❝Vunerability❞

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[17]

Anna

Fizeram agora cerca de 5 minutos que estivemos aqui, deitados na cama, seminus, a olhar para o tecto, com uma festa a decorrer lá em baixo. Olhei para o lado e vi um par de esmeraldas a observarem-me atentamente.

-És bonita.- elogiou.

Este simples elogio fez com que curvasse os lábios. Normalmente costumam denominar as mulheres com "boas" e não "bonitas". Mas continuo a ter receio que isto tenha sido um erro. Não era novidade que eu seria mais uma na lista do Harry, mas será que o que a Jenny diz é verdade? Será mesmo que ele olha para mim de uma forma diferente? Não sei porque me importo com isto, sabendo que não me vai levar a lado nenhum... Mas eu não perdi a virgindade! E por mais bêbeda que estivesse, mesmo não tendo muita experiência, jamais a perderia com ele. Só me apetece dar-lhe um estalo. A porcaria dos seus olhos, da sua boca e das suas mãos deixam-me louca. E agora já o posso provar.

Levantei-me e comecei-me a vestir. Mal conseguia andar, as minhas pernas ainda estavam gelatina e, todo o meu corpo tremia. Harry notou, pelo meu andar meio deficiente, e soltou um riso deixando-me envergonhada.

-Cuidado que ainda cais.- disse quando desajeitadamente me tentava manter em pé enquanto enfiava as cuecas pelas pernas.

-Deixa-me em paz.

Este já vestido, dirigiu-se à porta e não sei como, senti um valente aperto no coração. Ele vai-se simplesmente embora? Depois disto? Depois de me tirar uma parte da minha inocência? Não esperava que fizesse outra coisa, mas... vai ser assim?

-Ah, já me esquecia...- disse voltando atrás, fazendo com que a contração no meu peito desparecesse.

Beijou-me lentamente nos lábios e olhou para mim, segurando-me a cara dando-me festinhas com os seus pulgares perto do meu maxilar.

-Isto vai ficar entre nós, estamos entendidos?

Assenti e este saiu pela porta. Era agora mesmo que me apetecia ter uma máquina do tempo. Voltava para trás e fazia-lhe um discurso de todo o tamanho dizendo que não me podia usar desta forma, e finalizava-o com um estalo na cara dele. Mas pelos vistos sou demasiado fraca para o concretizar. Ele tem esta espécie de poder em mim. Não me deixa ser eu, não me deixa agir à minha maneira e não me deixa falar como eu quero. Ás vezes consegue que eu o odeie e com que o adore, talvez não o adore a ele, mas sim pela forma como é comigo, mas questiono-me se está a ser sincero. Se este tal Harry Styles é mesmo assim. Será que procura simplesmente sexo como um divertimento? Que age de forma inteligente, misteriosa e insensível para irritar um santo? Porque é que ele tem que ser assim? É suposto ter piada, ou algo do género? Talvez isto tenha sido tudo um jogo. Todos os risinhos, os toques, os segredos, os momentos. Não sei porque me preocupo tanto. Ambos sabemos que isto não vai a lado nenhum, mas o meu coração não se convence disso.

Ouvi uns risinhos do corredor que me sugaram de novo para o mundo real, obrigando-me a recompor e a abandonar o quarto.

***

-Onde estiveste?- perguntou-me Jenny.

-Uh... Nem eu sei.- disse tentando disfarçar-me de bêbeda.

Não vejo Harry desde aquele momento e, sinceramente, a última coisa que quero fazer é vê-lo.

-Olha eu estou um bocado cansada... Dói-me imenso a cabeça, o corpo, e estou-me a sentir super mal.- disse falando com Jenny.

-Vê-se que nunca foste a uma festa.- gozou.

Fiz uma espécie de um sorriso rasgado e dirigi-me à saída dando leves encontrões a tudo e a todos. Chamei um táxi e por sorte, não vomitei lá dentro. Durante o caminho todo até ao meu quarto pensei em mil e uma formas de me "vingar" do Harry. Dar-lhe um beijo e a seguir um estalo? Não, assim seria provocadora e bipolar. Nunca mais falar com ele? Estaria a agir como uma criança. Evitá-lo? É impossível. Talvez, a melhor forma seja negar qualquer coisa que tente comigo, até um simples toque.

Soulmate || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora