Capítulo Dois

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Segundo dia, e me sinto mais velha que o normal, tenho 19 e parece que estou na casa dos trinta, é muito frustrante, levanto cedo para organizar  meus documentos, caso seja necessário na agência. A casa está silenciosa o que me faz acreditar que o papai já saiu, deve ter ido trabalhar, ele é motorista de ônibus, então tem que estar cedinho na empresa, mas o pior não é ele e sim a mamãe, ela tem pegado no meu pé  constantemente, me deixando mais irritada e frustrada que o normal.

Tomo um banho e me visto, talvez eu devesse me vestir melhor, talvez algo apertado, fazendo meu busto querer sair da blusa, ou uma saia curta! de forma oprimidora de fazer alguém me dar um trabalho.
É eu deveria, mas sou antiquada demais pra isso, digamos que meu guarda-roupa, é  bem cheio de calças jeans e camisetas, e muito poucos os vestidos, não gosto de mostrar minhas sardas por aí, pois eu as odeio.

Visto uma calça e uma blusa simples e deixo meu cabelo solto e desço para cozinha, é fácil perceber que a vaidade passar bem longe de mim, ao chegar dou de cara com Clarisse e minha mãe Claudete tomando café.  Não ria, ela não teve culpa da vovó  colocar esse nome nela, o que parece ser mais uma invocação de espírito.

- Bom dia! - digo me sentando, as duas me olham de cima a baixo

- Aonde vai?- pergunta minha mãe tomando seu café.

- Na agência de emprego! - digo, eu confesso que não queria falar sobre isso uma hora dessa da manhã, mas tendo a mãe que tenho vai ser impossível não falar

- Finalmente né Cloé, está mais que na hora! - ela diz animada, reviro os olhos, mas não respondo nada.

- Espero que pelo menos sirva pra consegui um emprego descente!- ela diz novamente não se contendo com a língua dentro da boca.

- Já vou indo! Não precisa me esperar para o almoço.- digo me levantando da mesa deixando meu café intacto,  não estou com paciência pra ouvir minha mãe falar mas alguma coisa sobre mim, ou dizer o quão inútil sou, passo pela porta e sinto o vento frio de uma manhã de segunda-feira bater em meu rosto. Eu preciso de um emprego, digo a mim mesma olhando para o céu, espero que alguém lá em cima me ouça.
              
                        ...

- Ah Oi! Bom dia! - falo assim que entro na agência, a mulher com que falei nem me olhou, continuou a guarda umas pastas que estava em suas mãos.- Moça?! você poderia me dizer aonde posso saber aonde encontrar emprego? - a cutuco, a mesma se vira em minha direção com uma cara intojada.

- Eu não posso te ajudar, fale com o Filipe! - ela diz e volta a fazer o que estava quando cheguei. Não sei se ela é tapada ou tem o rabo diabético, talvez os dois, a cutuco novamente e ela bufa e se vira para mim.

- Você pelo menos poderia me dizer quem é Felipe? - perguntei sem paciência com ela, a mesma aponta para um cara careca bem a frente e tornou-se a se vira, você tem sorte moça que eu já sou de maior e já posso ser presa. 

Saio de perto dela e sigo até um senhorzinho que ela disse ser o Filipe.

- Oi! Filipe? - pergunto, o mesmo sorrir e confirma com a cabeça, puxo a cadeira e me sento sem ao menos ele dizer.

- O que deseja? - ele pergunta todo educado

- Consegui um emprego! - digo, o mesmo concorda e mexe no computador por alguns minutos e depois se volta para mim.

- Sinto muito jovem, mas a ultima vaga disponível já foi preenchida. Se quiser deixar seu contato caso apareça um vaga nova. - ele diz, sentir um baque no coração, não, não, isso só pode ser brincadeira.

- Pelo amor de Deus moço, não brinca com isso, eu preciso de um emprego!-digo exasperada.

- Não estou brincando jovem!  Não há vaga, sinto muito! - ele diz, como vou dizer para minha mãe que não consegui nada, ela vai jogar isso na minha cara todos os dias até eu consiga um emprego.

A Empregada. ( Em Breve Será Retirada da Plataforma)Onde histórias criam vida. Descubra agora