Quando chegou em casa naquela madrugada, Severus quis chorar. A casa parecia vazia. Mas Yara havia prometido que estaria lá.
Tropeçando no batente da porta, quase teve uma reação extremamente violenta quando foi abraçado com força. Mal conseguia reconhecer o cheiro da pessoa que o abraçava, mas sabia que era ela.
Com todo o cuidado do mundo, foi levado para o sofá, que havia sido transfigurado em um divã. A mesinha ao lado estava cheia das mais diversas poções e instrumento, além da grande tinha com água quente, para onde foi direcionado.
Suas roupas pesadas, nojenta com os fluidos que a manchavam, desapareceu, enquanto sentia o alívio da água em seus músculos, sabendo que havia uma imensa concentração de poção limpadora na mesma, suas feridas ardiam como o inferno.
Yara lhe deu algo para mastigar, era uma folha vermelha. Ele conhecia aquela erva, mas sua mente estava tão exausta, que apenas seguiu o comando, antes de apagar.
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Severus tinha pequenos Flashs das noites seguintes. Yara ficara ocupada remendando-o, tentando controlar sua temperatura e mantê-lo alimentado e hidratado.
Por conta das crises de inconsciência, ele estava completamente perdido quando, finalmente, conseguiu acordar. A primeira coisa que fez foi reconhecer o ambiente: estava na sala de convivência de Sppinder's End.
A segunda foi constatar que não havia mais ferimentos ou dores. E a casa estava aquecida, culpa do feitiço de climatização que havia lançado. Era algo quase tropical.
Com calma, se sentou no divã, observando o ambiente. Havia um silêncio quase sobrenatural, e uma respiração leve foi o que chamou sua atenção.
Yara também estava na sala, e dormia sentada em sua poltrona. Severus podia jurar que havia uma protuberância bem levinha no ventre da mulher. Se aproximou com todo o cuidado, arrumando um pouco os cabelos desgranhados, esperando a morena acordar.
Aqueles olhos incomuns se fixaram em seu rosto, antes que ela abrisse um sorriso doce.
-Sei que está exausta, vou te levar para a cama. Está com dor em algum lugar?
-Não se preocupe.-Severus estendeu as mãos, deixando-a se segurar nas mesmas, antes de içar o corpo para cima.-Só preciso de um bom banho e dormir um pouco.
Severus a ergueu no colo, conseguindo um sorriso divertido e cansado. Se dirigiram ao quarto, e o pocionista arrumou o banheiro e preparou o banho com alguns acenos de varinha. Antes de deita-la no divã, retirando o vestidinho de cor fria, soltando os cabelos lisos e retirando os sapatos. Ficou tão nu quanto a mulher, antes de voltar a te-la nos braços, para adentrar a água quente, com poções relaxantes.
Severus deixou poucas velas acesas flutuando, iluminando parcamente o banheiro. O silêncio e a iluminação baixa logo fizeram Yara dormir outra vez.
Esperou o sono ficar mais profundo para retira-la da banheira, usando um feitiço para ficarem secos. Logo estavam sob as cobertas, e Severus fazia pequenos círculos nas costas da amiga com a ponta dos dedos, enquanto a outra mão estava pousada em seu ventre. Era a vez dele cuidar dela.
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Voldemort o deixara em paz por três meses, o que era um recorde. Não fora chamado vez alguma durante as férias. Hoje era seu último dia de folga, e o primeiro ultrassom do bebê. Yara, deitada na maca, queria rir do homem que quase quicava no lugar de ansiedade.
-Não podemos ver ainda se é menino ou menina, amor.
Brincou, atraindo os olhos do homem e do médico, que achara interessante a audácia com a qual a mulher tratava o acompanhante.
-Não importa. Eu quero saber se o bebê está saudável.
Logo aquela imagem borrada estava sendo projetada. Severus tinha as sobrancelhas franzidas, enquanto Yara gargalhava, ao ponto de sua barriga doer.
-O bebê parece bem, assim como a mamãe.-Confirmou o médico. Severus o olhou como se fosse completamente louco.-Querem tentar ouvir o coração?
-Com toda a certeza!
A voz da estrangeira saiu empolgada, depois de conseguir parar de rir. A expressão de Severus mudou para uma adoração total, quando o bater ritmado começou a soar pelo ambiente.
-Vejam só, esse é o coração de um campeão. Como bate forte...
Yara deu um olhar indignadissimo à barriga levemente protuberante.
-Juro por Tohil que seu pai terá um problema sério na vida se você nascer com o mesmo espírito completamente inconsequente!
Foi a vez do pocionista cair na gargalhada. O médico teve de esperar a crise do homem passar para encerrar a consulta e solicitar os exames á mulher, que lhe ofereceu um sorriso doce, antes que aquele exótico casal seguisse para fora de sua clínica.
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Eles estavam em seu café favorito, Harry os havia encontrado ali, e tagarelava com a madrinha sobre o novo bebê.
-Mas a senhora tem certeza de que é menina, madrinha?
-Claro que tenho. Pergunte a Sev, minha intuição nunca falha.
-Intuição, sei... Na verdade, sua queridíssima madrinha vinha sonhando com a criança há meses, ela sabe que é uma menina. Talvez saiba até o nome que ela terá.
-Não seja chato com a madrinha, Severus. Esqueceu o que dizem sobre o humor de mulheres grávidas?
-Tem razão, garoto. Bom, já contou que virá para Hogwarts comigo esse ano? Ah, e que vai só para vigia-lo, tentando evitar alguma catástrofe.
As esmeraldas do menino brilharam, enquanto ele piscava para a madrinha, que ficou corada.
-Eu sei que Harry pode se cuidar! Mas... Umbride vai estar lá... E Sirius Black! Faz ideia da sorte de ideias que podem vir daquela cabeça desocupada?!
-Admita que quer cuidar dos seus garotos, nós sabemos que é verdade.
A estrangeira estreitou os olhos, antes de rir.
-Tudo bem, eu quero meus três garotos e nossa princesinha sob meus olhos de águia. Além do mais, estive pensando, seriamente, em tirar a guarda de Draco de Narcisa e Lucius.
-E como vai fazer isso, querida?
-Não se incomode com isso. Depois de conversar com ele, levarei umas três semanas para deter a guarda inteirina. Agora vamos, Harry tem de ir ao Beco. E você também, enrolou os últimos três meses para reabastecer seu estoque.
-Yara! Não nos trate como bebês...
-Ela só está cuidando da gente!-Harry defendeu a madrinha.-Até porque... Todo mundo sabe que não temos capacidade para isso.
Depois de uma breve roda de risos, eles partiram para o Beco Diagonal.
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She's My Girl
Fanfic"-Ela não é minha esposa, Black. -Então o que ela é? Alvo e Minerva disseram que ela espera por você, que cuida de você. -Ela é a minha melhor amiga. A Minha Garota."