O luto do rompimento.

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Se tem uma coisa que me paralisa e me deixa com um nó na garganta é a frieza e a facilidade com que muitas pessoas se despedem de outras, com que eliminam alguém de suas vidas.

Sofrimento não é algo que possa ser medido e muito menos cobrado e até mesmo a indiferença é melhor do que qualquer falsa tristeza,mas,no término de relacionamentos,o mecanicismo,o "foi melhor assim" afirmado no ato e o partir para outra em questão de minutos,é uma das razões pelas quais acreditar no amor se torna ainda mais difícil pra mim.

Claro que,na maioria das vezes, realmente foi melhor assim. Relacionamentos desgastantes e que geram infelicidade para qualquer um dos envolvidos não apresentam,a meu ver,razões para existir. É necessário e saudável reconhecer quando algo chega ao fim.

Mas acredito que,dadas algumas exceções,se permitimos que uma pessoa fizesse parte da nossa vida,fosse parte de nós mesmos, é porque ela é,ou foi,de alguma forma,especial.

E como por tudo aquilo que é importante e deixa de ocupar, por qualquer motivo que seja, um papel central em nosso dia a dia,espera-se que haja um certo tempo de luto,de elaboração.

É o chorar pela solteirice das roupas íntimas e das escovas de dentes espalhadas pela casa.

É sentir o coração apertar ao lembrar do outro ao passar por aquela livraria que os dois costumavam frequentar juntos.

São as músicas,os cheiros que insistem em não abandonar as roupas,o nome do outro que surge inesperadamente em uma conversa e faz o estômago dar voltas.

Muitas pessoas entram em nossas vidas,algumas permanecem mais que outras,mas cada uma traz junto consigo o seu pacote, aumentando o nosso e o alterando de um jeitinho único.

É realmente mais fácil para aquele que passa por um rompimento sem se deixar abater,mas,para aqueles que choram,que vivem com chãos desabados até sentirem-se capazes de reerguê-los novamente,fica ao menos a certeza da coragem de ter deixado sua alma descansar totalmente em outra vida; da coragem de ter amado.

(Autor Desconhecido)

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