Synesthesia • namjin

Chocolate quente

Antepenúltimo capítulo 

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- Eu já sabia que isso ia acontecer. Era óbvio.

A voz de Jin saía pesada contra o ombro de Jimin, que afagava seus cabelos, enquanto Taehyung improvisava alguma coisa estranha na cozinha.

- Calma, hyung. Ele deve tar ocupado com a faculdade também, igual a gente. Essa semana foi complicada.

Namjoon não dava sinal de vida desde segunda-feira. Nenhuma aparição na universidade, nenhuma mensagem, nenhum sinal de fumaça, nem um carro de som, nada. Simplesmente desaparecera.

- E se ele ficou com raiva do que eu fiz no laboratório?

- Agora, me diz, hyung. – Taehyung voltava com garrafas de cerveja equilibradas no braço e um pote cheio de pipoca. – Quem diabos não gosta de um boquete?

- Tae tem razão, hyung. Com certeza não foi isso. E vocês ainda saíram depois pra comer e tava tudo bem, não tava?

- Sim, ele tava agindo normal.

- Pois então, fica tranquilo.

- Mas porque ele mentiria pra mim, então? – Jin agora se referia ao fato de Namjoon, naquele dia, não ter ido pra casa como disse que iria, mas sim ido diretamente à faculdade.

- Ele deve ter lembrado, no meio do caminho, que tinha alguma coisa pra buscar na faculdade e foi pra lá. Hyung, eu sei que é um cu ficar sem falar com ele ou sem ter notícia dele, e que ele deveria pelo menos ter te mandado uma mensagem, mas você precisa ter calma, ok? Não deve ser nada demais. Acalme esse coraçãozinho, não fique pensando nesse monte de coisa ruim, não. 

Parecia um déjà vu: como na primeira vez em que foram todos juntos ao barzinho, quando Jungkook sofrera o acidente. Namjoon passara quase a semana inteira sem dar notícias e Jin sofrera horrores.

- Não tem como ficar calmo, Tae. E ele ainda ficou com a substância que a gente roubou no laboratório. Eu não sei nem se eu vou conseguir terminar essa pesquisa sozinho. Eu sou um fracasso, sinceramente. Eu só queria fazer uma coisa boa na minha vida mas nem isso eu consigo. E agora o Namjoon some e eu fico sem esperanças com ele e sem esperanças com a pesquisa.

- Hyung, olha pra mim. – Jimin pedira, virando-se de frente para Jin e repousando as mãos pequenininhas nas laterais do rosto do mais velho. – Você não é um fracasso. Você, Seokjin hyung, é inteligente, é fodidamente bonito, é engraçado e é uma boa companhia. Você cozinha bem, canta bem, toca violão e, além disso tudo, você tem o maior coração do mundo. Se tem uma coisa que você não é, essa coisa é fracassado. Eu não quero mais te ver com essa carinha, ok? Você passou a semana inteira assim e você não merece isso. Você merece um sorriso estampado nesse seu rosto lindo, hyung.

- Eu tive uma ideia. – Taehyung disse, abrindo sua cerveja. – Vamos sair. Não hoje, hoje eu só quero ficar apertado aqui no meio de vocês dois. Mas amanhã de noite a gente vai sair. Vamos pra boate.

- Tae, tá nevando e tudo o que eu quero é ficar em casa encolhido na cama. – Jin respondeu à ideia do amigo, enquanto ainda tinha as bochechas apertadas pelas mãos de Jimin.

- Ficar em casa encolhido na cama com esse espírito de funeral, chorando pelo Namjoon? Nem fodendo. Amanhã à noite, Seokjin hyung, você vai sair do seu apartamento com o seu melhor lado predador, e nós vamos pra boate. E você só sai de lá quando estiver sorrindo e de bem com a vida. Eu não quero te ver mal, hyung.