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O príncipe herdeiro Samir havia saído do quarto imediatamente, sem sequer olhar para trás, após o conturbado momento com seu recente marido.

Não estava muito longe já que aquela era sua ala no palácio, então todos os servos e servas estavam acostumados a ver o príncipe caminhar apenas com sua calça ou roupas de treino pelos corredores; mas a ausência de roupas não era um problema ali, devido ao extremo calor até mesmo os servos tinham os uniformes reduzidos para suportá-lo, era surpreendente que os visitantes orientais conseguissem manter suas vestes tão pesadas.

Samir respirou fundo, passando as mãos pelos próprios cabelos escuros e ondulados, Shiyo, o oriental com o qual havia casado, pelo pouco observado lhe daria bastante trabalho, era teimoso e pequeno, mas bravo como um gato selvagem.

O casamento entre eles, fora nada mais que um acordo de paz e união entre ambos os reinos, há tempos havia uma tensão que pairava entre o oriente e o ocidente, pequenos conflitos foram travados e, o choque entre reinos de tal tamanho faria com que seus golpes refletissem nós reinos menores ao redor, uma guerra de tais proporções seria apenas uma grande cova para ambos os lados.

Samir tinha plena consciência disso, e apesar das ameaças, ele não deixaria Shiyo partir, nas série pequeno Príncipe se mostrava bem teimoso e insolente aos olhos do Herdeiro.

A rapaz de pele achocolatada se encaminhou para seu banho privado, tomando uma ducha fria e relaxante, a realeza tinha um grande peso sobre suas costas os quais sentia que podia aliviar um pouco quando havia silêncio.

- Meu senhor. - uma das criada se aproximava, segurando uma bandeja dourada com algumas pequenas iguarias, mas Samir não sentia vontade de apreciá-las naquele momento.

— Leve algo descente para meu esposo - disse ele, por fim, enquanto o corpo de afundava na banheira. - peça ao se que escolha algo digno de um príncipe.

Com uma mão dispensou todas as criadas na área de banho, para que pudesse finalmente ter um momento sozinho, envolto do cheiro agradável das essências na água que enchia a banheira, tão grande quanto uma piscina, outrora em sua juventude poderia ter sido usava para festas e perversidades, mas agora se tornaram um recanto de paz.

Fechou os olhos, deixou que o tempo passasse aos que os músculos por fim perdiam a tensão, só tornou a abrir quando ouvi a o ranger de porta.

Por ela entrou uma criada de cabelos longos e presos numa trança, avisando que era o momento de Shiyo se arrumar para o banquete.

De fato, após a cerimônia, a qual havia sido feita de forma minuciosa e caprichada devido a divergência cultural e religiosa de ambos, haveria um banquete em homenagem não apenas ao casamento, mas ao acordo de paz; o qual era o único objetivo de todo aquele teatro.

Samir secou a mão sobre uma toalha macia e solicitou papel, prontamente a serva lhe trouxe, segurando pena com tinta escreveu um bilhete para que ela entregasse a Shiyo, a dispensando em seguida.

Voltando a descansar o braço na água, deixou a mente se esvaziar por aquele momento.

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O Príncipe Shiyo, ao receber um papel desenhado pela caligrafia grossa e um tanto rústica, descobriu ser a de Samir, apesar da aparência a ortografia era perfeita e no idioma do oriental.

A mensagem dizia que Tsukamoto, mãe de Shiyo, poderia ajudá-lo a se arrumar para o banquete, quase se sentiu grato com aquela mensagem... Quase.

Meu Narciso - A Saga das Flores, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora