Na Real>violência doméstica
TAMANHO DO TEXTOA-A+
11/04/2013 18h17 - ATUALIZADA EM: 11/04/2013 18h35 - POR REVISTA GLAMOUR
Linda, inteligente, independente e apanhava do marido
Miss G, paulistana de 32 anos, apanhava do marido e não conseguia sair da relação. Veja aqui como ela superou a situação e como este assunto pode atingir qualquer uma de nós!
Não, violência doméstica não acontece apenas com mulheres fracas, humildes ou dependentes de maridos que vivem entornando pinga em boteco. Violência doméstica também acontece com gente fina, bem-educada, analisada... Ou seja, pode rolar com sua amiga, irmã, com você mesma. Aconteceu com ela. Aqui, Miss G, uma paulistana de 32 anos que prefere não se identificar, dá a cara a tapa. “Eu poderia acabar com aquilo, mas não queria. Apanhar é tão humilhante que cega”
"Apanhar é tão humilhante que cega" (Foto: Shutterstock)
Neste último Réveillon, quando me desejavam a frase pronta “paz, amor, prosperidade”, eu tinha vontade de falar para ficarem com a prosperidade e com o amor para ver se a paz vinha reforçada. Tinha sido o primeiro ano de muitos sem apanhar, e, como um vira-lata resgatado que passa o resto da vida lambendo a mão do novo dono, eu ainda estava em processo de agradecer aos céus pelas circunstâncias, me sentindo um pouco não merecedora, pequena, assustada – e principalmente com medo de que, de uma hora para outra, tudo voltasse a ser o inferno que era.
Começou como imagino que comece a maioria dos casos de violência doméstica: catapultado por um coquetel power de álcool, insegurança e ciúme. Ele saiu me arrastando pelos cabelos de uma festa, meus pés quase sem encostar no chão, por causa da investida não solicitada de um amigo igualmente embriagado. Me lembro de estar no carro, voltando para casa, e pensando no quanto queria o colo dos meus pais. Mas estava de casamento marcado e achava que cancelar seria uma decepção que eles não mereciam. Então foquei em consertar o meu futuro marido.
Em vão, é claro. Seguindo o mais absoluto estereótipo das novelas, filmes e afins, os momentos violentos eram sempre camuflados pelos de fofurice extrema que vinham na sequência. Ele falava para os amigos que eu era a mulher mais linda do mundo, mas ia para casa e me chamava de gorda nojenta. Eu parava de comer, emagrecia os 5 quilos que precisava, e o ciúme aumentava descontroladamente. “Você tem que estar bem para mim, e eu odeio mulher raquítica, que não tem onde pegar”, ele vivia dizendo nos meus momentos mais magros. Eu relaxava um mês na academia e ouvia: “É bom você nunca se separar de mim porque ninguém vai te querer, Free Willy”. Free Willy? eu pesava 54 quilos!
leia mais+ "Nunca sem minha filha". Uma história para repensar valores + A miss que arregaçou as mangas e ajuda na tragédia em Santa Maria
O mais louco de sofrer bullying é que você pode ter uma autoestima maravilhosa, escutar elogios frequentes dos seus amigos, mas chega uma hora que você acaba acreditando. Ele era tão mais fraco em todos os sentidos que precisava acabar comigo para se sentir mais homem. Quando ele percebia minha vulnerabilidade, me acolhia, cuidava da asa que tinha quebrado... E era dessa parte que eu, tonta, me lembrava no dia seguinte. Fui mimada,
bajulada, muito amada e protegida pelos meus pais. Como qualquer menininha, tinha sonhos de princesa, de casamento rega-bofe com sapatinho de cristal e de “viveram felizes para sempre”. Onde tinha desandado? Em que etapa do processo trocaram o príncipe encantado pelo vilão?
![](https://img.wattpad.com/cover/120189854-288-k567975.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mulheres Agredidas. Mulheres Que Foram Agredidas Pelo Marido (Entrevistas).
RandomEsse livro tem relatos reais que acontece no cotidiano de várias mulheres no mundo. muitas mulheres são abusadas, espancadas e mortas pelo parceiro e aqui nesse livro tem relatos/ história de mulheres que passam Ou já passou por isso. Não sou a auto...