Capítulo 2

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  Sozinho em casa depois de duas semanas do divorcio, eu recebi uma ligação do meu chefe, falando que era para eu ir a empresa pois teríamos uma reunião.  Mesmo sem ele falar sobre o que era a reunião, eu já sabia, naquele dia eu iria ser demitido, e iria completamente para o fundo do poço.

  Me arrumei e fui para o ponto de ônibus, entrei no ônibus e sentei no último banco, quando o ônibus estava em movimento, olhei pela janela e vi os pais com seus filhos felizes, brincando, pulando, correndo e sorrindo. Fiquei pedindo pelo menos mais um dia para ter minha família assim de novo, para ter mais uma chance com Isabela e recompensar a eles tudo de ruim que eu fiz. Mas analisei e vi que chances não faltaram, tinha desperdiçado muitas chances, tinha jogado fora varias oportunidades e que não merecia mais nenhuma. 

  Acabei adormecendo no ônibus e quando acordei, tudo estava diferente, o ônibus não era mais o mesmo que eu tinha entrando, não era mais aquele ônibus azul com os bancos cinzas, era um branco com os bancos amarelos. A ruas estavam com alguns detalhes diferentes, mas ainda sim consegui chegar na empresa. Chegando lá, fui bem recebido, meu chefe disse que não tinha reunião alguma, eu estranhei mas continuei meu trabalho. Quando voltei para casa aconteceu outra coisa estranha, minha mulher e filhos estavam lá, corri em direção a eles e fiquem feliz por terem voltado, mas eles disseram que nunca tinham saído, eu falei do divorcio e Isabela me chamou de louco e sorriu. Eu não entendi praticamente nada! Sai para tomar um ar, fui a um bar na esquina, e meus amigos estavam lá e logo me chamaram para sentar com eles e beber um pouco. Eu me sentei mas achei estranho pois não eramos mais amigos e comentei isso com eles, eles fizeram uma piada e riram:

- Mal começamos a beber e já estar bêbado!? hahahaha.

Eu ri mas mesmo assim não entendi o que estava acontecendo.

 A televisão do estava ligada, e passou um reportagem que me chamou muita atenção. A reportagem era de um físico, e ele estava falando sobre universos paralelos, que no mundo existem vários portais para esses universos. Ele deu exemplos como: 

- Você pode estar fazendo uma caminhada e aparecer em algum desses universos, você pode estar dirigindo seu carro e aparecer em outro universo ou você pode estar no ônibus e de repente aparecer em um universo totalmente diferente.

  Eu logo me assustei e sair imediatamente do bar, e fiquei olhando a minha volta, tentei ver alguma diferença nas pessoas, nas casas e em mim, mas a única diferença é que tudo estava como antes, antes de eu ter estragado tudo. Quando me acalmei e refleti sobre tudo que estava acontecendo percebi que aquilo tudo talvez fosse uma última chance, uma última chance de viver bem com a minha família, amigos e trabalho. Fiquei feliz e quis aproveitar ao máximo tudo aquilo que estava acontecendo. Fui para casa e dei um beijo na minha esposa e nos meus filhos e prometi que nunca iria desapontar eles e que iria lutar pela felicidade da nossa família. Isabela sorriu pra mim, e nossa, como eu sentia saudade daquele sorriso, meus filhos me olharam como o super herói deles e aquele foi um dos momentos mais felizes da minha vida.

No dia seguinte acordei todos com abraços e beijos, mandei todos se arrumarem para sairmos e aproveitarmos o dia. Fomos para o parque brincamos, corremos, rimos e comemos. Nossa como eu estou feliz! Chegamos em casa ainda continuamos brincando e sorrindo, mas chegou a hora das crianças irem dormir e ficamos eu e Isabela conversando e brincando um com o outro. Disse a ela que eu a amo e que não vivo sem ela. Ela sorriu e disse que me amava mais que tudo e nos amamos e fomos dormir.

Quando eu acordei, me arrumei e já fui trabalhar, com um sorriso estampado no rosto. Cheguei fiz meus afazeres, brinquei com os meus colegas de trabalho, e me chamaram para sair depois do expediente, eu topei, pois queria me divertir e aproveitar essa nova chance. Fomos e bebemos e curtimos, mas aconteceu uma coisa que não era para acontecer, eu acabei traindo a Isabela e me senti culpado por aquilo mas não contei.

  
  Cheguei em casa no outro dia me sentindo muito culpado, quase não olhei no rosto dela e nem no rosto das crianças. Ela me perguntou onde eu estava, eu disse que só sai para beber com uns amigos do escritório. E aquele sentimento me corroendo por dentro. Eu não poderia deixar acontecer tudo de novo. Não poderia desapontar ela e nem as crianças, eu não posso perder eles mais uma vez.

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