grito de Maya. - Desculpa, não foi minha intenção - disse rindo e revirei os olhos.
- Fiz macarronada, toma um banho e aí a gente conversa no jantar - respondi rindo.
- Quem é a irmã mais velha dessa relação? - pergunta ironicamente e fecha a porta logo subindo para seu quarto.Bom, como vocês já sabem eu e minha irmã saímos de Toronto e deixamos nossa família lá, sem ajuda alguma de nossos parentes problemáticos que nunca ligaram para nossa existência. O fato é que, minha irmã trabalhava de enfermeira lá, e dês de quando nossos pais morreram, fomos juntando economias para ir embora e claro, com a herança deles foi até mais fácil. Porém tudo aconteceu tão rápido, nossos pais morreram e fomos direto morar com nossos tios que eram horríveis e só ligavam para dinheiro, literalmente. Nem conseguimos viver o luto direito, então agora somos só nós duas, e de alguma maneira isso não me incomoda mais.
- Acorda garota, vamos comer porque eu tô morrendo de fome - voltei ao "normal" com Maya estralando os dedos na minha frente.
- Tomou banho de quatro segundos queridinha? - disse irônica enquanto a seguia até a cozinha.
- Quem sabe - deu de ombros e se sentou, sentei na frente dela e sorri.
- Então? - perguntei e ela logo abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Graças as cartas de recomendação do meu antigo chefe e meu currículo enorme, fui aceita de primeira como enfermeira no hospital daqui, aquele que fica perto do seu colégio sabe? - ela disse enquanto se servia e não consegui segurar um grito de comemoração.
- Que ótimo! Sinto que foi uma ideia maravilhosa virmos para Los Angeles - falo animada enquanto me sirvo também.
- E você? Como foi o primeiro dia? - esperei terminar de mastigar para responder e logo sorri novamente.
- Foi bom, conheci pessoas novas - respondo.
- Que ótimo! - ela logo muda seu sorriso com uma cara séria. - Vee precisamos conversar sobre o fato de você ter achado um trabalho semana passada. Acho desnecessário, ainda temos um pouco da herança dos nossos pais e o salário que ganharei será ótimo! Acho melhor você se concentrar nos estudos e depois começar a trabalhar - suspirei a encarando.
- Mas eu quero te ajudar! E trabalharei apenas terça, quarta e quinta. Não quero que se ocupe com todos os gastos sozinha - respondo séria também e ela sorriu.
- Ok então! - continuou voltando a ficar animada como sempre.Eu estava na maior plenitude e quase dormindo, quando tocam a campainha. Peguei o celular e vi as horas na tela, ERAM 23:00 FUCKING HORAS DA NOITE!
- VÊNUS! VAI VER QUEM É! - ouvi os gritos de Maya e revirei os olhos, saindo da cama feito zumbi.
Meus olhos se arregalaram de imediato quando abri a porta e não vi ninguém mais, ninguém menos, que Wesley Tucker. Esfregando as mãos uma na outra - provavelmente tentando afastar o frio - e lindo como sempre.
- Oi, ham, desculpe incomodar a essas horas. Mas é que meu carro estragou e a bateria do meu celular não colaborou comigo. Queria saber se poderia usar seu telefone, para ligar pra algum guincho - quase suspirei ao ver que o garoto parecia ser sempre maravilhoso, e também bufei ao lembrar que meu cabelo deveria estar virado num ninho de ratos.
- Ah sim, claro. Só... Espere um pouco - me virei e subi as escadas correndo para pegar meu celular no quarto. Voltei e ele se encontrava do mesmo jeito. - Aqui - entreguei para ele. Acho que não pensei no fato de que querendo ou não ele era um desconhecido e poderia muito bem roubar meu celular. Mas levo um desconto, vai dizer, o sono não me deixa raciocinar direito.
Enquanto esperávamos o guincho atender, Tucker ficava me encarando, o que fazia com que minhas pernas falecessem por alguns segundos.
Ele falou por alguns minutos e logo depois esboçou um sorriso de alívio, desligou o telefone e me entregou. Foi tudo muito rápido, ele apenas agradeceu e se despediu, saindo de minha vista em questão de segundos.Entrei literalmente correndo no colégio, apenas alguns segundos antes de Charles, o carinha que ficava na entrada, fechar o portão. Atrasada, novamente.
- Sorte sua que a professora de Inglês sempre se atrasa - Sebastian disse se virando para trás. Sorte que minha aula de inglês era com ele, porque não conheço mais ninguém desta aula.
- Preciso começar a dormir cedo para conseguir acordar no horário certo. Porém a insônia não me permite dormir normalmente - revirei os olhos jogando meu cabelo para o lado e passando os dedos por entre os fios, tentando disfarçar o fato de que nem penteei ele hoje.
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Oceans | Wesley Tucker
Hayran KurguEu o encarava enquanto o mesmo olhava para o chão ainda meio perdido, suspirei e tirei sua camisa, ligando o chuveiro logo em seguida. Parecia que meu trabalho era concerta-lo, e eu realmente não sabia o porque me importava tanto com o fato de ele e...