Dois

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Confesso que tive esperanças de que aquelas imagens não passassem de um sonho. Eu tinha tanto medo do que encontraria quando meus olhos se abrissem, por isso tentei adiar esse momento por algum tempinho, mas meu recorde foi cinco segundos.

A primeira coisa que vi quando abri meus olhos foi minha mãe me acariciando, era óbvio pelos seus olhos que ela esteve chorando.

- Querida! – foi à única coisa que ela conseguiu pronunciar.

Logo depois meu pai entrou em meu campo de visão. Ele não havia chorado, mas sua expressão demonstrava preocupação e alívio.

- Está tudo bem, filha. – garantiu me. Aos poucos consegui ter noção de que estava deitada no sofá-cama da sala e que havia mais pessoas por aqui. Esforcei-me para me sentar apesar de sentir meu corpo pesado.

Não me surpreendi ao ver o casal sinistro presente. Eles não pareciam contentes e sim satisfeitos.

- Lívia, nos perdoe, não pensamos na forma como você reagiria. - a mulher tinha uma voz doce.

- Nós sabíamos que seria difícil, sempre é difícil esta descoberta. Creio que assustamos seus pais. – ele parou por um instante – Mas eles já sabem da verdade assim como você. – todos eles estavam olhando para mim, então esta devia ser à hora em que eu quebraria meu silêncio.

- Acho que entendi partes, contudo há coisas que não compreendi. – é óbvio que haveria mil coisas que eu precisava entender antes de pensar que tinha conhecimento pleno.

- Lívia, a muito mais coisas do que nós podemos te mostrar. Acho que não levará uma eternidade para que nós possamos lhe explicar o essencial, mas não será da noite para o dia, muito menos com algumas imagens. – a moça de voz doce, agora que não era tão apavorante como costumava ser quando me seguindo, podia me fazer gostar dela. – Queremos adiantar algumas coisas a você. – Ela sorriu para mim, e só então percebi a beleza daquela mulher que apesar de baixa e um pouco velha, olhos negros, cabelos quase azuis de tão escuros, os dentes brilhantes. – No entanto, preferia que fossem em melhores circunstâncias. – completou.

- Como assim? - perguntei.

- Bom, para começar são 2h da manhã. – Wow, eu não fazia ideia de quanto tempo tinha ficado desmaiada – em segundo lugar você precisa se alimentar, pois sei que não comeu nada o dia todo – suas palavras me fizeram perceber o quanto estava com fome. – Fique tranquila, assim que amanhecer eu e o Lúcio – então este era o nome do homem que me perseguira – estaremos por aqui.

Não estava com muita paciência para esperar até amanhã, mas não contestar talvez fosse bom um tempo para pensar.

***

Eram oito horas quando eles chegaram. Eles falaram que preferiam começar pelas apresentações formais, o que não aconteceu na noite anterior.

- Nossos nomes são Lúcio Ranger e Cibele Pez, assim como você somos Magnos. – ele não se interrompeu em momento algum – Nós magnos não somos bruxos como algumas pessoas acabam pensando, alguns de nossos poderes podem ser semelhantes, mas jamais iguais. Alguns humanos nos chamam de Deuses o que é menos mal.

"Uma das coisas que você deve ter entendido é que existe um anel para cada magno, de fato existem, as únicas coisas que tenho que acrescentar é que cada um deles possuem sua própria essência. Existem anéis das cores, plantas, pedras, animais, elementos, gelo, sal, açúcar, sementes, madeiras, uma infinidade deles. Quando você receber seu anel estará adquirindo poderes em gerais, mas sua verdadeira habilidade estará voltada a sua essência. Como, por exemplo, o meu caso, meu anel é da madeira então tenho grandes habilidades com esta natureza. Já no caso da Cibele, habilidade com cores.

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⏰ Última atualização: Aug 20, 2017 ⏰

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