Adam

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                Depois da aula, fui direto para a biblioteca havia um trabalho de filosofia enorme e eu odiava deixar as coisas para os finais de semana, então, comecei logo que as aulas acabaram, assim eu acabaria mais cedo. Procurei uma mesa nos fundos da biblioteca e me instalei nela, eu precisava de alguns livros, e para a minha sorte eu estava sentada perto dos livros que precisava. Inicialmente peguei dois livros e os levei para a minha mesa. Eu amo ler, e ficar ali lendo e fazendo anotações era um hobby. Havia se passado uma hora quando eu notei que precisava de outro livro, então, me levantei e fui à procura. Eu estava procurando os livros com os dedos e os olhos, à medida que meu dedo passava pelos livros eu lia seu nome, assim não me perdia e ia mais rápido. Meu dedo estava deslizando pela prateleira quando eu encostei em um livro que estava sendo puxado por alguém. Quando me virei, o garoto que eu havia derrubado três cervejas na festa da Eva estava puxando aquele livro.
-Sempre colocando a sua mão no que é meu.
-O que?
-Oi, Mia.
-Aidan...
-Adam.
-Adam, isso.
Ficamos em um silêncio constrangedor, então eu decidi continuar a procura do meu livro. Não demorou muito para achar, até porque ele estava nas mãos de Adam.
-Esse livro...
-Você precisa.
-Isso.
-Só tem um, vai ter que esperar.
-Não quero esperar.
-Então vamos ter que dividir.
Eu também não gostava de dividir, mas naquele momento eu não tinha muitas opções, já que eu queria ir para casa logo e não tinha paciência para esperar Adam terminar.
-Ok.
Adam se virou e foi para sua mesa pegar seu material, e eu fui me sentar na minha, o esperando. Ele chegou trazendo uma agenda preta e uma caneta também preta. Então eu percebi que ele gostava muito de preto, porque estava todo de preto. Ele estendeu a mão e me deu o livro.
-Damas primeiro.
Eu peguei o livro e procurei o que precisava. Enquanto eu fazia minhas anotações, Adam me encarava, e eu não precisei olhar para saber, pois sentia aquele incomodo que sentimos quando alguém está nos encarando.
-Por que está me encarando? –perguntei, enquanto escrevia sem me dar ao trabalho de olhar para ele.
-Não estou te encarando.
-Então o que está fazendo?
-Analisando. Por que chorou ontem?
-O que... como... o qu...
-Seus olhos estão inchados.
-Privacidade, Adam, estamos dividindo um livro, não uma vida.
-Tudo bem.
Li e anotei o que precisava o mais rápido de pude. Eu não precisava ficar ali, Adam me incomodava. Mas eu precisava do livro, então eu voltaria no dia seguinte, porque com certeza ele não estaria ali. Coloquei minhas coisas na bolsa rapidamente e sai. Caminhei rapidamente pelos corredores, eu parecia estar fugindo de um serial killer, mas com base na minha breve experiência de divisão com Adam: ele era muito estranho. Eu caminhei até a quadra, Alex estava treinando, mas quando me viu deu uma pausa e veio correndo até mim.
-Já estou indo pra casa.
-Já?
-Sim, foi rápido...
-Ah, Ok. Passo na sua casa quando chegar, tudo bem?
-Sim, ok. Estou indo, preciso almoçar.
-Ok.
Alex não queria contaminar meus lábios com seu suor, e estava com muita pressa para o longo beijo na testa, então ele me beijou na bochecha, e voltou correndo para a quadra. Eu segui calmamente para o ponto de ônibus, fiquei pensando sobre algumas coisas durante o percurso de volta pra casa, e caminhei lentamente pela rua até chegar na minha casa. Eu precisava de comida e banho.
Já passava das 4 horas quando eu fiz tudo o que queria fazer e resolvi olhar meu celular, que não estava na minha mesa, onde eu sempre deixava, ou na minha cama. Procurei na minha bolsa e não estava lá, procurei na cozinha, na sala, no banheiro...não estava em lugar algum. Eu estava prestes a desistir quando alguém bateu na porta.
-Adam?

Californian 2 - Senior YearOnde histórias criam vida. Descubra agora