O REGRESSO DE AMY ( Em Revisão )

61- HIDDEN

"Eѕтranнo como a vida acontece, quando você мenoѕ espera aparece υм eѕтranнo qυe мove ѕeυ мυndo coмpleтaмenтe para oυтra galáхιa."
                          -  ғor cнapтer

O medo que eu estava sentindo era evidente, mas eu não podia recuar logo agora que já tinha chegado tão longe. Olhei para o chalé e respirei fundo tentando reunir em algum lugar do meu ser, a coragem necessária para sair daquele carro e encarar a nevasca até o lugar onde meu destino seria celado.
Abri a porta do carro devagar e uma corrente de ar frio bateu contra meu rosto me fazendo sentir o sangue já seco, em minha testa. Morgan me olhava descer do carro com um meio sorriso e um olhar malicioso, como de quem dizia: "boa sorte", "que Deus te proteja", "vai na sombra" ou "cuidado onde pisa". Um calafrio subiu por minha espinha, mas eu não sabia ao certo se era o medo querendo me dominar, se era o vento gelado da nevasca ou se era um pouco dos dois me causando os calafrios indesejados.
Fecho a porta do carro e me viro para o pequeno chalé um pouco acima da estrada onde Morgan estacionou. Ele liga o carro e sai em disparada na direção contrária, me deixando ali naquele lugar isolado e misterioso enquanto eu o observava partir, descendo pela curva ao final da colina.
A ventania aumentava e meus cabelos esvoaçavam cobrindo meu rosto ao mesmo tempo que eu lutava contra a neve para conseguir chegar até a porta. Estava frio, um frio realmente penetrante e tudo que eu estava usando era uma blusa cinza de mangas finas e uma jaqueta de couro. Eu seguia em frente com meus pés soterrando na neve a cada passo que eu dava, aquilo com certeza me deixava extremamente irritada!
Se eles iriam me trazer para o meio do nada, por que não estacionaram na porta pelo menos?
Eu estava a três passos da varanda, quando a porta se abriu sozinha. Eu paro, com os braços ainda cruzados sobre meu peito para me proteger do frio, e me inclino para frente na tentativa de ver quem estava do lado de dentro...

-Pode entrar sem medo senhorita Amy. - sou surpreendida por uma voz feminina vinda de dentro do chalé - Somos aliados e não iremos machucá-la.

-Se somos aliados porque não me deixa ver seu rosto? - digo sobressaltada.

Assim que termino minha pergunta, uma mulher de meia idade de cabelos brancos e roupa social aparece no umbral da porta juntamente com um homem de mesma idade (aparentemente) alto, e de cabelos loiros acinzentado.

-Você não nos conhece mas nós conhecemos você Amy. - ela sorri de modo ligeiro - Meu nome é Elizabeth Lincoln e este é Frederick ...

-Ai meu Deus! Vocês são os pais adotivos de Scott! - digo perplexa, a interrompendo.

-Exatamente, e nós estamos aqui para ajuda-la Amy. Por favor entre e junte-se a nós. - O sr. Lincoln abre caminho indicando a passagem.

Ainda receosa eu me esgueiro por entre eles e passo pela porta me deparando com uma sala bastante confortável, com um daqueles tapetes de urso entre dois sofás marrons  reclináveis. As paredes pareciam de pedras e no centro da sala tinha uma chaminé que tornava ambiente mais aquecido. Elizabeth fecha a porta atrás de mim enquanto eu admiro o lugar que tinha uma aparência um tanto rústica e aconchegante.

-Scott adorava passar as férias neste lugar quando nós o adotamos. - ela diz com um olhar de ternura.

-Porque me trouxeram até aqui? - digo ignorando o que ela diz sobre Scott.

-Acreditamos na inocência de nosso filho assim como você. Mas ele está preso por um crime que não cometeu. - Frederick diz calmamente como se todo o tempo do mundo lhe pertencesse - Para nossa felicidade, nós não somos os únicos a acreditarem na inocência dele. - ele pausa e olha para Elizabeth como se estivesse prestes a fazer uma grande revelação - Um membro de grande influencia da policia de Canton também acredita que Scott seja inocente. - ele sorri - E foi "ele" que lhe trouxe até aqui, porque acredita que se tem alguém disposto a descobrir toda a verdade e libertar o nosso filho, esse alguém é você!

-Tá e quem é esse membro que me trouxe até aqui, e que "acha" que sou capaz de inocentar Scott? - digo frisando o "acha"

-EU, senhorita Amy -  de repente sou surpreendida pelo sargento Oscar Meyer que adentra a sala com uma pasta de arquivos da policia em mãos.

-Sargento Oscar? - digo surpresa - Você me trouxe até aqui?

-Com certeza! - ele responde.

-Mas porquê?

-Sei que você acredita em Scott, e se ele for mesmo inocente como nós pensamos que ele é, o verdadeiro assassino de Canton ainda está á solta e pode fazer uma nova vítima a qualquer momento. - ele abaixa a cabeça - Eu sei que esse assassino está tentando se vingar de você Amy, e o que ele quer realmente vingar pelos erros do seu pai. E sei que ele não vai descansar enquanto não conseguir completar essa vingança contra você!

-E o que faremos agora? Nos escondemos aqui? - grito exaltada.

-Por hora você ficará aqui. Vou lhe mandar todos os arquivos confidenciais do caso para você analisar, você pode encontrar algo que não encontramos ou que ainda não vimos neles. -ele me entrega a pasta com os arquivos - Nós nos comunicaremos por meio de Elizabeth, somente ela poderá vir até aqui para atualizá-la.

-Por que só por meio de Elizabeth?

-Porque ela não levantará nenhuma suspeita, e agora vamos precisar de toda descrição. - ele respira fundo e passa a mão na cabeça - Amy, você ficará escondida aqui para sua proteção, portanto não deverá fazer ligações ok? - ele retira do bolso de seu sobretudo um plástico com um celular descartável e o entrega a mim - Se precisar falar comigo utilize este celular sempre ouviu? - eu balanço a cabeça afirmativamente e ele aponta para o relógio em meu pulso, relógio esse que Morgan havia deixado com as roupas no hospital- Vejo que Morgan lhe entregou o relógio, é muito importante que você não tire ele ta bom?

-Poooor? - pergunto o olhando curiosa.

-Porque você vai precisar contar o tempo para cada ligação que fizermos, não poderá passar de 59 segundos ok? Eu sei que é um celular descartável, mas todo cuidado é pouco e não podemos correr o risco de te rastrearem até aqui.

-Mas e quanto a Thomaz? E minhas coisas: roupas, câmera, bloco de notas, computador e minhas fotos? Preciso delas!

-Assim que o Sr. e a Sra. Lincoln forem a cidade pela manhã eles a levarão consigo e você pega tudo o que precisar, mas terá de ser rápida para não levantar suspeitas. - ele me encara pensativo - Bem, você poderá avisar a Thomaz sobre seu paradeiro e pedir para que ele fique aqui com você, assim não vai ficar completamente sozinha. - ele diz se aprontando para ir embora.

Assim que eu termino de repassar minhas instruções, me sinto completa e na ativa outra vez. Eu iria vingar Lara, Logan, Ashley e todos as outras vítimas que morreram em prol de uma vingança sádica e diabólica.
Uma euforia crescia dentro do meu peito e eu podia sentir a adrenalina traspaçar meu corpo como na vez em que pulei do terraço do hospital. Agora eu tinha a policia do meu lado, tinha recursos, informações e um esconderijo. NADA iria me deter, nada e nem ninguém iria me parar, porque a vingança agora seria a MINHA!