Cidade Natal

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Quando o avião pousou eu só pensava na minha mãe, eu já havia perdido meu pai e sou filha única, quando ela disse nós na carta eu sei bem que era meu pai,  e agora ela vai me deixar.
Eu só consigo sentir um buraco dentro de mim, é como se algo precioso fosse tomado de mim, eu não tenho irmãos e minha mãe é minha única família.

Matt alugou um carro e fomos até o hospital, chegando lá eu fui até a recepção e perguntei pelo nome da minha mãe, a enfermeira me levou até o quarto dela, quando eu entrei minha mãe me olhou e começou a chorar.
Nesse momento tudo pra mim estava claro, ela queria se despedir.
Eu corri até ela e dei um abraço forte, meus olhos não conteriam as lágrimas mesmo que estivesse fechado, eu só sabia chorar e beijar minha mãe.
Matt ficou na porta não disse nada, até a hora que minha mãe olhou pra ele!
-olá, quem é vc?
-meu nome é Matt senhora!
Antes mesmo que surgisse outra pergunta eu a corto.
-mãe, Matt é o meu namorado!
-namorado? Vc não me disse nada!
-eu sei mãe, e que foi tudo tão rápido
-tudo bem, muito prazer!
-o prazer é meu.
Minha mãe me olha, e eu sei que aquele momento era a hora em que ela queria me dizer algo.
-Charlotte, chame o seu namorado..
Olha, por favor cuide bem da minha filha, é um bem precioso pra mim.
- Eu prometo senhora.
-filha, vc vai ter que ser forte, eu sei que  não passo de hj, estou com muita dor e não agüento mais, vc vai fazer tudo do jeito que eu pedir ta bom.
- Sim mãe!!!
- Vá ao banco e tire todo o dinheiro da minha conta e transfira para sua conta em Londres, alugue a nossa casa e assim nunca passará dificuldade. Pegue um envelope que está no banco e guarde com vc. É o testamento de seu pai e o meu. Quero que vc doe metade para o orfanato em que vc trabalhava, e quando se casar lembre de mim.
Nunca se esquece que eu e seu pai te amamos muito.

Nossa, quando ela disse isso eu já estava chorando, chorei mais ainda.
Ela fechou os olhos e disse que estava cansada, quando eu olhei pro aparelho o coração havia parado o único órgão que funcionava junto com o pulmão.
Tudo que eu sabia fazer era chorar, Matt foi chamar a enfermeira eu só queria ficar ali, agarrada nela.
A enfermeira veio, chamou o médico e o médico explicou que o caso da minha mãe era raro e incurável, ele me disse que eu poderia crema-lá se eu quisesse, mas eu preferi enterra-la.

Algumas horas depois eu fui  preparar o enterro da minha mãe, eu estava lá, Matt estava.
Ela foi enterrada ao lado do meu pai, eu beijei uma rosa e deixei no túmulo dela.
-Também te amo mãe!

Saímos do cemitério e fomos a minha antiga casa, quando eu cheguei e abri a porta, não pude conter as lágrimas
Matt me abraçou e disse que estaria comigo.
- Matt eu vou passar a noite aqui
-tudo bem
-vc pode voltar se quiser
-eu não vou voltar
-vc precisa de mim mais do que a empresa.
-obrigado
Nós nus beijamos e a cada carinho que ele fazia em mim eu me sentia melhor
-vem, vou te mostrar meu quarto!
Subi as escadas e mostrei a ele meu quarto eu estava do mesmo jeito que deixei.
-pensando bem, não vou alugar, eu vou deixar tudo como está.
-isso seria uma ótima idéia
-vem, vamos embora! Não vou passar a noite aqui, não hoje.
Eu tranquei a casa e entrei no carro, Matt me olhou
-vc tem certeza?
-tenho, se eu ficar vou me lembrar.
-tudo bem!
Matt ligou o carro e nós fomos para o aeroporto, pegamos o jato e chegamos em Londres com pouco menos de uma hora e meia.

CHARLOTTE BuchmanOnde histórias criam vida. Descubra agora