meeting him

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"Mas porque raio é que não vais ter com ele?", ouço Julieta perguntar quando começava a lavar a loiça que ficou suja por causa do jantar. "Ambos estão à espera deste dia desde o momento que começaram a falar non-stop através de tudo o que era sítio!", começa a demonstrar os seus argumentos para que eu desista da água e do detergente e vá ter com o Shawn no final do concerto. "A arena onde ele está nem se encontra a dez minutos de distância do campus da universidade e vais esperar umas horas para ir ter com ele?", a sua pergunta é de certa forma irônica, como se ela soubesse que isto é uma verdeira estupidez e que eu apenas ainda me encontro em casa por causa dos nervos que sinto por o conhecer.

E, se é nisso que Moore se encontra a pensar, tem completamente razão. Encontro-me a lavar os pratos e os copos porque estou nervosa de pegar nas chaves, de sair de casa e ir ter com ele depois do concerto. Nestas semanas que andamos a conversar, muito mais de cinquenta por cento dela foi sobre as nossas vidas pessoais e a conhecermos-nos do que propriamente a fazer o meu projeto de final de semestre. Sei que muitos não iriam achar isto correto, afinal estou como que a misturar a minha vida pessoal com trabalho, no inicio também pensava que isso se iria tornar prejudicial, mas a verdade é que percebi que isto tudo foi o começo de uma bela amizade entre nós, pequena deveras, e que pode perfeitamente ajudar-me a redigir a entrevista e a formar a minha opinião final.

Contudo, vejo-me neste momento a prender-me neste apartamento por causa dos meus nervos. E eles estão presentes porquê? Primeiro, porque sempre fui tímida e nas relações cara à cara sempre fiquei um pouco constrangida e sei que isso iria acontecer com ele. Segundo, não lhe perguntei de que porta ele sairia após o final do concerto, por isso iria andar pela área da arena sem destino nenhum e, quem sabe, nunca o iria conseguir encontrar. Terceiro, iria estar uma confusão enorme com a saída das fãs do recinto e com as suas tentativas de encontrar o Shawn. Quarto, odeio confusões, odeio multidões. Não me iria sentir nada à vontade naquele espaço.

"Julie, sabes bem sou. Sabes que me iria sentir deslocada e as hipóteses de o encontrar são pequenas no meio de tanta gente. Prefiro ficar em casa e amanhã combinarmos um local para nos encontrarmos.", falo continuando o meu trabalho doméstico. 

"Sabes bem que não é isso que queres. E se não arriscares, nunca saberás se conseguirias alcançar o teu objetivo. Além disso, estás a falar como se não tivesses o número de telemóvel dele! Quando vires as fãs a saírem, liga-lhe e combinam algum sitio para se encontrarem!", a minha parceira de apartamento continua com os seus argumentos a favor da minha saída de casa.

Estava bastante convencida que iria permanecer em casa até que uma coragem de origem desconhecida se apodera de mim e pego na minha mala e chaves e saio de casa. Pelas contas que fiz no tempo que estava à espera que o elevador me levasse até ao piso inferior, o concerto acaba daqui a menos do que cinco minutos e a minha viagem até ao local leva-me pelo menos dez minutos. 

Com a esperança de chegar a tempo de o encontrar, parto numa corrida de intensidade média assim que as portas do elevador se abrem. Corro até me encontrar a cerca de dez metros da arena onde, nesse momento, recebo uma mensagem do Shawn.

Shawn, 21h52: "Estou a sair da arena :)"

Shawn, 21h52: "Vou para o hotel. Fazemos chamada de vídeo quando chegar?"

Ao ler a sua primeira mensagem, o meu coração, que já se encontrava acelerado devido à corrida, corre mais por ter a consciência de que posso não o encontrar. Por isso, começo a correr novamente e, à medida que chego à arena consigo perceber que a maior parte das pessoas que vieram ao concerto já se forem embora permanecendo apenas duas dezenas e pouco. O pensamento que estas raparigas se encontram aqui para tentarem conhecer o Shawn e tirar uma foto ocorre-me, mas não tenho muito tempo para pensar nele porque uma onda de gritos começam a sair das suas bocas. 

O Shawn está ali. O grupo de raparigas é o único elemento que permite que Mendes não me veja. Ele encontra-se mesmo ali. Usa uma t-shirt azul com uma camisa do mesmo tom por cima, as suas calças são pretas e transporta às costas a caixa onde guarda a sua guitarra. Sorrio ao ver todo o seu esplendor e a maneira como ele põe as mãos na cintura enquanto sorri ao olhar para o grupo, mas continuo a correr. Quando chego ao grupo, paro e fico à espera que ele dê atenção a todas elas. 

Ele dá cada minuto que pode a cada uma delas e eu observo todos esses minutos com um sorriso na cara. Consigo perceber que ele é a mesma pessoa em situações diferentes, tanto a falar comigo, como a falar com elas. Ele é verdadeiro e sincero e dá-me uma alegria enorme testemunhar isso. 

À medida que as raparigas têm a atenção de Shawn, caminham para o meu lado direito para dar a oportunidade a quem ainda não falou com ele de o fazer. Espero pela a minha vez enquanto reparo que o moreno olha para o visor do seu telemóvel de vez em quando e sorrio por ele estar à espera da minha resposta com tanta ânsia. 

O último grupo de raparigas desloca-se para o local onde o resto se encontra e tanto o olhar de Shawn como o das raparigas abate-se sob mim. A cara do rapaz demonstra surpresa e felicidade e, ao vê-lo naquele momento com mais ninguém, não sou capaz de me conter e correr até si e abraça-lo. 

"Rose?", a sua voz é só surpresa enquanto me abraça. Vejo flashs a surgirem, mas toda a minha atenção encontra-se nos seus braços à volta do meu corpo e a sua voz a chamar por mim. "Rose, és mesmo tu?"

"Claro que sou eu, tonto.", sussurro e, embora me aperceba que há imensas coisas a acontecerem à minha volta, ignoro tudo isso. Isto foi a coisa mais espontânea que fiz desde à muito tempo e só a quero aproveitar. 

Os seus braços apertam mais a minha cintura e sorrio com isso. Todas as conversas que tivemos durante estas semanas passam pela minha cabeça e sorrio ao tê-lo à minha frente. "Porque não me disseste que vinhas? Podia ter feito algo para evitar toda esta confusão...", percebo o pensamento escondido na confusão. Não é propriamente a confusão de imensas pessoas à nossa volta que o está a incomodar, mas a confusão que irá começar a partir do momento em que as pessoas que nos estão a filmar e a fotografar publicarem nas redes sociais tudo aquilo que assistiram. Felizmente, não estou preocupada com isso. O Shawn tornou-se um grande amigo nestas últimas semanas e acabei de fazer a coisa mais louca de sempre! Como é que isso me poderia incomodar? Sei que as teorias sobre ambos irá começar, mas não me importo. Eu e ele sabemos a verdade e isso é que me interessa.

"Eu sei quem eu sou. Tu sabes quem tu és. Ambos sabemos o que acontece na relação de ambos.", sussurro novamente sem energias para mais. "Com as explicações apropriadas elas irão perceber que tudo isto não passa de uma amizade virtual que acabou de se tornar realidade.", olho diretamente para os seus olhos castanhos esverdeados. "Quantas delas achas que conheceram a sua amizade virtual hoje? No teu concerto?"

"É verdade.", ele ri-se e ouço pequenos gritinhos o que me faz rir também. "Elas são fantásticas. Como é que não iriam perceber?"

Unknown To Him || shawn mendesWhere stories live. Discover now