RIDE

Cap. 1

- Corre, Lana! - tudo estava girando, e eu só conseguia ouvir os gritos ecoando na minha cabeça.

- Abaixa! - tudo silenciou depois do disparo, e então eu apaguei de vez.

20 minutes later...

Acordei um pouco zonza, minha cabeça latejava, sentia meu corpo balançar e mal consegui abrir os olhos. Fiquei deitada por alguns minutos até me acostumar com tudo aquilo. Quando finalmente consegui abri-los, vi que estava deitada no banco de trás de um carro, coberta com uma manta vermelha, levantei um pouco a cabeça para ver quem estava na frente e vi Amanda no banco do passageiro respirando fundo com o rosto molhado do que parecia ser suor. Fiz um pouco de esforço e me sentei no banco, o que fez a garota olhar para mim.

- Hey, ainda bem que acordou, tenho duas notícias para te dar, hum... a primeira é que nós conseguimos fugir e Alejandro foi preso – ela pausou para dar um pequeno sorriso, e eu já comemorava por dentro – a segunda é que um amigo de Bruno está nos esperando no aeroporto de São Paulo com passaportes e as passagens para o México.- seu sorriso aumentou e bateu as palmas das mãos uma na outra em sinal de comemoração.

Ok, eu precisava de tempo para raciocinar. Enquanto isso, deixe-me contar desde o começo. Ontem/hoje nós iriamos fugir do acampamento no meio da noite, para que ninguém nos visse, eu estava terminando de fechar minha mochila quando Amanda passou na minha barraca para que fossemos logo. Coloquei meu celular no bolso e sai dali rapidamente. Alguns caras estavam deitados no chão perto da fogueira, certamente tinham bebido demais na noite passada, passamos por eles com muito cuidado para não fazer barulho, Bruno estava nos esperando perto de uma pequena floresta que dava em direção a estrada, na qual tinha um carro estacionado a nossa espera. Quando terminamos de passar pelos caras, eu e Amanda paramos por alguns segundos, olhei para ela e um sorriso enorme estampava seu rosto, assim como o meu, estávamos próximos a sair dali. Quando íamos retornar ao nosso caminho um grande disparo atrás de nós fez com que déssemos um pulo de susto. Olhei para trás e vi Alejandro com uma arma apontada para cima, engoli em seco e segurei na mão de Amanda, a mesma estava com a respiração alta e acelerada.

Alejandro abaixou a arma aos poucos e continuou olhando para nós duas em silêncio, olhei em seus olhos e vi que continha raiva, muita raiva. Ele começou a dar pequenos passos em nossa direção, e a cada passo dele, dávamos um para trás, com medo do que ele poderia fazer. Tentar correr não era uma opção, afinal ele tinha uma arma e nosso plano era sair dali vivos e prontos para recomeçar nossas vidas.

- Eu posso saber o que as duas vagabundas estão fazendo com essas malas? – sua voz estava diferente, estava mais fria que o normal. Continuava se aproximando de nós, segurando firme a arma que continhas nas mãos, e aquilo era um tanto quanto assustador.

- Deixe-nos ir embora, Alejandro, nós não temos mais nada. Você pode continuar ai com esses otários, mas não tem o direito de nos prender aqui. - Amanda disso um pouco desesperada, e o medo era notável na sua voz tremula.

- Deixar você ir? – o homem que se aproximava cada vez mais soltou uma risada sarcástica, olhei atrás dele e os mochileiros estavam observando tudo dentro de suas barracas, e até os que estavam jogados no chão se levantaram para assistir o "espetáculo".

- Você deve sua vida a mim, Amanda. Fui eu quem te tirou daquela casa, fui eu quem impediu que você seguisse uma profissão que não queria. EU TE LIBERTEI!- nesse momento ele levanta arma e aponta para ela, indo na direção da garota com velocidade.

Tentei puxa-la, mas o traste foi mais rápido e encostou a arma na cabeça dela. Recuei na mesmo instante, aquele cara era um louco e poderia cometer uma atrocidade a qualquer momento. Dei alguns passos para trás, mas não fiquei tão distante deles, confesso que todos os pelos do meu corpo estavam arrepiados nesse momento, Amanda fora uma ótima amiga para mim nesses últimos meses, perde-la seria realmente muito difícil.