Capítulo 6

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O sábado foi pardo, sem cor, sem sal, sem graça mesmo. Passei trancada em casa e até as provas que precisava preparar para o terceiro bimestre, não ficaram prontas. Decidi caminhar... quando peguei a avenida principal, dei de cara com o doutor Renan, vestindo roupa de academia.

- Clarissa, vai caminhar?

- Sim! Estou precisando acabar com a ressaca. Ontem fui no sambinha e bebi um pouco mais.

- Samba? Em qual bar?

- No bar da esquina.

- Passei por lá, tinha muita gente mesmo, parecia animado.

- Foi ótimo, mas agora preciso queimar um pouco do tira-gosto e da cerveja.

- Sim. Tenha uma ótima caminhada, a minha já terminou, vou pegar o carro e ir para a casa. Tchau! Até breve!

- Até. - Doutor Renan me olhava com tanto tesão, um olhar tipo: quero te comer todinha, que me senti sem graça, é verdade, mas ao mesmo tempo, me sentia feliz por ser desejada por um homem lindo como ele. Fui pensando no Guilherme pelo caminho e a imagem do Brian me seguia, quando alguma música no meu IPod lembrava os bons momentos com ele.

Cheguei em casa e havia uma ligação do Angelo no meu celular e uma sms:

Cla,estou indo aí. Por favor, peça uma pizza por telefone, estou levando o vinho. Preciso de colo, amiga. Chego às oito. Bjs

Tomei um banho, liguei para a pizzaria e o meu amigo chegou. Acabei de curar a minha ressaca com um Merlot.

- Angelo, eu sou uma mulher muito burra mesmo, sem noção. Tenho tudo que preciso, mas não aprendi a me esquivar do Brian. Está sendo difícil e só posso confessar com você e o meu terapeuta. Tenho sentido muito tesão apenas ao ver a imagem do Brian na tela do computador, nunca senti isso por ninguém antes. Espero que meu amor não seja apenas sexual. Existe amor sexual? Sei lá! E o amor existe? Acho que se esconde de mim.

- O amor existe, sim, e foge de mim também. Queria ser menos passional, mais real. Você está viva amiga e o seu corpo respira sexo.

- Agora que estou mais controlada com relação a síndrome do pânico, até o meu lado sexual melhorou, está aflorado. Estou morrendo de vontade de beijar o Guilherme, fazer amor com ele, quem sabe. E até o doutor Renan, não escaparia.

- Hehehehehehe... deixa um pouco para mim, amiga! Estou assexuado e até os bofes que tenho paquerado não despertam o meu tesão. Estou com medo de que o amor fuja de mim também.

- O amor não foge, se esconde. Se fugir é qualquer coisa, menos amor! Se esconde em outros sentimentos e nos confunde por ser perfeito demais. Na verdade, o amor é tão perfeito que não sabemos explicar esse sentimento. Angelo, estou um pouco bêbada, desconfio que estou fazendo confusão.

- Não, Cla! O amor é perfeito demais e se esconde para não ser machucado ainda mais. Vamos parar por aqui, gata! Vou embora.

- Você dorme aqui porque está meio bêbado.

- Sim! E se rolar um tesão entre nós?

- Sem chance, pois vou ligar para o Brian pelo Skype.

- Sou melhor beijo do que ele, você está perdendo.

- Será? Vou ficar com o beijo amador do Brian e a garantia de um beijo maravilhoso nos meus lábios de baixo.

Recomeçar Sem MedoOnde histórias criam vida. Descubra agora