Eduard

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O ar estava preso em seus pulmões e gotas de suor desciam lentamente deixando a sua testa com um brilho estranho.

Eduard tentava arrumar a gravata longa e vermelha no pequeno espelho improvisado por sua assistente.

- Primeiro Ministro Lannister, o senhor tem cinco minutos. Gritou uma voz desconhecida por detrás dos holofotes e câmeras que lhe cercavam diante de seu pequeno pedestal madeira com o símbolo real, o dragão de três cabeças.

Forçou um sorriso e passou a mão em seus fartos cabelos loiros levemente molhados de suor.

Ajustou o bottom vermeho do pequeno leão dourado em sua lapela.

Respirou fundo e soltou o ar lentamente. Seu rosto e sua voz profunda iriam ser transmitidas por todo Westeros ao vivo.

Passou os olhos azuis mais uma vez sobre as letras do papel com a bordas sujas de seus dedos engordurados de medo.

- Não posso falhar. Afirmou para si mesmo com dúvidas.

Mais uma vez a voz desconhecida lhe afastou dos pensamentos.

- Entramos no ar em 5, 4, 3, 2...

A sala entrou em um profundo silêncio luzes, câmeras e pessoas olhavam para ele na espectativa de ouvir suas palavras.

- Me... Tentou pronunciar suas primeiras palavras, mas não conseguiu.

Em desespero desafroxou a gravata e em um leve ato tocou no bottom que rolou ao chão em um barulho estridente.

Fechou os olhos e sentiu o coração pulsar. Em um surto de coragem iniciou o seu discurso.

- O medo corta mais profundamente do que espadas. Diziam os nossos antepassados. E não deixaremos que os nossos corações sejam transpassados por medo das ações dos terroristas nortenhos. Que além de pertubarem Porto Real com seus ataques covardes divulgam notícias falsas de criaturas míticas além da muralha.Westeros é uma nação rica e próspera porque permaneceu unida durante os dias mais sombrios  do passado. E assim continuará no futuro.

- E... corta!

Eduard sentiu as pernas bambearem e a cabeça rodopear. Se apoiou na bancada enquanto olhava o bottom do leão dourado no chão, ele na verdade não era um leão. Mas apenas uma ovelha assustada.

****
- Vo...vo...cê trouxe o que lhe pedi? Disse Eduard a sua assistente Carmem, enquanto balançava o uísque em um copo tão grande que mal cabia em suas mãos.

Carmem era uma mulher baixinha, de cabelos grisalhos contudo mais perspicaz de qualquer político que ele conhecera em sua breve carreira.

- Vejo que voltou a gaguejar... Não seria prudente voltar ao seu médico sor Lannister?

Em um ato de fúria Eduard lançou o copo de vidro contra a parede.

Mesmo assim a mulher em sua frente não demonstrou sequer uma variação de medo ou receio  em seu duro rosto.

- Vo...vo..cê trooo...ouxe ou não?

Ela apenas balançou a cabeça e se dirigiu a porta do gabinete. Olhou para o corredor e com um olhar de pedra fez um gesto com as mãos para que alguém viesse em sua direção.

Uma garota de aparente doze anos com o olhar assustado e roupas sujas entrou na grande sala.

Seu corpo magro e desnutrido ainda não demonstrava as curvas de uma mulher, mas o seios pequeninos estavam claramente à mostra pois não usava nenhum sutien. Sua pele clara contrastava com os cabelos negros e os olhos escuros.

Eduard sentiu seu corpo tomado por luxúria e desejo por aquele garota.

Carmem desviou o olhar e fechou a porta deixando os dois sozinhos.

- Sente aqui... Disse Eduard enquanto apalpava o sofá em que estava sentado.

A garota o olhou envergonhada e incerta do que fazer.

- Sen..te a..qui. Eduard sentia perder a paciência.

Mas com a falta de ação da garota, enfureceu-se. Agarrando o seu esguio pulso jogando-a no chão.

Já sentia a sua calça apertada com a excitação que tomava seus membros inferiores. Iria fuder aquela garota até do triângulo de suas pernas saírem o sangue de sua virgindade.

Enquanto desabotoava o cinto, com seu corpo pesado já por cima da frágil menina, sentiu o olhar envergonhado e medroso dela se tornar em um sorriso macabro.

Uma dor profunda cortou suas entranhas. Seus olhos se arregalaram à sensação do gélido arrepio da morte.

- Uma adaga de aço valiriano... Balbuciava enquanto olhava a menina e a peça de metal com olhos arregalados.

A adaga com seu brilho fosco pingava grandes gotas de puro sangue Lannister no chão.

A menina se desvencilhou do corpo quase sem vida do Primeiro Ministro com um chute e sussurrou em seu ouvido.

- O norte se lembra.

Westeros: Depois da Longa NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora