Tulipa Azul

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      Lenda da tulipa azul

Arce era uma amazona com inúmeras qualidades: uma mulher apaixonante, sábia,  guerreira, bondosa e compreensivél.

Montada em seu corcel branco, apreciando o vento noturno esvoaçar seus longos cabelos negros, ela pensava em uma maneira de evitar a guerra que estava eminente.

A amazona sabia que, mesmo usando suas habilidades no campo de batalha, muitas de suas companheiras continuariam dando o sangue e perdendo suas vidas.

Aquilo tinha que ter um fim!

- Eu posso mudar isso - Disse a si mesma.

Em trinta anos ouvira e emitira gritos de guerra, lutava por causas justas e, mesmo assim, perdia muitas de suas irmãs e também não deixava de pensar que muitos soldados perderiam suas vidas.

Estava mais do que na hora de dar um basta nisso tudo: chega de permanecer no meio de
toda essa agitação emocional.

Não haverá guerra !

No meio da floresta, Arce desmontou de seu corcel e se dirigiu silenciosamente até a tenda de seu inimigo.

Lá dentro Arce estancou, não imaginava encontrar um homem tão belo como aquele sentado com um livro nas mãos. Ela foi arrebatada pelos olhos desse homem, de um azul cobalto!

Estava enfeitiçada !

"És uma amazona cigana." Disse o homem maravilhado. Como pode haver tanta beleza em uma única mulher?

"Como pode ter tantos soldados mal treinados?" Arce quis saber, ignorando o olhar apaixonado do homem diante de si.

Ela jamais havia visto homem tão belo, e embora seu coração batesse descompassado, aquele homem era seu  inimigo mortal.

"Isso não inporta." O homem deixou o livro de lado e levantou- se.

"O que trás uma amazona a minha tenda, tarde da noite no inicio de uma guerra ?"

"Vim para pedir que cessem essa guerra sem sentido. Somos todos filhos desta terra. Minhas irmãs e eu não iremos lutar, em troca darei o que seus olhos almejam nesse momento!"

"Perderei muito se..." Ele se interrompeu. "Não importava o que iria perder anulando a guerra!"

O sentimento que agora invadia seu coração era maior e valia à pena lutar por ele.

"Amarás a mim e estarás sempre ao meu lado?"

Antes de responder, Arce sentiu que algo a impulsionava a olhar para uma tulipa murcha ao lado da cama improvisada

"Sempre carrego comigo uma tulipa azul."  Explicou o soldado.

Arce sorriu, tinha feito uma escolha sábia ir até ali.

Quando pequena, uma cigana lhe disse que seu amor verdadeiro trazia consigo uma flor jamais vista, por outra amazona.

"Não quero ver o sangue de minhas irmãs derramado e serei leal a elas até o fim."

Flores do meu JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora