bad is the new good ✧ double b

Bad II 🔞

"Fascinante como ambos gostamos de experimentar, sem arrependimentos, o perigo."

— Eu nunca vi o diabo tão submisso a alguém. — Bobby revelou com os olhos brilhando em maravilha, fitando o corpo alheio de cima a baixo. Mas quem disse que o diabo era submisso? Se tiver algo que o faz ficar em alerta, o diabo, certamente irritado, esse algo é ser tachado de subjugado. E, bom, Hanbin podia ser mais jovem que Jiwon, contudo, estava longe dele acatar ordens com um sorriso nos lábios e fazendo de bom grado aquelas reverências. E ele realmente não sorriu ao ouvir tal acusação. Havia ficado surpreso com as ações do mais alto, não negava, mas foi por um súbito segundo de calmaria.

— Pois não será hoje que você verá o diabo dessa maneira, hyung. — E apertou um pouco mais seus braços ao redor do pescoço daquele a sua frente. Sorriu maroto, tão falso quanto a tiara de chifres que ainda jazia em sua cabeça, comprada numa loja barata de artigos para festas. Ainda fez questão de mostrar um bico logo após. O diabo também pode trazer uma imagem mais adorável, ele vem de inúmeras formas, pensou Jiwon. — Por que o hyung não me leva para o seu quarto, hum? — Sugeriu e o outro nada fez, não mexeu um músculo sequer. Com o silêncio, Hanbin então decidiu prolongar sua pergunta. — É que eu já estou cansado de ficar nessa posição e... Os hyungs podem chegar a qualquer momento, principalmente enquanto nós... — Desta vez, o sorriso era verdadeiro. Absurdamente malicioso para alguém que não deveria ao menos estar falando daquele jeito, um paradoxo perfeito de malícia em meio a inocência. — Enquanto nós estivermos brincando.

Jiwon engoliu em seco. Na verdade, engoliu tudo que estava preso em sua garganta, talvez tivesse até mesmo engolido a bendita entre o arrepio infernal que passou por todo o corpo magro, indo dos pés a cabeça, ao ouvir aquela frase. Desceu Hanbin de seu colo para não acabar se desequilibrando com ele e ambos caíssem no chão vergonhosamente. Jesus Cristo. Foi por impulso - e também porque seus braços reclamavam do peso -, mas ele não deixou o outro Kim sair de seu abraço, as mãos firmes agarraram-se aos glúteos dele. Isso resultou num arfar bonito e excitante saindo dos lábios cheios, daquele arfar que te incita a continuar, independente do seu nervosismo.

Estava nervoso, sim, fato, e ele deixava isso tão explícito que o mais novo ria a cada mísero segundo das caretas alheias. Mas ele queria, porra, como Jiwon queria Hanbin deixando mais arfares como aquele inundarem os cômodos, assim como queria explorar mais do garoto, descobrir pontos fracos e principalmente os fortes, os bem forte, pois o atacaria neles.

Ele queria experimentar o sabor de uma briga sensual pelo poder. Kim Hanbin era o diabo e o diabo não cede. Kim Jiwon era um anjo perto dele e anjos também não perdem tempo para conseguir o que querem. E convenhamos, era Halloween e neste feriado em especial, travessuras são sempre mais doces.

Não o contrariou em relação ao pedido, logo já seguiam juntos até o quarto do jornalista, a casa não era de primeiro andar ou algo parecido, então não precisavam se preocupar de sair rolando pelas escadas por conta da distração, só teriam que tomar cuidado com os vasos de vidro tão preciosos de Mino hyung e alguns móveis sensíveis pelo corredor. Bobby era quem guiava o caminho, sem desconectar seus lábios dos do moreno, lambendo-os e mordendo-os com vontade, arrancando dele os sons que tanto ansiava e rindo ainda com as bocas coladas de cada resmungo irritado que Hanbin soltava após praticamente gemer, cheio de manha. Era interessante, excitante demais ver aquele garoto assim. Entregue, mas não por completo.

Chegaram ao destino, sãos e a salvo, a porta estava parcialmente aberta e o Kim mais novo fez o trabalho de empurrá-la para que ambos pudessem se jogar na cama. Antes do ato, Bobby foi mais rápido e deu um giro, fazendo com que o diabinho ficasse por cima, ele próprio com a cabeça deitada no forro aconchegante do colchão. E Hanbin avançaria em seus lábios para um novo beijo, só que ele ergueu o tronco, apoiando-se nos cotovelos. Isto acalentou um breve afastamento e um olhar confuso vindo do ainda estudante.