Capítulo 3

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Quando Cíntia desligou, fui tomar banho. Adormeci e acordei no sofá às seis da manhã em ponto. Dei um pulo e fui para o banheiro, me olhei no espelho e constatei que estava na flor da idade, sou quase "enta", não era penta, mas ia chegar até um milênio. Eu me sentia mais sexy, é verdade. Verdade? Foi o sonho que tinha tido a noite passada com o médico gato, o doutor Renan. Me aprontei toda feliz, pois tinha o exame com o médico gato no fim da tarde, e esperava pela ligação do Guilherme confirmando o restaurante.

Cheguei em casa por volta de meio dia, havia uma mensagem do meu pai na secretária eletrônica:

Clarissa, meu amor, aqui está tudo bem. Sua mãe e eu, iremos daqui duas semanas, achamos melhor porque tenho que pagar as despesas e fazer pagamentos dos funcionários. O Daniel está bem. Não fique sem ligar. Te amamos e estamos com muita saudade, bebê!

Achei melhor os meus pais terem adiado para virem me ver, pois não estava preparada para a chegada deles, não havia comprado sequer um galão de água. O meu celular tocou e era o Guilherme.

- Clarissa, tudo bem?

- Muito bem e você?

- Bem também. Gosta de pizza?

- Muito!

- Está certo, já sei onde te levar. Como foi a sua manhã na escola?

- Foi tudo muito bem.

Um silêncio se fez entre nós dois, eu me sentia tímida pela primeira vez desde que comecei a namorar o Davi. Aquela ligação foi horrível. Logo nos despedimos e comecei a não gostar de ir a um encontro e comer pizza. Eu não era mais uma adolescente, esperava uma noite digna de dois adultos com bom gosto. Queria um restaurante bom, um delicioso Proseco e vinho caro. Então, enviei uma mensagem para o Guilherme falando que não ia e que depois me explicava.

Depois de enviar a mensagem de alívio para o Guilherme, desci as escadas e fui caminhando em direção ao hospital. Quando cheguei na clínica, o médico segurou a minha mão para me cumprimentar, em cinco segundos apreciei aquela beleza alta, cabelo liso preto, olhos ocre e boca pequena, mãos lindas e uma voz.

- Boa tarde, Clarissa! Quanto tempo!

Quanto tempo que eu não via um homem tão lindo no fim de uma tarde de estresses. - pensei comigo mesma.

- Um ano doutor Renan. - eu disse.

- Só nos vemos aos domingos quando vou comprar o meu jornal.

- E eu voltando da missa.

- Missa? Também vou quase todos os domingos, mas sou um católico relapso.

- Mesmo?

- Sim.

Doutor Renan me fez algumas perguntas, me examinou e estava tudo muito bem comigo. Saí de lá pisando nas nuvens de tanta beleza. O sol já estava indo embora. Liguei para o Marcus na floricultura e o Alê atendeu.

- Sou eu, Alê!

- Oi, querida! Tudo bem?

- Ótima! Quem está aí além de você, amigo?

Recomeçar Sem MedoOnde histórias criam vida. Descubra agora