Miserable alone

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Point of view: Autora

Mark voltaria a trabalhar hoje, no entanto, estava um tanto receoso de fazê-lo por conta de Lexie, ele não queria deixá-la sozinha, principalmente após o acontecido com ela essa manhã na banheira. Mark tinha receio dela precisar de ajuda novamente e ele não estar lá para ajudar. Lexie não gostava de admitir, mas Mark sabia o quanto ela ainda estava sofrendo com toda essa história.

-Tem certeza que vai ficar bem? - Perguntou olhando para Lexie, após pegar a carteira e as chaves do carro na mesinha. Tentou não parecer preocupado demais, pois sabia que Lexie detestava esse tipo de tratamento. Ser tratada como se não fosse capaz de tomar conta de si própria.

-Tenho, pode ir. Eu sei que você deve estar sentindo falta do trabalho. Não se preocupe comigo, eu consigo me virar. - Assentiu, tentando tranquilizá-lo.

-Tudo bem... - Mark foi até Lexie, parou em frente a ela e apenas depositou um beijo suave(porém demorado) em sua testa. -Se cuida.

Ela fechou os olhos sentindo Mark beijar sua testa e assentiu com a cabeça ao ouvi-lo falar. Logo ela o viu se afastar e ir até a porta. Antes dele sair, ela o chamou, um pouco baixo, porém, o suficiente para que ele ouvisse.

-Mark... - Lexie permaneceu olhando para ele e o viu parar e olhar para ela esperando que ela dissesse alguma coisa. Ela hesitou um pouco em dizer, mas sentia que queria fazer, então olhou em seus olhos e disse: -Eu te amo. - Pela primeira vez após o acidente disse aquilo. Sua voz saiu baixa, mas o suficiente para chegar aos ouvidos dele.

Novamente foi surpreendido por Lexie, no entanto, um singelo sorriso pôde ser notado em seus lábios ao escutar aquilo.

-Também te amo. - Soprou baixo aquelas palavras, com um olhar sincero e calmo. E então, se virou novamente e saiu fechando a porta.

Lexie continuou sozinha naquele apartamento vazio sem saber muito o que fazer, era estranho ficar lá. Pensou em ir até o apartamento em frente, sabia que Arizona estaria lá e talvez as duas pudessem conversar e passar o tempo. Colocou então a prótese e seguiu até lá.

Tocou a campainha uma, duas vezes. Arizona não atendeu. Checou a porta e ao constatar que não estava trancada, decidiu adentrar ao apartamento.

-Arizona? - Chamou, mas nenhum sinal da loira na sala ou cozinha. Seguiu até o quarto do casal, cuja a porta estava entreaberta, e estranhou ao também não vê-la ali. 

-Arizona? - Começou a andar pelos outros cômodos a procura da loira. Se surpreendeu ao passar pelo quarto de Sofia e encontrar as duas. -Oi, desculpa, eu toquei a campainha... - Disse e entrou no quarto. -Callie deixou a Sofia com você? - Perguntou, um tanto intrigada. Pelo o que sabia, até pouco tempo Arizona nem estava saindo da cama.

Arizona, que se encontrava entretida com a filha, foi despertada de seus desvaneios pela voz de Lexie.

-Oi Lexie. Acredita que a Callie saiu cedo pra atender uma emergência e largou a Sofia aqui em casa sozinha? Ela começou a chorar e eu precisei levantar da cama e vir até aqui ver o que ela tinha. - Ficar um pouco com a filha fez a loira esquecer um pouco a tristeza e raiva que estava sentindo pela história da amputação. Por um lado, foi bom Callie ter deixado Arizona sozinha em casa com Sofia, pelo menos fez ela deixar essa tristeza toda de lado um pouco e sair daquele quarto. 

-Agora me diz, que tipo de mãe deixa uma filha sozinha em casa? - Arizona indagou, indignada.

Lexie notou a melhora que Sofia causou no estado emocional de Arizona. Isso era ótimo, ela finalmente havia conseguido sair daquele quarto. Lexie ainda não estava totalmente bem, mas viu que talvez ela e a pediatra pudessem se ajudar, afinal de contas, as duas estavam passando pelo mesmo problema, haviam tido a perna amputada. E talvez se elas se apoiassem, ficaria mais fácil passar por tudo isso.

Lexie passou o restante do dia no apartamento de Callie fazendo companhia para Arizona e brincando com Sofia. Teria sido tedioso para Lexie ficar naquele apartamento sozinha, sem o Mark lá.

*****

HOSPITAL SEATTLE GRACE MERCY WEST, MESMO DIA, 05:20PM.

-Vocês pagam 15 milhões para cada um de nós e em troca a gente passa uma borracha no que aconteceu, é isso o que vocês estão nos propondo? Que passemos uma borracha em tudo? - Meredith falou tentando se manter calma e tentando entender a proposta dos advogados.

-Nós passamos horas naquela floresta esperando o resgate chegar, tendo que nos virar com o que tínhamos para conseguir sobreviver. Vocês acham mesmo que isso nos fará esquecer o que passamos lá? - Cristina falava pela tela do tablet. Apesar de tudo, ela ainda se mantinha calma.

-Olha... talvez devessemos aceitar. São 15 milhões, podemos reconstruir nossas vidas com esse dinheiro. - Callie sugeriu.

-Callie tem razão. É um ótimo dinheiro. O futuro de vocês estará garantido se aceitarem. - Owen tentou os convencer.

-15 milhões é muita grana, mas não acho que devemos aceitar. - Derek olhou para os colegas. -Se aceitarmos esse dinheiro, não poderemos mais investigar o acidente e nem descobriremos o que o causou. - Permaneceu os olhando, esperando o apoios dos amigos para a sua decisão.

Mark ouvia tudo atentamente e em silêncio, discordando completamente da proposta, se manifestou ao ouvir o amigo.

-Derek tem razão! Não podemos aceitar. Esse dinheiro não fará voltar no tempo. Não concertará o estrago que já foi feito.

-Nós sabemos disso e de tudo que passaram com esse acidente, por isso estamos lhes propondo este acordo. Queremos que aceitem esse dinheiro. Vocês poderão reerguer suas vidas e ninguém precisará ser processado. Todos saem ganhando. - O advogado não desistiu de tentar os persuadir.

-É claro, vocês querem varrer a sujeira para de baixo do tapete. Não querem que investiguemos o que causou o acidente e por isso estão nos propondo isso. Querem nos comprar, não é? - Mark se levantou, evidentemente já exaltado. -Pois eu não aceito! Não aceito esse dinheiro e muito menos o que estão nos propondo. - Terminou de falar e tratou de sair da sala tentando se acalmar.

Derek viu Mark se levantar e saiu logo em seguida atrás dele.

-Ei Mark, espera! - Derek o viu parar no meio do corredor e se virar para ele. -O que deu em você naquela sala? Por que saiu assim? - Perguntou se aproximando.

-Ficamos horas naquela floresta. Lexie e Arizona perderam um membro, o piloto morreu, você ainda está sem poder operar e eu fiquei quase dois meses em coma. Eles estão agindo como se estive tudo bem Derek, querendo nos comprar para que o nome deles saia limpo dessa história. Mas nada disso trará a Lexie de volta, a Lexie que eu conheci. Nada disso fará ela ficar bem, porque ela não está bem, e eu sei disso. - O cirurgião plástico falou e saiu sem ao menos dar chance do amigo dizer mais alguma coisa.

Hold my handOnde histórias criam vida. Descubra agora