Capitulo 2

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  Em um belo dia ensolarado, Heloyse estava brincando no enorme jardim de sua casa, perto de um lindo chafariz cheio de carpas vermelhas. Durante a noite havia chovido muito, a menina chamou sua serva e melhor amiga, Raiza, para dormir com ela, pois não gostava de dormir sozinha em noites de tempestades. A jovem lady acordou várias vezes por terríveis pesadelos, seus pais não estavam em casa, eles haviam viajado na tarde daquele mesmo dia, após dois dias maravilhosos que passaram juntos. Felizmente, a menina acordou calma e bem disposta, as chuvas da noite trouxeram um dia radiante, seus belos olhos cor de jabuticabas pareciam sorrir ao ver o belo arco íris que nascera naquela manhã, ela e Raiza se divertiam muito, coletando flores e decorando os cabelos uma da outra.
  De repente, chegaram três homens da guarda de seus pais. Eles estavam muito molhados e  aparentemente cansados, com expressão de tristeza e incerteza. Então prestaram reverência lady Heloyse.
—Comandante Dairus: milady, as notícias que lhe trago esta manhã não são nada agradáveis. Essa noite, durante a tempestade, caiu uma árvore no caminho quem que a comitiva de vossos pais iam passar. Infelizmente a visibilidade no caminho era mínima, e a carruagem se chocou contra esse obstáculo e vossos pais não resistiram ao impacto. Vossa mãe faleceu na hora, mas vosso pai, mesmo gravemente ferido, teve forças para dizer algumas palavras, que foram escritas em forma de carta e lha trouxemos, e logo em seguida, expirou.
  A reação de Heloyse foi inesperada — ela não disse nada, simplesmente se sentou lentamente na borda do grande chafariz — não chorava, não dizia nada, entrou em estado de choque, apenas algumas lágrimas rolaram sobre seu rosto, nada mais que lhes diziam eram ouvido. A menina se perdeu num mar de tristeza e de lembranças de seus pais. Emanuelle, babá de Heloyse e que ouviu toda conversa, levou a menina nos braços para o quarto da jovem, e também a carta que o conde Louís lhe deixara e deixou no criado mudo da lady. Emanuelle, por mais que falasse com a menina, de nada adiantava, ela permanecia quieta e imóvel, deitada sobre a cama, perdida em seu universo de dor e tristeza. De repente, sem que ninguém esperasse, Heloyse começou a cantar uma canção de ninar que lady Beatrics cantava pra ela sempre que lá ficava.
  Óh minha princesa comece a dormir
Pois um novo dia amanhã vai surgir
Tu és a mais bela de toda nação
Jamais se esqueça desta condição
Sorria pra vida pois ela é boa
Nem toda rainha tem uma coroa.
  E assim cantou durante horas, até que finalmente pegou no sono. No dia seguinte foram trazidos os corpos de seus pais. Heloyse acordou como se tudo que tivesse ocorrido no dia anterior fosse apenas mais um de seus pesadelos, mas ao ver seus pais mortos, ela não se conteve e começou a chorar enquanto abraçava os corpos sem vida de seus deles.
  Emanuelle então foi até ela, enxugou- lhe as lágrimas e lhe entregou novamente a carta de seu Pai. Heloyse então resolveu ler ali mesmo as últimas palavras de seu pai a ela, palavras estas, que poderiam definir seu futuro dali por diante. A carta dizia: "minha amada filha Heloyse, infelizmente sua mãe e eu não poderemos mais seguir contigo, mas do céu guiaremos seus passos. Seus tios, Helena e Abreu, ficarão responsáveis por você até que se case, sei que você os ama e ficará bem com eles. Sua mãe e eu não te contamos, mas já escolhemos seu futuro esposo, se chama Ferdnand Wendel, lorde francês e vinte anos mais velho que você. Assim que você completar doze anos seus tios lhe apresentarão ele, mas somente aos quinze vocês se casarão. Perdoe a mim e a sua mãe por não poder- mos lhes dar estas notícias pessoalmente, te amaremos para sempre, adeus."
  Heloyse ficou sem palavras, uma mistura de angústia e incerteza tomou conta do seu coração novamente, além da dor da perda de seus pais e ter que morar com seus tios, já ter sido prometida a um lorde que é tão mais velho que ela?

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