Parte 3

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Sentiu o ar escapar dos pulmões e Marcus chegou mais perto e perguntou.

− Karina, você está bem?

Ela viu aqueles olhos brilhando de preocupação com sua pessoa e ficou encantada em como ele era maravilhoso. Se ajeitou e disse:

− Eu estou bem sim, só não sei como vou dizer o que eu quero dizer.

Marcus sorriu e disse o óbvio.

− Só abrir a boca e falar, não tem nada de difícil.

Mas Karina sentiu as palavras fugindo para o fundo da sua garganta e um nó se formando. E soube naquele momento que jamais conseguiria falar, então só balançou a cabeça negativamente. Marcus pareceu entender naquele momento o que era tão difícil e disse:

− Acho que sei o que você quer falar... − ela sentiu-se gelar e as bochechas ao mesmo tempo, queimarem com a vergonha que sentia. E ele completou – Não é nada absurdo. Me diz só para eu ter certeza e não ser um idiota premeditando coisas nada a ver.

Ela abriu a boca e ele a olhou com expectativa, mas ela não disse nada, apenas se esticou para beijá-lo. Assim que os lábios se tocaram, Marcus fechou os olhos e ela relaxou pensando "É recíproco! É recíproco! É recíproco!". Marcus colocou a mão em sua cintura e a apertou contra si mesmo, Karina não poderia estar mais feliz. Mas logo, lembrou que estavam na rua, na esquina de sua casa e seus pais poderiam passar a qualquer momento e sem nem ao menos olhar para Marcus, vira de costas e sai correndo.

Mais alguns dias se escondendo em casa, sem cara para encarar Marcus por ter agido como criança, Karina ficou sabendo pelo primo dele que ele estava doente e que Marcus pediu para ela ir na casa dele. E com o coração amolecido pelo rapaz estar doente, ela bateu no bendito portão. Foi recebida por dona Eliana, a mãe de Marcus, que sorriu e disse para ela entrar.

Marcus arrastou duas cadeiras para a varanda e os dois sentaram de frente um para o outro. Karina sentiu pena dele, pois o rapaz estava com os olhos fundos e chorosos, além de ter sentido a temperatura dele bastante elevada quando ele a abraçou.

− Estou feliz que veio me ver. Já que eu não pude ir atrás de você – ele disse sorrindo.

− O que você tem? – ela perguntou apreensiva.

O Motivo do seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora