Pov. Leah Clearwater
Viro pela milésima vez na cama, apesar do sono que sinto minha ansiedade não me deixa cair na inconsciência, pela primeira vez me sinto verdadeiramente feliz, não a ponto de soltar fogos de artifícios, sabe aquela sensação que algumas pessoas sentem que tudo vai dar certo, então este momento eu sinto, nunca pensei que fosse real, mas ao constatar que sim é possível, me sinto ridiculamente feliz, comprovo a teoria que as pessoas mais felizes são aquelas que se dão uma chance para fazer tudo de novo, ter um renovo, estou me dando essa chance, sorrio como uma perfeita idiota no escuro, com minha visão noturna consigo ver no relógio que fica na ao lado de minha cama são 02:23 am, para quem precisa levantar ás cinco da manhã deveria estar dormindo, simplesmente não consigo, levanto com cuidado para não fazer barulho algum, com os pés no chão, sinto o frio que emana do piso claro, vou até a cozinha, talvez um copo de leite me dê as horas restante de sono, se não fosse pelo meu olfato e visão aguçada não veria Seth sentado na cadeira olhando sua xícara em mãos e tomaria um susto, sei que ele percebe minha presença mas continua calado, ascendo a luz da cozinha e o vejo piscar talvez pela claridade que não é natural ao seu olhar, ainda calada pego uma caneca e coloco sobre o fogão, pego o leite e viro a quantidade que vou beber, percebo seu olhar sobre mim, mas não falo nada, desde que saímos do conselho ele mal me olhou, estou dando o tempo que ele precisa, apesar que Seth teve que amadurecer muito depressa por suas novas responsabilidades sei que ele é só um garoto de quinze anos, um adolescente, e como todo adolescente as vezes precisamos dar um tempo para assimilar o que os incomoda.
-Porque não me contou? Porque escondeu até o último minuto? Você não agiu como uma irmã Leah, só pensou em você -Sua voz sai ríspida e alta o suficiente, desligo o fogo, pego uma xícara e coloca apenas o leite ali, coloco algumas bolachas no prato e me sento a sua frente, como antigamente fazíamos de madrugada enquanto mamãe dormia.
-Seth não quero que pense que escondi de você, aconteceu tão depressa, sabe quando tem que tomar uma decisão e é agora ou agora, tive que resolver tudo, sabe como a matilha é, sem o alvará deles não poderia seguir em frente, fiquei nervosa com tudo isso, aqui não é mais pra mim, Seth La Push foi um lugar maravilhoso, mas esse lugar também me destruiu, entende o que quero dizer?-Pela primeira vez falo com ele em voz alta tudo que sinto, sei que ele viu através de meus pensamentos tudo o que sinto ,mas ter uma conversa franca com ele, isso nunca, seu olhar está sobre mim.
- Preciso encontrar um novo caminho, preciso me dar uma história e não vai ser aqui vendo Sam e Emilly criando incontáveis filhos, não tenho ódio deles, mas dói Seth, vê o homem que amei com outra, onde perdi o papai, onde perdi qualquer chance de amar e ter uma vida como qualquer mulher, eu preciso escrever minha história- Na verdade dentro de mim sei que ainda tenho resquícios que amo Sam, mas ele e nem ninguém precisa saber disso- Preciso e quero crescer, mudar, amo a matilha, amo você, mas você sabe que não me aceitam por não saber controlar minhas emoções na hora da raiva, não saio daqui somente por que me sinto obrigada a fazer isso, faço por que de verdade sinto pela primeira vez que estou na direção certa.
-Eu não quero que você vai, me leva com você Leah, eu não quero te perder, eu não vou suportar Leah, você é uma parte de mim-Nunca em minha vida esperei que um dia veria aquele moleque que faz de tudo para me irritar, implorar para ficar aí meu lado, a tanto tempo que não sinto uma demonstração de carinho que fiquei sem saber o que fazer, levo a xícara até a boca tomando um gole- Quero te proteger Leah, como papai desejava-Ele completa e vejo seus olhos marejado, me levanto o abraçando
-Seth eu posso me defender, ou esqueceu que sou uma loba- Falo divertida e ele sorrir minimamente- seu lugar é aqui com a mamãe, ela sim não pode ficar sozinha e sem proteção, e tem o fato que seu lugar é na matilha, e ainda tem o seu imprinting que aparecerá, não vou tirar seu direito de ser feliz e farei o mesmo, vou tentar ser feliz, e eu serei feliz
Depois daquela conversa, ele permanece calado, mas sua expressão calma mostra que me entende, com um abraço volto para meu quarto, me assusto ao ver que se aproxima das quatro, desisto de dormir, apenas me permito sonhar acordada, idealizando cada dia de minha vida, minha nova vida
(...)
No aeroporto abraço minha mãe pela quinquagésima vez, Seth volta do check in e me abraça também.
-Qualquer coisa me liga que vou até o Arizona, se cuide Leah- Sua voz ainda infantil com resquícios da mudança se faz presente em meu ouvido
-Você também pirralho.
Recebo mais um beijo de minha mãe e vou para o avião, que pela última vez chama os passageiros, sento em minha poltrona e olho a pequena janelinha, o avião começa a correr sobre o asfalto na pista de decolagem, vejo muitos com expressão assustados, nem me preocupo de acontecer algo, provavelmente sobreviveria a não ser que explodisse, meus olhos pesam resultado da noite que não dormir, ou dias que não tenho um sono descente, seguro meu sono, não posso dormir e chegar com uma cara amassada na empresa, ajeito o vestido em meu corpo, um vestido preto simples, pela primeira vez arrependo-me de ter cortado meus fios tão curtos, com algumas horas já estou no aeroporto do Arizona em Phoenix, o sol irrita minha pele, minha vontade é de arrancar essas roupas, não sou adepta ao calor, olho em meu celular vendo faltar pouco para meio dia e meia, tenho duas horas antes de me encontrar com Kellan, pego um jornal no aeroporto e vou com ele até o banco de informações procurar sobre hospedaria da cidade, não tenho tanto dinheiro, o suficiente para me virar até que comece receber pelo meu trabalho, nada dos anúncios me agrada, caro demais, passo meu olho sobre o jornal, paro em frente a um anúncio.
"Divido um apartamento mobiliado, tenho interesse por inquilino do sexo feminino, cento e cinquenta dólares mensais, interessados ligar.
Sorrio, pelo jeito estou mesma na direção certa, é mais do que esperei o endereço ficava no mesmo local que o hotel a qual vou trabalhar, talvez um caminho rápido, não irei gastar com condução, o valor é atraente"Coloco o celular no ouvido e escuto chamar, quando penso em desistir e desligar uma voz grossa atende me mostrando que estava dormindo.
-Alô
Meus olhos se abrem um pouco, não pensei na probabilidade de um homem ser dono do apartamento, e agora converso ou desligo?
Acabo que respondo, não tenho o que temer, sou uma loba, qual seria a porcentagem dele tentar algo comigo? Nenhuma, antes mesmo tentar, seus membros superiores e inferiores seriam esmagados por mim.
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The sound of the heart ✓
FanfictionCada pessoa carrega em sua vida um fardo, alguns mais pesados que outros. Será que podemos dizer o que se passa com alguém só olhando para ela? Podemos saber seu nome, data de nascimento e endereço, mas o que se passa com cada pessoa só sabemos o...