Yara

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Harry sentiu seu coração acelerar ao máximo ao ver que Sirius estava ali, em pé, no meio da estação. Junto de Remus, Molly, Arthur e o Sr. e a Sra. Granger. Não havia sinal algum de Petunia ou Valter Dursley. Ele deveria desconfiar de algo, tentar encontrar uma explicação lógica para uma aparição muito bem vestida e publica de seu padrinho. Mas o bruxinho pouco se importava com isso.

Sirius sorriu largamente para o afiliado, que disparou para seus braços, sendo recebido com todo o carinho pelo Maroto. Remus também recebeu um abraço do rapaz, antes de Hermione, Rony e Ginny se aproximarem e abraçarem seus respectivos pais. Nymphadora e Kingsley chegaram logo após, quase juntos de Alvo Dumbledore, que sorria calmamente para algo. Havia um brilho de puro contentamento e carinho nos olhos azuis do Diretor.

Curiosos, os demais componentes da Ordem seguiram o olhar do diretor.
Uma moça, de pele castanha, longos e lisos cabelos negros, e olhos de um verde-oliva muito discretos, olhava para a plataforma 9 3/4. Usava um sobretudo de couro verde militar, uma calça que parecia ser jeans escuro e pesados coturnos. Talvez fosse auror, ou algo assim. Ela parecia preocupada, mas não se lembravam de qualquer aluno com características semelhantes à dela. Talvez ela não fosse mãe... Quem sabe madrinha de algum lufano ou corvino...

Minerva se aproximou com um sorriso parecido com o de Alvo, também mirando a moça, e aceitou o braço que lhe foi oferecido pelo diretor.

-Acha que ela sabe?-O velho mago a olhou por um momento, assim como todos os outros, ainda curiosos.-O quanto ele fica feliz quando a vê ali, naquele mesmo lugar, esperando que ele volte pra casa?

-Ah, minha querida... O que ele chamaria de casa se ela não o estivesse esperando aqui?

Da plataforma surgiu um homem moreno, alto, de cabelos compridos e pesadas vestes negras. Não era muito bonito, mas mas tinha um andar, sorriso e olhar charmosos. Os olhos negros passaram por eles, completamente indiferentes, e logo encontraram aquela moça, que agora tinha um sorriso largo.

Quando o viu correu até seus braços, nada preocupada ao se jogar neles. O carinho naquele abraço era tão evidente, tão sincero, que fez com que alguns no grupo suspirassem de forma quase sonhadora.

-Eu senti tanto a sua falta.-Eles a ouviram dizer, ainda com o rosto escondido no peito do homem. Ela tinha uma voz rouca, melodiosa e doce.-Fiquei tão preocupada quando soube... Achei que algo de ruim fosse lhe acontecer quando...

-Eu sei, Yara.-Ele a interrompeu docemente, enquanto entrelaçava os dedos longos nos fios negros da mulher.-Mas eu estou aqui, estou inteiro. Não precisa de preocupar. Tudo está bem.

Ela soltou um pesado suspiro de alívio, antes que eles se separassem levemente, e ela o tocasse no rosto com a mesma delicadeza que ele o tivera com seus cabelos.

-Como se sente? Sei que os efeitos do Glamour podem ser desagradáveis. Acho degradante que o use com tanta frequência.

-São desgastantes, mas para manter você segura lidaria prazerosamente com efeitos mais severos.

Ela deu um sorriso triste, e voltou a abraça-lo, antes que se afastassem. Suas mãos permaneceram entrelaçadas, e a moça sorriu em direção a eles, quando os viu. Dumbledore deu um passo à frente, o que os fez mudar seu rumo, indo até onde o grupo ainda permanecia parado.

-Yara, minha querida! Você está tão linda. Os anos lhe caem bem.

-Alvo!-Ela o abraçou calorosamente, antes de fazer o mesmo com Minerva.-Eu senti falta de vocês. Esperam que venham logo nos visitar. Prometo fazer os docinhos que adora, Alvo. Faz tempo que Minerva e eu não tomamos nosso café enquanto comemos docinhos e conversamos.

-Oh, querida. Precisa me visita em Hogwarts! Sinto muita falta de ter uma alma tão desenvolvida para conversar.

A morena corou de um jeito meigo, antes de sorrir para todos os outros. E Harry viu os olhos dela se enxerem de lágrimas quando trocaram um olhar. Ele se viu sorrindo para a estranha, que pareceu conter o impulso de abraçá-lo como fizera com os outros dois magos mais velhos. E o menino sentiu que a relutância dela se dera pela mão de Sirius pousada em seu ombro.

-Oh, maravilha! Mas creio estar na obrigação e cortesia de convida-la a ser apresentada à Ordem da Fênix no jantar de hoje, minha querida. Tendo em vista que é a responsável pela captura de Peter e pela liberdade de Sirius.-O senhor se voltou para o homem que a acompanhava.-Severus, poderia levar sua agradável companheira para o jantar?

Os demais bruxos estavam de olhos arregalados. Charlotte Granger, quando compreendeu quem era o homem, também ficou boquiaberta, trocando rápidos olhares com sua filha.

-Se ela assim desejar, Alvo.

O tom de Severus não era nada sugestivo. Quem não o conhecesse, realmente acreditaria em sua indiferença. A moça, Yara, sorriu.

-Se importa que eu lhe envie uma nota após o almoço, Alvo? Preciso ver como estão as coisas no trabalho antes. Talvez eu tenha de cobrir um plantão esta noite.

-Claro, minha querida. Mas saiba que a presença de vocês será uma honra. Agora, vamos todos para casa.

O casal se despediu tranquilamente, antes de seguir para um belo Impala 67. Surpreendentemente, a moça se dirigiu ao lado do motorista, e sequer foi questionada pelo homem. Aquela cena em nada se enquadrava a Inglaterra da década de 90.

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Severus suspirou pesado ao chegar em casa. Tudo estava limpo e organizado nos mínimos detalhes. Um cheiro simplesmente maravilhoso vinha da cozinha, e ele podia ouvir a porta da frente ser fechada e trancada com cuidado pela outra ocupante do local.

Retirou seu sobretudo, deixando-o no cabideiro, antes de se sentar no sofá para desamarrar os tênis. Dali podia ver a moça retirar os coturnos em pé, depois de ter retirado o sobretudo. Não demorou para que ela vestisse apenas um larga camiseta que era dele, e viesse descalça até o sofá, se sentando ao seu lado, desabotoando a camisa. Sabia que ela estava buscando possíveis ferimentos, mas ele não mentira sobre estar bem. Fisicamente bem.

-Você me disse na última carta que tinha algo a contar.

Comentou, querendo desviar o foco da mulher. Não a queria tão preocupada. Era um sentimento que podia fazer mal quando prolongado. Ela deu um sorriso de canto, sem deixar de passar a ponta dos dedos pela tatuagem na parte superior de seu abdômen.

-Achei que fosse ser uma boa notícia para acrescentarmos em nossa vida tranquila.-Os olhos verdes foram diretamente para as orbes negras, e Severus sentiu a força daquele olhar, o temor dela.-Nossa vida não vai mais ser tranquila por uns tempos... E eu não sei o que fazer.

-Não precisa pensar sozinha numa solução. O erro que vai nos abalar foi meu. Eu escolhi um lado quando estava revoltado com tudo à minha volta. E vou te ajudar a encontrar a melhor solução.

-Vai concordar comigo... Não teremos muito o que fazer sobre isso... Quer almoçar antes? Nossa conversa vai ser longa...

-E sei que detesta conversar sobre coisas complexas quando estamos à mesa.

-E que adoro ouvir enquanto resmunga sobre seus alunos e o cérebro de minhoca deles.

O Pocionista riu, antes de se acomodarem para almoçar. Ela havia preparado peixe assado, e Severus  era um entusiasta dessas comidas mais exóticas que ela preparava. Não que ele tivesse escolha. Abraxas costumava lhe dizer que decidira sozinho ter a princesa maia em sua vida, e que era sua obrigação ser mais do que cortês com a moça. Não que lhe fosse um desagrado ou um desafio, de qualquer forma.

She's My GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora