➻ Imagine

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Capítulo 10

IMAGINAÇÃO

Ao sair do meu quarto, recebi a "triste notícia" - como disse minha mãe - de que Zayn já tinha ido embora. Por conta da agenda cheia não pode ficar mais tempo. Ela o achou um fofo a pesar das tatuagens e o estilo dele. Minha mãe e o seu preconceito de achar que pessoas tatuadas são o mau caminho. E provavelmente não é só a minha.

Os dias começaram a passar rápido de mais, e ao contrário do que Zayn disse, ele não foi passar "outra temporada" connosco. Eu estava feliz por ele não comparecer, mas estava ansiosa por um encontro estranho e constrangedor. Esperava uma ameaça ou várias. Coisas do gênero. Estava começando a gostar da rotina que eu tinha ao ver o moreno. Menos a parte do estresse.

Como é difícil você ver uma celebridade em um local mais de uma vez em menos de um mês, deduzi que ele não apareceria ali por um longo tempo. Longo mesmo.

Graças a Deus pois eu não teria coragem de fazer contato visual depois daquele sonho estranho.

No feriado de fim de ano, estávamos nos preparando para ir até uma casa afastada da cidade. Era uma casa de campo da família e já fazia um bom tempo que não ia pra lá.

— O que deu no seu pai? — Era Anna perguntando enquanto lixava as unhas.

Ela estava sentada sobre a minha cama, com as pernas esparramadas no colchão - nada comportada - e me olhando como se eu fosse um bicho estranho.

— Como assim? — Franzi o cenho colocando algumas coisas dentro de uma mochila de tamanho grande. Parecia mais uma mochila de acampamento.

— A gente sempre passa as festas de fim de ano aqui e do nada ele resolve ir para aquela casinha no meio do nada... odeio mato.

— Ele está velho, Anna. Quer um tempo pra família. — Expliquei.

— Tempo pra família é no Natal. Ano novo a gente tem que passar na cidade pra pegar um monte de gatinhos, ou gatinhas. Nunca se sabe né... — Sorriu maliciosa e eu neguei com a cabeça rindo da sua expressão.

— É, você é doida.

— Já tinha marcado meus esquema no Luau, seu pai acabou com tudo.

— Tecnicamente você não precisa ir porque você não é da família.

— Au! — Colocou a mão sobre o peito em um gesto dramático de ofensa.

Eu ri.

— Você é bem dramática, mas eu te considero irmã. Sabe disso! — Disse a verdade jogando uma peça de roupa em sua direção.

Ela desdobrou o tecido e fez uma expressão estranha, provavelmente não gostou da blusa e jogou a mesma no chão. Pouco tempo depois a garota saiu dizendo que ia ver se já arrumaram as malas dela e já voltava com as mesmas.

Dito e feito.

Em pouco tempo ela voltou com duas malas cor-de-rosa. Uma de tamanho grande e outra média. Tive que zoar. Era só um fim de semana, levando em conta de que a virada do ano seria de sábado para domingo. Uma pena pois não teríamos mais dias para curtir "o mato" - como Anna disse -, já que meu pai voltaria para o trabalho.

— Não aguento mais ficar nesse carro, tio. Será que a gente não pode parar pra aquecer as pernas? Quem sabe comer, tomar um milk-shake... — Anna resmungou cínica para o meu pai e eu ri.

— Achei que você fosse com a sua mãe, Anna. — Ele comentou mudando o assunto.

Sabia que meu pai não queria parar pra nos poupar tempo, mas estávamos sentados ali há quase quatro horas. Nem eu suportava mais ficar sentada ali sem qualquer tipo de contato com as redes sociais e sem música. Meu pai recolheu meu celular e o de Anna para que tivéssemos uma viagem agradável. Só se for pra ele.

Fame • Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora