POV: Ariel Montenegro
Pela quinta vez minha porta é aberta apontando o próximo candidato ao cargo. Diferente do anterior, esse entra um tanto tímido e acanhado, noto que seus olhos percorrem a sala com cuidado como se estivesse estudando o local, então logo os mesmos recaem sobre mim, e assim como ele repito sua ação sustentando o contato visual. Vejo seu rosto ganhar um tom rosado e ele o desviar logo se aproximando e sem que eu dê licença sentando na cadeira frente a minha mesa. Sem mais delongas dou início a entrevista:
- Pulando algumas perguntas que julgo desnecessárias, dou início com a que acredito ser importante_ entrelaço meus dedos rente a mesa e volto a olhá-lo esperando notar sua reação à pergunta a seguir_ Você é capaz de trabalhar sob pressão? Ou melhor, sob minha pressão e supervisão?
A resposta veio antes mesmo que ele abrisse a boca, no exato momento em que ele pareceu rir de forma nervosa e debochada. Ele direciona seu olhar a mim e engole no momento em que nota a seriedade em meu rosto. Estava claro o significado de sua risada, ele desacreditava de uma direção feminina, malditos machistas. Quando ele faz menção de finalmente me responder, levanto a mão e aponto em direção a porta. Ele me olha sem entender:
- Saia_ digo ainda apontando para a entrada que agora difere sua saída
- Mas...
- Acho que você não entendeu, eu disse para sair_ falei entre dentes_ vai sair por vontade própria ou terei eu mesma que tirá- lo porta a fora?
O vi bufar e levantar indo em direção a saída. Minha cabeça começou a doer consequente do estresse repentino, então usei do interfone para informar a Alisson que suspendesse os próximos candidatos e repassasse-os para a tarde pois precisava de uma pausa para esfriar a cabeça.
- Tudo bem, que horas posso tá reenviando eles pra você?_ ela pergunta
- Não especifique um horário exato, dê apenas uma grade de por volta das 14hrs_ digo simplista e desligo o interfone.
Verifico meu relógio e para meu azar ou não, é horário de almoço. Vejo a porta novamente ser aberta e já estou pronta para mandar a pessoa sair, mas me recomponho ao notar que é somente Ali.
- Minha nossa, porque o último cara que entrou aqui saiu furioso?_ perguntou ao mesmo tempo em que sentou
- Eu pedi que saísse_ disse simplista
- E porque fez isso?
- Porque um homem deve saber seu lugar, principalmente aqui na minha empresa_ cruzei os braços me levantando.
- Continuo sem entender mas vou deixar pra lá porque pelo que notei foi o que te deixou nervosa. Bom, estamos em horário de almoço, vamos para o Pastamore?
- O restaurante Italiano do Paollo?
- sim, esse mesmo!_ diz levantando
- Tudo bem_ levanto junto com ela pegando minha bolsa e me dirigindo a saída do prédio.
Assim que entramos eu vejo o Lucas vindo em nossa direção, ele é o gerente do estabelecimento.
- Sejam bem vindas!_ disse com um pequeno sorriso que noto ser direcionado a Alisson.
- Por favor uma mesa para duas_ ouço-a dizer
De prontidão ele nos guia a uma disponível próxima a janela nos dando a vista de fora, basicamente um lugar privilegiado. Nos entrega o cardápio e se retira nos dando a privacidade necessária para escolher. Olho para Alisson que observa-o se distanciar até o perder de vista. Chamo sua atenção e dou um sorriso sugestivo que ela logo compreende o significado.
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Submisso a ela
RomanceEm um mundo paralelo, Ariel Montenegro é uma mulher madura onde aos seus 25 anos já tem tudo que almeja, ou pelo menos a maior parte disso. É dona de uma empresa muito importante que trabalha com tecnologia, mora sozinha pois seus pais haviam faleci...