Mellody. Notas Da Alma

Almi Rompido

  Pela janela, adentrava fechos de luz solar, estes ao chocarem com o rosto de Mell a fizeram acordar. Com um salto ela sai da cama, sua expressão lhe dizia que tudo o que vivenciara era um sonho fantástico.  Com os olhos ainda pesados pelo sono, ela anda até o banheiro. Liga a torneira, estendeu as mãos em forma de concha e as encheu de água, aproximou as do rosto e o lavou. A água fria a trouxe de volta a lucidez.

  - Mell querida, ja está acordada? Gritou sua mãe

   - No banheiro mãe. Ja estou indo.

  Secando o rosto com uma toalha lilás. Mell pega um creme dental e sua escova. Depois de escovar e higienizar-se ela sai, no seu quarto ela pega seu casaco e sua mochila, em duas horas ela estará no ensaio da orquestra.
Descendo as escadas e encontrando sua mãe arrumando a mesa, ela se acomoda na terceira cadeira.  Ana automaticamente ja posiciona um prato e um copo a frente de Mell.
  - Sanduíche ou ovos com bacon querida?

-Um sanduíche, é mais leve! Responde Mell sorrindo.

- Estou tão feliz que você entrou para Encantus! Exclamou Ana.

Nesse momento, Mellody empurra a cadeira com um impulso, seu rosto sereno e calmo se transforma e um rosto de quem acaba de acordar de um pesadelo. Ela estende a mão para o pescoço e sente o colar com seu Almi
  - Não... NÃO... Não pode ser, foi um sonho, um sonho e nada mais. -  Grita Mell. Com a mão ainda no colar, então ela puxa, com um estilhaço ele se rompe, o pingente em forma de violino atinge o chão, em seus ouvidos Mellody ouve uma canção, um coral. O pequeno violino se ilumina, Mell ainda na cadeira cai no chão. Ana corre para acudir a filha.

  - Mylór, isso é culpa sua. Apareça! Ao proferir essas palavras.

   A mesa começa a sacudir, os pratos dentro dos armários começam a balançar, algo no meio da cozinha acontece, um farfalhar um ruido de ventania vinha do cômodo, e depois passos apressados se aproximavam de Ana e Mell, ao chegar cerca de dois metro delas a imagem de Mylór se materializa na frente delas.

  - Oh meu Deus, o que houve?

  - Ela se assustou quando eu mencionei Encantus, e ela rompeu o Almi! -  Ao falar isso Ana estendeu a mão e apanhou o pequeno violino.
O brilho estava enfraquecendo e de transparente ele estava se tornando opaco.

   - Certamente foi muita coisa para ela, sinto muito Ana, os anciãos disseram que ela está pronta, mas porque ela sobrecarregou? Bem, vamos unir ela e o Almi novamente.

  - Serio que precisa de mim para isso? Faz anos que eu não uso ele!

-Se acalme é como andar de bicicleta, nunca esquecemos.

  Ana se levantou, caminhou ate a estante de livros que ficava na sala de estar, ela afastou uns grupo de livros de receitas com cadas de poeira, e de trás deles ela retirou uma pequena caixa, marrom e com uma clave de Sol encrustada em cima.

  Ao abrir ela retira um colar, que tinha um pingente de flauta. Ao tocar o pingente ele se ilumina parecendo reconhecer o toque da antiga dona.

  - Seu Almi, lembro claramente quando você ganhou ele na grande torre. - Diz Mylór com um tom de emoção na voz.
  
  - Sinto falta daquele tempo Mylór, nos divertíamos tanto.
      
Ana coloca o colar, ao fecha-lo em torno do pescoço ela sente ele aquecer. Ela sorri com entusiasmo. As duas voltam a mesa do café, Mell ainda ao chão. Ana ajeita a filha,  coloca o Almi Violino em cima do corpo de Mell.
   Ela e Mylór se olharam com severidade.
- Pronta? Perguntou Ana
-Pronta!

Elas se levantaram, uma ficou a direita se Mell e a outra a esquerda.

Mylór tocou no próprio a. Almi que também era em forma de flauta, então com um brilho e um estampido ele se transformou em uma flauta de verdade. Ana fez o mesmo movimento invocando a sua flauta também.
   As duas posicionaram os bocais diante dos lábios e com um leve sopro, entoaram a canção de Almi.
  Era calmo e baixo, as notas eram suaves, não era agudas e nem graves, elas se mantinham estabilizadas.
    Um brilho intenso se propagou vindo do chão o corpo de Mell e seu Almi se iluminaram, deles emanava uma luz prateada, e junto dela uma canção.
    O brilho se reduziu e quando cessou Mell estava abrindo os olhos.

   - O que aconteceu? Indagou ela se erguendo do chão com a mão no rosto.