Eu me encontrava no sábado a tarde atirado na cama de Taehyung respondendo algumas mensagens no kakao. Eu decidirá dormir ali depois da festa que se seguiu tranquila. Depois de comermos, um dj colocou música e o salão virou uma boate. Eu bebi e dancei e por alguns momentos o lugar se pareceu normal, com adolescentes normais e não herdeiros de empresas multimilionárias. Mas eu não o vi mais.
"Jimin, você vai dormir aqui hoje de novo." Tae falou entrando no quarto.
"Acho que não, vou voltar pro dormitório." eu disse largando o celular e prestando atenção no meu amigo.
"Na verdade não foi uma pergunta. Minha mãe e a sua estão numa conversa muito empolgante no telefone sobre como você esta magro. Acho que ela vai obrigar você a ficar e te encher de comida." ele diz.
"Magro?" levanto a camiseta e aperto minhas bainhas.
Eu sempre fora muito preocupado com meu peso. Mas não é como se fizesse dietas loucas, sempre comi bem e normal para um adolescente da minha idade. O que mais me preocupava mesmo eram minhas bochechas enormes, mas não era como se eu pudesse me livrar delas.
"Se eu fosse você não reclamava, você sabe minha mãe como é quando resolve cozinhar."
E sim, eu sabia. A comida da mãe de Taehyung era a melhor que eu já tinha comido em toda minha vida. E foi por causa dela que eles subiram de vida. A família abriu um restaurante na nossa antiga cidade, que logo fez muito sucesso e aproveitando isso, construíram filiais em outras cidades. Hoje em dia não era mais a mãe de Taehyung que cozinhava, ela apenas administrava toda a rede, e esse era o motivo de hoje eles morarem em Seoul, estar na capital facilitava o processo administrativo.
"Sua mãe sempre faz tanta coisa por mim, me sinto um aproveitador." eu lamento.
"Você e suas noias. Deixa ela cozinhar! Faz bem pra ela também, você sabe como ela gosta e ultimamente não encontra tempo." Taehyung suspira. "E faz bem pra mim também, estou com fome."
"Quando você não ta com fome?" Taehyung atira um travesseiro na minha cara.
Mas as minhas preocupações não eram apenas "noias". A senhora Kim me tratava como um filho desde que minha amizade com Taehyung se intensificou na nossa infância. E embora ela sempre deixasse claro que me considerava da família, eu tinha medo de incomodar.
Um celular começa a tocar me assustando com o repentino som quebrando o silêncio. Antes de checar se era o meu, Taehyung já está encarando a tela do seu celular com um sorriso no rosto.
"Oi, bae." ele diz atendendo a chamada.
Eu tento me concentrar em outra coisa que não seja a conversa de Taehyung, mas não pude deixar de notar que ele havia se deitado de barriga para baixo na cama e enrolava uma mecha de cabelo no dedo, agindo como se fosse um jovem de quinze anos falando com sua primeira paixãozinha de escola.
Reviro os olhos.
"E onde ele está agora?" escuto Taehyung perguntando. "Oh, isso é sexy."
Ok, eu definitivamente não queria escutar aquilo. Coloco os fones de ouvido.
-
Eu voltei domingo por volta das 19h para o dormitório. Precisava me organizar para o primeiro dia na faculdade, já que lá no fundo estava um pouco nervoso.
Pensei que encontraria com Jungkook, mas ele não estava lá. De fato, nada no quarto indicava a sua existência se não fosse pela mala ainda intocada no canto que ele havia largado quando chegou. Era como se o quarto ainda fosse todo meu, e com esse pensamento fui tomar um banho para relaxar.
Coloquei meu pijama azul de ursinhos e por um momento me senti confortável como se estivesse na minha casa em Busan. Liguei o computador rapidamente para checar meus e-mails e meu perfil no facebook.
Meu corpo já estava querendo se entregar ao sono que eu sentia das duas últimas noites mal dormidas conversando com Taehyung. Deixei meu corpo relaxar embaixo das cobertas e logo já estava dormindo.
Novamente sonhei com o lunático correndo com uma faca atrás de mim. Mas dessa vez o lunático tinha um rosto. E era um rosto que eu conhecia. Um rosto com cabelos castanhos tampando a testa, as bochechas ligeiramente rosadas, os olhos escuros e grandes, a boca pequena e delicada. Eu paro de correr e vou deixando ele se aproximar... ergo um braço, o esperando chegar perto para tocá-lo...
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a thousand stars | jjk + pjm
RomanceAquela em que Jimin ganha um colega de quarto. "Sua mão pegou em minha cintura e senti seus olhos me fitando. O encarei. E fui engolido pelo seu olhar. Ele possuía olhos tão profundos, que eu sentia que poderia desvendar todos os seus mistérios apen...