Conhecendo o território

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Esses dois dias de conversa com a Lauren, pude notar que ela era diferente do que eu julgava ser. Tirando suas piadas sem graça a todo momento, Lauren era uma boa companhia. Descontraída e parecia realmente gostar de ouvir as pessoas, no caso, eu.

Porém, é muito cedo para enche- lá de elogios, ainda tem muitas coisas sobre ela que ainda vou conhecer. E se tem um lugar que posso saber muito sobre a senhorita Jauregui é em sua própria casa.

Não prestei muito atenção em seu apartamento nesses dois dias, só passei o olho. Mas confesso que me sinto dentro da casa de um libertino rico de época.

Seus móveis eram todos em madeira, as paredes em tom escuro e o lugar exalava um perfume amadeirado com frescor de hortelã, tinha alguns quadros com frases de grandes  filósofos e fotos suas em preto e branco.

Andei pela sala e parei de frente para a estante, havia várias garrafas de diferentes bebidas, cada uma de um país, todas de tamanhos variados e organizadas em diagonal em três espaços diferentes do lado esquerdo. Achei interessante, provavelmente só servia como decoração. Duvido que Lauren já tenha experimentado cada uma delas.

Fui para o outro lado da sala em direção a uma pequena cômoda preta, tinhas alguns suvenis na parte de cima e livros na parte de baixo. Jane Austen, William Shakespeare, Virginia Woolf, Agatha Christie. Era os autores da maioria dos livros enfileirados em ordem alfabética. Me surpreendi com o seu gosto literário. Nem eu, que tenho uma mini biblioteca tinha um livro de Jane Austen.

Seis passos a frente, cheguei na cozinha. Me sentei em um dos bancos e me apoiei no balcão de mármore, abri o armário e me deparei com um estoque de Jim Beam White. Essa era a confirmação que de fato Whisky era sua bebida favorita.

Saindo de lá, tinha o corredor com mais quatro cômodos. O banheiro e três quartos. A primeira porta era o quarto de hóspedes, a segunda estava fechada e a terceira era o quarto de Lauren, onde entrei. 

Igual os outros lugares da casa, escuro e bem arrumado. Só que sem muito a dizer aos detalhes. A cama se encontrava em uma parede única feita de vidro, um espelho gigante para dizer a verdade, as outras eram de um tom café quase preto e o teto cinza moletom. Havia um guarda roupa de casal marrom, uma cortina blackout preta na janela e uma prateleira do lado direito um pouco acima do interruptor. 

Tudo é de ficar de queixo caído, jurava que quando entrasse em seu apartamento iria encontrar roupas jogadas pelos cantos, banheiro molhado com calcinha no box e louça na pia. Mas tenho que confessar que é tudo muito impecável, principalmente o quarto, o local que mais gostei.

Ele esbanjava luxúria, onde o menos é mais. Imaginava um quarto de adolescente rockeira, mas estava enganada. Não tinha decoração,mais era bonito. Era chamativo de um jeito simples, como uma boate refinada sem aqueles exageros vulgares. Era sexy, como uma mulher forte e provocadora. Ousado com certeza. 

Me sentei na cama, com uma última olhada, passei meu olhar em seus livros. A trilogia de 50 tons de cinza e o best seller inteiro da Sylvia day. Até imagino o motivo pelo qual ela tem esses livros, porque é claro que a leitura deles não serviram só como um alimento para o cérebro.

De repente, minha cabeça estava repleta de pensamentos impuros e maliciosos. Desligue esses pensamentos! Meu subconsciente exigia.

- É melhor eu sair daqui. - disse para mim mesma. 

Do outro lado da conquista Onde histórias criam vida. Descubra agora