Parte 4

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            − Intoxicação alimentar. Não sei se lembra, mas no meu vizinho estava rolando churrasco e eu comi muito depois que você foi embora. E pelo jeito não caiu nada bem. Nunca tente encher a cara de churrasco, depois de passar uma tremenda vergonha, sou a prova que não dá certo – ele disse rindo.

Karina não tinha entendido bem a parte dele ter passado vergonha, já que ela tinha o beijado e do nada saído correndo. Marcus segurou a mão dela, ele estava quente demais e ela sentia um aperto no coração por isso.

− Você está se cuidando? Tomando todos os remédios? Foi ao médico? – ela disparou as perguntas uma em cima da outra sem respirar.

Marcus sorriu e disse:

− Eu estou bem sim, mas vou ficar de molho uns dias.

Sentindo-se um pouco melhor com a resposta dele, Karina sentia a mão dele quente em cima da sua em seu colo. E perguntou depois de um tempo:

− Que vergonha você passou que fez você comer tanto?

Ele apertou um pouco a mão dela e começou a falar.

− Ah, sei lá. Do nada você me beijou e quando eu a abracei, você se soltou e saiu correndo. Eu devo beijar muito mal para você ter fugido de mim assim.

Karina não aguentou e gargalhou, mas gargalhou tanto que começou a sentir os olhos molhados. Ficou assim durante uns minutos, até que se obrigou a controlar-se.

− Marcus, não saí correndo por isso. Você beija super bem e seu abraço foi maravilhoso. Na verdade... – disse um pouco mais baixo – O mais gostoso que já recebi na vida – e voltou a falar em seu tom normal – Eu só saí correndo, porque meus pais poderiam passar por ali a qualquer momento e darem um grito, vendo a filha deles beijando um cara desconhecido.

Marcus riu da visão dela dos fatos e disse:

− Me sinto melhor então. Ao menos, não beijo tão mal assim.

Karina olhou-o nos olhos e disse:

− Você foi o melhor beijo que já dei na vida.

Ele pôs a mão em seu rosto e a puxou para um beijo, ela podia sentir o quanto ele estava quente, mas a sensação dos lábios dele junto aos seus era única demais para pensar na febre dele agora. Correspondeu o beijo sem medo e passou a mão pelo seu cabelo. Ficaram se beijando por algum tempo, até que do nada começou a chover e ela parou para olhar a chuva.

− Eu tenho que ir embora – ela disse com urgência.

Marcus respondeu:

− Espera a chuva passar um pouco, não quero que fique doente também. Imagina que casal maravilhoso seríamos se estivéssemos os dois doentes.

Ela sorriu e olhou para ele:

− Casal?

Ele deu o sorriso mais largo e brilhante que ela já tinha visto e disse:

− Você se preocupou em vir me ver. Acho que gosta de mim tanto quanto eu gosto de você. Então, queria saber se quer namorar comigo?

Karina não disse nada, apenas sentiu as explosões em seu peito e sorriu. Mas não houve resposta, apenas um beijo urgente e molhado.

O Motivo do seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora