CAPÍTULO SEIS

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Heloísa

Gravidez inesperada!

Desde que saímos do hospital eu não consigo parar de chorar. Mesmo depois do segundo exame de sangue confirmando a gravidez eu não consigo aceitar. Minha mente simplesmente não consegue processar a informação e aceita-la. Passamos na farmácia na volta e compramos vários testes de gravidez. Jess me deixou sozinha com meus próprios pensamentos quando entramos no apartamento e agradeci por isso. E tudo que eu tenho feito desde que cheguei é beber água e fazer xixi em palitinhos. Cada listrinha rosa que aparece eu tenho novamente um ataque de choro.

Jess finalmente aparece na porta do quarto e ao me ver com o nono ou o décimo teste em mãos franze o cenho pensativa.

— Helô.. olha se você ficou com alguém... Eu tenho certeza que vamos dar um jeito...e

— Jess eu não fiquei com ninguém! Juro pelo que é mais sagrado. Juro pela minha vó que..

— Ela já morreu né.. pro juramento valer tem que ser alguém vivo. — ironiza me interrompendo e mordendo o lábio inferior.

Pego uma das almofadas e jogo na sua direção.

— Juro pela alma dela, tá legal. Eu não fiz nada Jéssica! Você me conhece melhor que ninguém você sabe de todos os meus passos sabe até mesmo quando eu tenho um exame horrível... e

Paro a frase no meio e começo a entender. A médica nervosa xingando sozinha. O exame que a Jess disse que estava diferente. O jeito que ela se desculpou. Merda! Agora tudo faz sentido!

— E... o que? Helô? — questiona impaciente.

— Será que foi o exame? — sussurro. É a única explicação. Só pode ser isso! Meu subconsciente grita. Eu pensei nesse exame por tempo demais e é muita coincidência isso acontecer logo após fazer. Não tem outra explicação. Não sou a virgem Maria. Tem que ser isso!

— O que? Heloísa? Me responde!

— O exame, Jess. Será que foi isso?

— A menos que a médica tenha usado um pênis para fazer o papanicolau em você não vejo como isso faça sentido..

— Inseminação. Jéssica aquela médica me inseminou! Por isso eu estou... estou... — me pego com dificuldade de concluir e tento me expressar gesticulando com uma das mãos na barriga.

Ela arregala os olhos e leva a mão a boca.

— Grávida! Por isso você está grávida! — conclui com a palavra que eu mal consigo pronunciar. — Filha de uma puta! — fala por fim enquanto entra totalmente no quarto.

Jess está no telefone desde a hora que cheguei a conclusão que explica minha situação. Eu ainda não sei se quero pronuncia a palavra com "G". Toda vez que eu tento algo me bloqueia e ela não sai. Simplesmente não consigo! Caminhando pelo quarto Jessica gesticula nervosa enquanto a observo sentada no balcão que divide a cozinha da sala bebericando um pouco de chá. Meu estômago parece embrulhado o que não me anima em nada de tentar comer. Assim que termina caminha para o meu lado.

— Sabe o Jason? — pergunta e eu apenas faço um aceno com a cabeça. — Então ele é advogado. Eu expliquei a situação e ele aconselhou você a entrar com uma ação judicial contra a clínica e a tal médica. O que ela fez é errado. Você também tem todo o direito de interromper a... hã a gravidez... — após terminar a última frase ela me encara e da de ombros. — Sendo sincera eu no seu lugar não teria idéia do que fazer, mas amiga eu vou estar aqui para tudo. Independente do que você decidir.

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